Apocalipse 3.14-22

Auxílio Homilético

03/12/1987

Prédica: Apocalipse 3.14-22
Autor: Paulo Augusto Daenecke
Data Litúrgica: Domingo de Penitência
Proclamar Libertação - Volume XIII


l - Aspectos gerais e introdutórios

O Apocalipse de João é importante para: a) compreender a história das comunidades cristãs no Império Romano, b) perceber o significado da atual prática pastoral.

Ele mostra o que foi o cristianismo em suas origens e como agiram as comunidades cristãs no meto do povo; ele transmite uma mensagem de esperança; ele orienta a ação e indica o conteúdo do testemunho cristão no mundo, dominado por poderes interesseiros e ideológicos que escravizam.

O Apocalipse de João revela: Eu sou aquele que sou; assim ele se apresenta: Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que ê, que era e o que há de vir, o todo-poderoso (1.8). Sua intenção era animar os primeiros cristãos perseguidos e martirizados por causa de sua fé. Nele não há nenhuma espécie de adivinhação do futuro, mas há uma profecia que mostra ò sentido da vida da Igreja na história; vale, portanto, para cada época da Igreja no mundo; é, pois, sempre atual.

O centro da mensagem do Apocalipse de João é Jesus Cristo: Ele morreu, está vivo, e age na história.

João usa muitas imagens, muitos símbolos e figuras, por isto é preciso perceber o que está por trás destes quadros que querem mostrar que Jesus Cristo vence a mentira e o mal.

Não houve somente um Apocalipse. Os apocalipses tiveram grande êxito em certos ambientes judaicos nos dois séculos que antecederam à vinda de Jesus Cristo. Preparado já pelas visões de profetas como Ezequiel e Zacarias, o género apocalíptico desenvolveu-se no livro de Daniel e de numerosas obras apócrifas em torno da era cristã. O Novo Testamento guardou em seu cânone apenas o Apocalipse de João.

Apocalipse significa revelação, representa determinada maneira de se ler a história a partir da fé. Ele foi escrito enquanto seu autor estava exilado na ilha de Patmos por causa de sua fé em Jesus Cristo, durante o reinado de Domiciano, por volta do ano 95. Para entendê-lo é preciso recolocá-lo no ambiente histórico que lhe deu origem, qual seja, o período de perturbações e de violentas perseguições contra a Igreja nascente. Ele tira o pano, a máscara que encobre as dificuldades da realidade vivida pelas comunidades cristãs, oprimidas e escravas do Império Romano. O Apocalipse, portanto, contém uma mensagem bem determinada: visava animar e encorajar o povo das comunidades cristãs, perseguido e martirizado por causa de sua fé; é mensagem de esperança para a época de perseguição; por outro lado, quer manter firme a mística realista de fé e ser resistência contra as forças opressoras.

João apresenta como profecia o que já pertence à história; divide a história em etapas do princípio ao fim e expressa tudo por meio de símbolos; o símbolo tem dupla função: a) é menos teórico, mais evocativo; é menos racional, mais intuitivo; é menos intelectual, mais popular, b) revela e esconde. Em épocas de perseguição a linguagem simbólica é uma forma de se defender contra a opressão e de manter viva a resistência.

O Apocalipse é um escrito de circunstância, destinado a reerguer e a robustecer o ânimo dos cristãos, escandalizados pelo fato de que uma perseguição tão violenta se tenha desencadeado contra a Igreja daquele que afirmara: Não temais, eu venci o mundo (Jo 16.33). João retoma os grandes temas proféticos tradicionais: O grande dia de lahweh (Am 5.18s), o dia da salvação está próximo, para libertar o povo dos opressores e conceder poderio e domínio sobre os inimigos.

O alcance do livro não se detém à interpretação da história: ele igualmente trata de valores eternos sobre os quais se pode apoiar a fé dos fiéis de todos os tempos.

Já no AT a confiança do povo santo está baseada na promessa de Deus: permanecer com o seu povo (Ex 25.8). Também agora está com o seu povo que ele uniu consigo na pessoa de seu filho, o Emanuel (Deus conosco); e a igreja vive desta promessa do Cristo ressuscitado: Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo (Mt 28.20). Sejam quais forem os males que sofre a Igreja de Cristo, ela não pode duvidar da fidelidade de Deus até a hora em que o Senhor virá, em breve (Ap 1.22,20).

João está a favor das pequenas comunidades oprimidas contra o Império Romano que as perseguia, e revela o plano de Deus que favorece os pequenos; ele dá às comunidades uma grande injeção de coragem e anima a sua fé.

