Apocalipse 21.10,22-22.5

Auxílio Homilético

09/05/2010

Prédica: Apocalipse 21.10,22-22.5
Leituras: João 5.1-9 e Atos 16.9-15
Autor: Odair Braun
Data Litúrgica: 6º Domingo da Páscoa
Data da Pregação: 09/05/2010
Proclamar Libertação - Volume: XXXIV

1. Introdução

Atos 16.9-15 e João 5.1-9 são as leituras indicadas para este domingo. Observando-as com atenção, percebemos que o tema que se apresenta com relevância e insistência é a missão, ou seja, a necessidade de anunciar a Boa-Nova a todas as pessoas em todos os lugares e a transformação que isso pode significar na vida de pessoas. Esse anúncio da Boa-Nova transforma a dura realidade que nos envolve. Onde a Boa-Nova é “plantada” e acolhida, abrem-se portas e corações. Isso ocorreu em Atos 16.9-15, onde vemos um grupo de missionários chegar à casa de Lídia. A transformação é grande. A partir daquela casa surge a primeira comunidade cristã na Europa, e as portas para a expansão da Boa-Nova se ampliam e expandem.

O texto do Evangelho de João 5.1-9 expõe a Boa-Nova em ação, ou seja, transformando vidas e situações. E, mais importante, fá-lo mesmo tendo que subverter uma regra posta e que não considerava a vida e a sua dignidade. A regra subvertida, no caso, foi a obediência ao sábado. Essa passagem apresenta Jesus de mãos estendidas e inteiramente voltadas à dignidade da pessoa. Aquele homem que enfrentava sofrimento há 38 anos não recebia nenhuma ajuda dos demais que frequentavam aquele lugar. Estava entregue à sua própria sorte. Jesus se aproxima. Fica condoído. Não aplica lições de moral. Não passa a vasculhar o passado daquele sofredor. Jesus somente pergunta: Você quer ficar curado? Isso ensina que, para transformar situações, basta ter desejo e disposição. A partir disso, o caminho fica facilitado.

Esses textos resumem com vigor o que se apresenta na passagem de Apocalipse 21.10,22-22.5, ou seja, a descrição da Nova Jerusalém, um lugar renovado, totalmente transformado, sem dor e sem sofrimento. Essa transformação somente pode ser plenamente realizada quando a Boa-Nova é anunciada. E, para o seu pleno e amplo anúncio, é de suma importância a nossa disposição e decisão de participar. Assim, portas se abrem, situações se transformam, vidas são reconstruídas e renos.vadas. E isso, tal como indica Apocalipse 21.10, é a vontade de Deu

2. Exegese

Apocalipse é um livro de contrastes. Há dois impérios contrários, representados por duas cidades: Babilônia, 18.21, e a Nova Jerusalém, 21.2, e por duas mulheres: a grande prostituta, 19.2, e a noiva do Cordeiro, 19.7. O confronto entre esses contrastes é decididamente desigual. Babilônia e a prostituta são destruídas. A Nova Jerusalém e a noiva do Cordeiro, santa e fiel, são abençoadas. Nos capítulos finais de Apocalipse, o império do mal é derrotado. Nenhum traço dele é encontrado no novo céu e na nova terra. Talvez isso tenha sido feito para encorajar os crentes dos dias do autor de Apocalipse, pois Roma era como a grande Babilônia. Uma visão do iminente reino eterno de pureza e de libertação seria especialmente significativa para os crentes, cercados pela imoralidade, pelo paganismo e pela opressão romana. Mas o contraste é também um lembrete constante aos crentes de qualquer tempo: ou perseveramos em nossa fé e no estilo de vida cristão, ou nos afastaremos do reino de Cristo.

Hoje, uma combinação de um projeto assistido pelo computador e com a realidade virtual pode mostrar aos engenheiros de construção exatamente como será um prédio ou qualquer outra edificação, mesmo antes da obra começar. Chama-se isso de tour virtual. Isso é essencialmente o que temos em Apocalipse 21.10,22-22.5: um passeio virtual pela Nova Jerusalém. Na Nova Jerusalém, “o tabernáculo de Deus é com os homens” (Ap 21.3) de um modo imediato e físico. Esse “tabernáculo” é a presença de Deus, que foi anteriormente isolado na parte mais interna do templo, o Santo dos Santos. Somente o Sumo Sacerdote poderia entrar ali, e apenas ele poderia fazer a reparação dos pecados das pessoas no Dia do Juízo. O pecado não mais existe na Nova Jerusalém. A cidade santa é uma Cidade de Santos, pois onde Deus está, há santidade. Isso significa que não é mais necessário um templo (Ap 21.22), e não há necessidade alguma do sol ou da lua, “pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua candeia”. A glória de Deus excede qualquer esplendor terrestre. A única resposta apropriada é curvar-se em obediência (Ap 21.24a) e render-se à glória em adoração (Ap 21.24b; Ap 4.10-11).

