Estudo 15 - O maior dia de todos os tempos ( CA XVII )

Estudos da Confissão de Augsburgo

14/01/1980

ESTUDO 15
O MAIOR DIA DE TODOS OS TEMPOS
(CA XVII)

Ulrico Sperb

1. Naquele dia .. . 

Inesperadamente chegou aquele dia. Não era uma data importante. Mas nunca houve um dia assim. Ninguém havia escolhido justamente aquela data. Em si era um dia insignificante. Nem campanhas comerciais havia. Não, era completamente impossível prever-se aquele dia. 

Severino, o lavrador, nem desconfiava que este era o dia. De amanhã cedo pegou sua enxada e foi para a roça. E lá foi surpreendido... 

Luiz, o operário, marmita debaixo do braço, estava batendo o ponto, quando aconteceu... 

Zé, o esmoleiro, levantou o saco de aniagem, que servia de porta para o seu barraco, quando deu de encontro com.. . 

Ana, a datilógrafa, com um suspiro de desânimo, por causa da rotina, estava tirando a capa da máquina de escrever e soltou um grito.. . 

Flávio, o farmacêutico, abriu as portas da farmácia, esfregou as mãos à espera dos fregueses ou clientes. Mas ninguém chegaria, porque... 

Dr. Alcântara — ele nunca esquecia o doutor —, o banqueiro, mandou abrir as portas da caixa-forte. Este era seu prazer diário: olhar o seu dinheiro. Não desconfiava que isto hoje era completamente desnecessário .. . 

O Presidente dos Estados Unidos sorriu ao receber o relatório secreto sobre uma nova arma superpotente. Mas, ao erguer os olhos, ele viu.. . 

Na Europa as fábricas pareciam formigueiros. Produziam milhões de produtos que os milhões de trabalhadores iriam comprar por milhões de cruzeiros. Produzir, comprar para quê ainda?.. . 

Na África continuavam a arquitetar golpes de estado na eterna luta pelo poder. Mas todos arregalaram os olhos quando
Em todos os países tudo parecia correr conforme os planos dos homens que fazem a História. Mas naquele dia houve uma interferência nos seus planos.. . 

Naquele dia as coisas que sempre eram importantes tornaram-se completamente supérfluas. E outras coisas, de repente, adquiriram uma tremenda importância. 

Não escapou ninguém. Foi o único dia em que todo mundo foi envolvido. Uns riram e se alegraram com este dia. Outros choraram e sentiram medo. Houve até gente que se irritou, pois todos os seus planos foram atrapalhados. 

O dia veio tão de repente, sem campanha publicitária. Os jornais, as rádios e as emissoras de televisão nem puderam anunciá-lo em edição extraordinária. Tanto é que muitos reclamaram, porque não puderam se preparar. 

Mas não houve jeito. Com ou sem preparo todos foram atingidos naquele dia. Pois este foi o maior dia de todos os tempos... 

2. Da Segunda Vinda de Cristo (Sua Vinda para o juízo) 

Confissão de Augsburgo, artigo XVII: 

Ensinamos também que nosso Senhor Jesus Cristo virá no último dia para julgar. Então ressurgirão todos os mortos. Ele dará aos crentes e eleitos vida e cidade eterna. Os sem-fé e maldosos, porém, condenará para a morte e o fim eterno. 

3. Passagens bíblicas 

Entre muitas outras passagens destacamos as seguintes: 

— Mateus 25.1-13 (Vigiai, portanto, porque não sabeis nem o dia nem a hora.) 

— Mateus 25.31-46 (Tudo o que fizestes ou deixastes de fazer a um destes pequenos irmãos, a mim o fizestes ou deixastes de fazer.) 

— Mateus 26.64 (Vereis o Filho do homem .. . vindo sobre as nuvens do céu.) 

— I Coríntios 15.34-44 (Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção.) 

— II Coríntios 5.10 (Todos teremos que comparecer perante o tribunal de Cristo.)

— I Pedro 1,3-5 (Bendito seja o Deus.. . que nos gerou para uma esperança viva, para uma herança . . . reservada nos céus para vós . . . para a salvação prestes a revelar-se no tempo do fim.) 

4. Juízo Finai: Mentira pra Meter Medo ou Verdade que Desafia? 

O Novo Testamento e a fé cristã não estão completos sem o pensamento do Juízo Final, da Segunda Vinda de Cristo. Jesus Cristo não é só aquele que já veio. Também não é só aquele que está aí. Ele é aquele que era, que é e que virá. 