A Nova Jerusalém também será um novo Éden. O primeiro Éden tinha uma única árvore da vida (Gn 2.9, 3.22-24) e um rio que regava o jardim (Gn 2.10). Mas, na Nova Jerusalém, as pessoas irão desfrutar não apenas de um rio comum, mas do “rio da água da vida” (Ap 22.1). Também estará presente mais do que uma árvore da vida; um coletivo de árvores, “de um e de outro lado do rio”, 22.2. Elas darão frutos, não apenas numa estação, mas “a cada mês” e com uma abundância de “doze frutos, dando seu fruto de mês em mês” (22.2). Suas folhas serão para “a saúde das nações” (22.2; Ez 47.12). O rio também não irá apenas fluir “do Éden” (Gn 2.10), mas do próprio “trono de Deus e do Cordeiro” (22.1), direto no “meio de sua praça” (22.2).

Algumas palavras que aparecem no transcorrer do capítulo 21 merecem uma breve análise para clarear o contexto de nossa passagem. Nova: em qualidade, em contraposição com o que está gasto ou arruinado. Neós, que também se traduz como “novo” no NT (Mt. 9.17; 1Co 5.7), refere-se a algo novo no tempo. Com a palavra kainós o autor de Apocalipse quis destacar que os novos céus e a nova terra serão criados com os elementos purificados dos céus antigos e da antiga terra e que serão diferentes. Os novos céus e a nova terra são uma recriação, e não uma criação do nada.

A cidade santa: Na antiga Jerusalém estava o templo, onde Deus podia manifestar sua presença a seu povo (1Rs 8.10-11; 2Cr 5.13-14; 7.2-3), como o tinha feito desde a porta do tabernáculo no deserto (Êx 29.43-46). A cidade de então foi descrita como “santa” (Mt 27.53); mas com o curso do tempo a degradação espiritual do povo chegou a ser tão grande, que Jesus qualificou o templo de “gruta de ladrões” (Mt 21.13) e predisse a queda da cidade (Mt 22.7). Mas Deus promete uma nova cidade.

Dor: Uma grande parte do sofrimento e da angústia da vida é resultado da dor que nos assola; mas a dor será completamente eliminada daquele formoso mundo do amanhã. As primeiras coisas, isto é, as condições atuais passarão.

Fiéis e verdadeiras: Isto é, autênticas e dignas de confiança. As palavras e as promessas de Deus são completamente dignas de confiança, e portanto pode-se estar seguro delas (22.6).

Ao que tiver sede: O verdadeiro crente não tem desejos de acumular bens neste mundo, de ser rico em riquezas terrenas. Seu anseio é beber abundantemente das riquezas que provém de Deus.

O que vencer: O cristão vive a vida vitoriosa pelo poder do Espírito Santo.

Incrédulos: Os que carecem de fé, ou seja, que não permanecem fiéis.

A glória de Deus: Refere-se à presença permanente de Deus entre seu povo através da eternidade. A glória que revela sua presença nunca se apartará da Nova Jerusalém.

3. Meditação

A igreja cristã vive e se expande a partir do empenho de homens e mulheres missionários. Essas pessoas atuam desde os tempos de Jesus. Muitos desses enfrentaram problemas e dificuldades ao longo de sua atuação. Atos 16.6-15 fala de uma situação em que a missão estava impedida. O texto fala de Paulo e seu grupo, que viajava por muitos lugares, anunciando o evangelho. Nessas viagens, inúmeras pessoas se voltaram à fé em Deus. Mas houve um dia em que o grupo de Paulo se deparou com problemas. Atos 15.39 nos diz que “houve entre eles tal desavença que vieram a separar-se”. Isso parece assustador, afinal sempre achamos que pessoas da igreja, inspiradas e orientadas pelo Espírito Santo, não se deparam com tais situações. Mas desavenças acontecem. O importante é ter capacidade de fazer as pazes. Atos têm um tema central: Deus quer ver a sua palavra anunciada. Deus quer que todas as pessoas sejam ajudadas para que conheçam e reconheçam a verdade que vem de Deus. O Espírito Santo de Deus, na passagem em questão, demonstra a sua força e graça sob três formas:

1) A porta aberta: Deus quer que a mensagem cristã seja conhecida. Isso foi compreendido pelo grupo missionário do qual fala o texto. Trabalhavam de modo desenfreado e viajavam para todos os lados. Anunciar o evangelho era a sua missão. E, de repente, o caminho estava obstruído. Para anunciar o evangelho é preciso estar voltado para o Senhor da missão. É importante não estar preocupado com as coisas espetaculares, mas com o fato de ouvir Deus e o que ele quer falar. No ocorrido com Paulo, percebemos que o Espírito Santo atua de acordo com a vontade de Deus. O texto diz: “Assim que teve a visão, imediatamente procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para anunciar o evangelho” (v. 10). Paulo não perguntou se Deus lhe falava em sonhos. Ele se dispôs a seguir o chamado. Dispôs-se a entrar pela porta que Deus lhe abria. Dessa forma, destaca-se a necessidade de estar disposto e decidido a seguir o caminho de Deus. Na visão tida por Paulo, o chamado do macedônio equivale ao grito por ajuda de tantos que se encontram em dificuldades.

2) Um coração aberto: Seria muito interessante poder saber como foram os preparativos para a viagem, o que esse grupo falou e discutiu; poder saber o que eles conversaram e quais os planos que fizeram e quais as dúvidas com que se depararam. Contudo o texto em questão não dá informações a respeito. E aqui há um ponto de grande importância. O texto diz que eles “permaneceram naquela cidade por alguns dias” (v. 12). Certamente ficaram ali para descansar. E certamente aproveitaram esse tempo para a observação. Observaram as pessoas, os costumes, seu trabalho, seu dia-a-dia, seu jeito de pensar e falar. Aquele que quer ser instrumento para levar Deus às pessoas deve, antes de qualquer coisa, ser parceiro de diálogo, parceiro de caminhada. Ouvir não é algo que se dá somente com os ouvidos, com o concordar da cabeça, mas se dá também por meio do coração. Uma das mulheres que se encontrava próxima ao rio, chamada Lídia, ouviu a pregação de Paulo e seu grupo. Assim ela se tornou uma nova pessoa. Alcançou plena confiança em Jesus e abriu a sua vida para ele por meio do batismo. Houve, na vida e na família de Lídia, uma profunda transformação.

3) Uma casa aberta: Após o batismo, a casa de Lídia é colocada à disposição daquele grupo missionário. Na casa de Lídia passam a morar, por alguns dias, os missionários que estavam com Paulo. Na casa de Lídia forma-se um grupo de comunhão, no qual se cantava, liam-se as Sagradas Escrituras, havia tempo para o agradecimento e para oração e se celebrava a Ceia. Passou-se a ter tempo para Deus e para os seus semelhantes. O grupo missionário, após alguns dias, seguirá viagem para outras vilas e cidades anunciando a Boa-Nova. Mas uma preciosa semente permanecerá. Lídia e sua família e também a sua casa ficam abertas para a comunhão. É uma pequena semente plantada. Essa pequena semente germinou e veio a se constituir na primeira comunidade cristã da Europa. Sob os seus galhos muitos encontraram e continuarão encontrando abrigo.

A atuação de Deus transforma plenamente a vida de Lídia e de toda a sua família. O mesmo pode ser observado em relação ao enfermo deitado próximo a um tanque onde ocorriam curas, desde que a pessoa chegasse até as ondas das águas. Sozinho ele não era capaz de tal. Fez-se necessário uma mão estendida; no caso a mão de Jesus. Em breves instantes, 38 anos de sofrimento são postos de lado. Jesus age com firmeza e determinação. Quebra a regra que determinava que no sábado nenhuma atividade deveria ser exercida. Ele o faz em prol da vida e da dignidade de pessoas. Se Jesus agiu assim, não menos se espera de nós. A nossa ação deve estar voltada e preocupada com o bem-estar das pessoas. A nossa ação deve estar voltada para a edificação da “Nova Jerusalém”, que nos é apresentada em Apocalipse 21.10,22-22.5.