Mas não será tudo isto uma invenção para meter medo nas pessoas? Não será o Juízo Final apenas um recurso pedagógico? Mais ou menos no seguinte sentido: — Vocês têm que ser bons, pois no Juízo Final vocês terão que prestar contas. Cuidado, o Juízo Final vem aí! 

Conforme o próprio Cristo anunciou, sua segunda vinda será festiva. Desta festa, porém, só poderão participar aqueles que estão preparados. Juízo Final, não é invenção humana, mas promessa de Cristo. Ele virá para estabelecer o reino definitivo de Deus. Este mundo com tudo que tem é passageiro. O Reino de Deus será eterno. Isto é grandioso! 

O Juízo Final, porém, será um julgamento. Quem será julgado? O que estará em jogo? Não serão nossas grandes ou pequenas obras que estarão em julgamento. Tampouco seremos nós a estabelecermos os critérios para o julgamento. A única coisa que sabemos é que a nossa fé será julgada.
Juízo Final, então, é uma verdade, uma realidade que desafia a nossa fé. Crer significa viver ao encontro do Senhor que vem. Isto se expressa no fato de que os fiéis, ou crentes, são o sal da terra, a luz do mundo, a cidade sobre o monte. Se é a nossa fé que será julgada, então importa que vivamos em fé. Sabemos que não há meio humano, não há obra de caridade, nem tampouco qualquer forma de mediação, que torne possível a aquisição de um lugar no salão de festa, no reino de Deus. O Cristo é soberano. Ele fará a separação entre os que têm fé e os que não têm fé. 

Isso nos tira uma preocupação: não precisamos perder tempo em julgar os outros. Toda nossa vida pode ser dedicada á concretização de nossa fé. Sabemos, porém, que nossa fé se expressa em todos os sentidos de nossa vida: ela tem uma dimensão pessoal, familiar e social. Viver em fé significa assumir uma posição de vida a partir do Evangelho que atinge todos os campos de vida. 

O Evangelho nos ensina que nossa vida tem um sentido: a nossa ressurreição. Se vivermos a partir dela e em sua direção, então não precisamos ter medo do Juízo Final. Podemos aceitá-lo como uma grande promessa que Cristo nos oferece. 

Cristo nos tira também outra preocupação: não somos nós que decidiremos quando será o Juízo Final. Todas especulações neste sentido são inúteis. Se acontecer enquanto estamos vi-vos, então felizes são aqueles que o receberão como surpresa agradável. Se acontecer após nossa morte, então também não importa quando, pois para os mortos não existe o tempo. Todas as intepretações dos sinais dos tempos são, ou tentativas de interferir na soberania do Cristo, ou são maneiras errôneas ler a Bíblia (Mc 13.21s). 

O Reino de Deus, o Juízo Final, a Segunda Vinda de Cristo não podem ser forçados pelos homens, nem podem ser provocados através de artifícios humanos. 

Juízo Final é uma verdade que desafia, uma esperança que determina nossa vida. Felizes aqueles que estiverem preparados, quando o Senhor vier. Isto significa: devemos viver como se cada dia fosse o último de nossa vida. Sem medo, mas confiantes. Sem forçar situações, mas com fé. Pois Juízo Final é uma verdade que traz alegria a todos que têm fé. 

Juízo Final é o maior dia de todos os tempos. É muito importante que estejamos preparados para ele. 

5. Algumas perguntas desconcertantes 

— Apesar do acima exposto, não será o Juízo Final algo que não tem sentido para os nossos dias? Há quem afirme: A demora de dois mil anos prova que a Bíblia está enganada. O que você responde? 

— Cristo diz que não sabemos o dia nem a hora. Mas a aproximação do ano dois mil, a situação horrível da humanidade, o ateísmo, as armas nucleares, as injustiças e opressões, enfim, tudo que está acontecendo — não serão sinais do fim dos tempos? 

— O anúncio do Juízo Final influencia a sua vida? Como? 

6. Hinos sugeridos 

Nr. 223: Acordai! da cidadela.
Nr. 112: Jesus Cristo é Rei e Senhor.

Veja:

Confessando Nossa Fé – Estudos da Confissão de Augsburgo

A Confissão de Augsburgo (sem notas e comentários)
 


 


Autor(a): Ulrico Sperb
Âmbito: IECLB
Título da publicação: Confessando Nossa Fé - Estudos da Confissão de Augsburgo / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1980
Natureza do Texto: Educação
ID: 19808
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