Apocalipse apresenta uma imagem fantástica, que inicialmente estava voltada para pessoas em sofrimento e perseguição. Por isso o texto em questão é também profundamente consolador. Isso transparece na descrição do paraíso perdido, que é retratado no texto em análise. A água da vida, assim como as árvores dos frutos da vida, aponta para a saúde de povos e nações. A Nova Jerusalém é sinal de que o caminho de Deus com este mundo ainda não está concluído. A Nova Jerusalém quer ser um indicativo do caminho a ser por nós trilhado. Confiar e desejar ver essa Nova Jerusalém equivale a fortalecer o nosso coração e firmar os nossos passos no sentido de cada vez mais anunciar a Boa-Nova de nosso Senhor e Redentor. A Nova Jerusalém para a qual nos voltamos, o reino de Deus, será de paz e harmonia.

4. A caminho da pregação

Celebramos hoje o sexto domingo após a Páscoa. A ressurreição, celebrada no Domingo da Páscoa, é algo que deve fazer parte de nosso dia-a-dia, deve estar em nossas entranhas e, na medida do possível, deve ser vivenciado por cada qual em seu contexto. O texto de pregação tem início em Apocalipse 21.10, no qual se observa e insiste na obra de Deus que vem para o meio de nossa história, proporcionando transformação, a fim de cumprir a vontade de Deus e o desejo de Cristo. Os textos acima observados apoiam-se fortemente no chamado para o anuncio da Boa-Nova. E somente a Boa-Nova poderá proporcionar transformação integral, eliminando as trevas e a escuridão. Somente a plena divulgação da Boa-Nova fará o povo andar na luz, proporcionará partilha, igualdade e solidariedade (Ap 21.24). Somente a Boa-Nova amplamente propagada poderá eliminar a mentira e o engano, fazendo a glória de Deus brilhar com grande vigor (Ap 21.23). Assim sendo, cabe destacar que a divulgação da Boa-Nova é a tarefa maior da comunidade cristã. Para esse aspecto deverá ser apontado na pregação deste domingo.

Mediante as considerações apresentadas, a estrutura da pregação poderia seguir os seguintes passos:

4.1 – O mundo em que vivemos: suas dificuldades e desafios: De uma forma breve apontar para as dificuldades que são enfrentadas todo dia: violência e desunião, falta de trabalho, falta de solidariedade, individualismo, falta de sentido e orientação etc. e as consequências oriundas dessa realidade. Estruturar de tal forma que fique evidente que cada dificuldade é um desafio para o corpo de Cristo/comunidade e para cada cristão individualmente.

4.2 – Esperança: realidade ou ilusão? Apesar das dificuldades vigentes, há esperança. A Boa-Nova pode transformar toda essa realidade, tal como observado na passagem do Evangelho de João. Podemos ter esperança, porque a palavra de Deus transforma situações. Apontar para a passagem de Atos em que a casa de Lídia foi profundamente transformada, tornando-se um ambiente a partir do qual a Boa-Nova penetrou por novas regiões. Igualmente para fazer a passagem para o terceiro ponto da pregação, apontar para o descrito em Apocalipse, que descreve uma realidade nova e profundamente transformada, permeada pela paz e harmonia. Nesse ponto, deve-se enfatizar que, apesar das dificuldades, a esperança, quando centrada em Deus, não é uma ilusão. Ela se torna realidade.

4.3 – A nova criação de Deus: Cada membro do corpo de Cristo, cada cristão e cristã, ao se empenhar na divulgação da Boa-Nova será um auxiliador na sua difusão. E para tal deve ser frisado: cada qual deve dispor de seus dons e capacidades. Sob esse item, poder-se-á inclusive fazer uma ponte para a importância da contribuição financeira com a sua comunidade e o que isso pode proporcionar. A tônica desse ponto deve girar em torno de que pequenos gestos e sinais, pequenas pedras colocadas, são essenciais no resultado final da obra. Aquilo que ocorreu na casa de Lídia mais uma vez pode servir de exemplo.

5. Subsídios litúrgicos

Oração de coleta:

Amado Senhor,

Nós todos ansiamos pela cidade santa, a Nova Jerusalém,

na qual não haverá mais lágrimas nem lamentos,

porque o Cordeiro de Deus nela governa;

na qual não haverá mais dores nem morte,

porque nela se encontra a morada de Deus;

na qual não haverá mais velhas ordens,

porque tu fazes tudo novo;

na qual não haverá mais noite,

porque tua glória ilumina a cidade;

na qual as portas não serão cerradas,

porque não haverá mais medo e escuridão;

na qual os rios cristalinos da vida correm pela cidade áurea

e na qual a árvore da vida produz frutos o ano inteiro.

Nós não sabemos

quando a Nova Jerusalém será realidade para nós.

No entretempo, Senhor,

queiras abençoar nossos pequenos e grandes esforços

em nossas cidades –
de criar miniaturas da Nova Jerusalém.

Ajuda-nos a lutar contra tudo
que impede a aceitação da cidade de Deus na terra.

(GNANABARANAM, Johson. Senhor, renova-me: reflexões. São Leo- poldo: Sinodal, 1993. p. 83)

Ilustração para a pregação:

Falar da Nova Jerusalém, assim como falar e anunciar a Boa-Nova em todos os lugares, nada mais é do que buscar manter a esperança acessa e radiante. A esperança será a força motriz do atuar diário e constante, seja das comunidades, seja dos indivíduos que se colocam atuantes, a caminho do novo, da Nova Jerusalém. Uma ilustração para a pregação pode ser a história que segue:

Quatro velas estavam queimando calmamente. O ambiente estava tão silencioso, que se podia ouvir o diálogo que tratavam... A primeira disse: “Eu sou a Paz! (...) Apesar da minha luz, as pessoas não conseguem me manter, acho que vou apagar”. E diminuindo devagarzinho, apagou totalmente. A segunda disse: “Eu me chamo Fé! (...) Infelizmente sou muito supérflua. As pessoas não querem saber de Deus. Não faz sentido continuar queimando”. Ao terminar sua fala, um vento bateu levemente sobre ela, e essa aca- bou se apagando. Baixinho e triste a terceira vela se manifestou: “Eu sou o Amor! (...) Não tenho mais forças para queimar. As pessoas me deixam de lado, só conseguem se enxergar, esquecem-se até daqueles à sua volta que as amam”. E sem esperar mais nada, apagou-se. De repente, entrou uma criança e viu as três velas apagadas. “Que é isto? Vocês deviam queimar e ficar acesas até o fim”. Dizendo isso, começou a chorar... Então a quarta vela falou: “Não tenhas medo, criança... Enquanto eu ainda queimar, podemos acender as outras velas... eu sou a Esperança!” A criança com os olhos brilhantes pegou a vela que restava e acendeu as demais... “QUE A VELA DA ESPERANÇA JAMAIS SE APAGUE DENTRO DE NÓS.”

Confissão de pecados:

A palavra de Deus põe a nossa vida às claras. Por meio dela somos confrontados com atos e falhas que cometemos e que em nada agradam nosso Criador e que igualmente ferem e causam dor ao nosso próximo. Por isso, inicialmente em silêncio, cada qual confessa as suas falhas, os seus pecados em silêncio e na continuidade o celebrante conduz a oração que segue:

Deus bondoso e fiel. Cumpriste e continuas cumprindo as tuas promessas. Nós, porém, muitas vezes duvidamos dessa tua fidelidade. Nós, porém, muitas vezes nos apresentamos com fé fraca e duvidosa. Nós agimos muitas vezes como se a realidade que nos cerca nada tivesse a ver conosco e nos omitimos diante dos desafios, das dificuldades, da falta de paz, harmonia e solidariedade. Em nossa vida, muitas vezes nos portamos e agimos como se estivéssemos num campo de guerra. E assim esquecemos de buscar a tua Boa-Nova, esquecemos que devemos estar em busca da Nova Jerusalém. Por isso, na tua presença clamamos: Perdoa- nos, Senhor, os nossos pecados. Amém.

Anúncio da graça:

Então vi um novo céu e uma nova terra. O primeiro céu e a primeira terra desapareceram, e o mar sumiu. E vi a Nova Jerusalém que descia do céu. Ela vinha de Deus (Ap 21.1). Agora a morada de Deus está entre os seres humanos. Ele enxugará dos olhos deles todas as lágrimas. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem dor e nem choro. As coisas velhas já passaram (Ap 21.3b-4). Diante dessa palavra e da sincera confissão de nossas falhas, renovamos a nossa fé, confiança e esperança. Diante dessa palavra, os nossos pecados são perdoados. Amém.


 



 


Autor(a): Odair Braun
Âmbito: IECLB
Natureza do Domingo: Páscoa
Perfil do Domingo: 6º Domingo da Páscoa
Testamento: Novo / Livro: Apocalipse / Capitulo: 22 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 5
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 2009 / Volume: 34
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 25112
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É isto que significa reconhecer Deus de forma apropriada: apreendê-lo não pelo seu poder ou por sua sabedoria, mas pela bondade e pelo amor. Então, a fé e a confiança podem subsistir e, então, a pessoa é verdadeiramente renascida em Deus.
Martim Lutero
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