A mensagem básica do Apocalipse é clara e simples: nenhum poder deste mundo ê capaz de ameaçar o domínio de Deus e do Messias que ele enviou. Deus governa o mundo com firmeza, e ele reina agora e para sempre.

O Apocalipse, pois, é a grande epopeia da esperança cristã, o canto de triunfo da Igreja perseguida.

II - O texto

O texto está inserido no conjunto de 1.1-3.22, como porta de entrada. É a última das sete cartas enviadas às igrejas. Conforme as ideias judaicas, não somente o mundo material era regido pelos anjos, mas também as pessoas e as comunidades. Considera-se, pois, que cada igreja é governada por um anjo responsável e a cada anjo será enviada uma carta. As igrejas, todavia, estão na mãos de Cristo.

As sete cartas têm todas a mesma estrutura. Às constatações sobre a situação das igrejas (conheço) seguem-se promessas ou ameaças, expressas numa perspectiva escatológica. São muito ricas em doutrina, especialmente a respeito de Jesus Cristo. As sete características são:

1. Todas elas são dirigidas ao anjo da comunidade (2.1,8,12,18; 3.1,7.14).

2. Todas se apresentam como palavra de Jesus: Assim diz... (2.1,8; 3.1,7,14).

3. Em cada carta, Jesus recebe um titulo (2.1,8,12,18; 3,1,7,14). Quase todos os títulos vêm da visão que João teve de Jesus (1.12-20).

4. Em todas as cartas, Jesus começa dizendo: Conheço..., e descreve as qualidades positivas da comunidade (2.2-3,9,13,19; 3.8). A comunidade de Laodicéia não tem nada de positivo. Ela não é fria nem quente (3.15).

5. Jesus descreve o que cada comunidade tem de negativo e dá advertências (2.4-6,14-16,20-25; 3.2-3,15-19). Duas comunidades não têm nada de negativo: Esmirna e Filadélfia. A estas Jesus dá conselhos de perseverança (2.10; 3.11). Na comunidade de Sardes, o negativo é mais forte do que o positivo (3.4). Por isso, lá se inverte a ordem.

6. Todas elas têm o aviso final: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às comunidades! (2.7,11,17,29;3.6,13,22).

7. Todas elas terminam com uma promessa ao vencedor (2.7,11,17,26-28; 3.5,12,21). Expressões:

V. 14: Amém: alusão a Is 65.16;

O princípio da criação de Deus-Cristo identificado com a sabedoria e com a palavra criadora.

V. 17: A nudez espiritual de Laodicéia está em contraste com sua prosperidade e suficiência.

V. 18: Possas enxergar: alusão às especialidades de Laodicéia: aí se fabricavam vestes, como também um pó especial para curar os olhos.

V. 20: Cearei com ele e ele comigo: refere-se à intimidade com Jesus; prelúdio do festim messiânico (Mt 8.11 s.). Muito provavelmente trata-se de uma alusão litúrgica.

O autor de Apocalipse escreve para cristãos perseguidos. Tudo tem que partir de uma profunda fé na ressurreição. Jesus está vivo e presente no meio de todas as igrejas. Este é o fundamento da esperança que dá coragem para agir e enfrentar as perseguições, por piores que sejam.

As cartas às sete igrejas que estão na Ásia (1.4) mostram que o Ressuscitado está presente na vida das comunidades. Ele age e fala às igrejas. Mostra que a vida das igrejas é uma tensão. Jesus está vivo e abre as perspectivas de vida e de ação para as igrejas. João fala em igrejas, isto é, comunidades, perseguidas, contestadas, sofridas, fracas, cheias de problemas e tensões internas, com gente pobre e oprimida; são, pois, sete pequenas comunidades perdidas no mar da vida e no mundo da história, que procuram aguentar firmes, apesar do vento contrário e apesar das próprias fraquezas. O autor dirige sua obra a sete igrejas da Ásia Menor, região à qual certamente pertence como cristão. Havia, sem dúvida, outras comunidades na região, o fato de só se referir a estas deve-se ao significado simbólico do número, que indica totalidade, perfeição.

Laodicéia estava situada na parte central da província da Ásia, 69 quilômetros a sudeste de Filadélfia. A água de Laodicéia era morna, por causa de suas fontes termais, e assim também a igreja dessa cidade era espiritualmente morna (3.16). O ouro, as vestes brancas e o colírio, remédio para os olhos, citados em 3.18, podem referir-se aos produtos da indústria local.

A igreja de Laodicéia é rica (v. 17). Tem tudo e julga não precisar de mais nada. Os seus membros são ativos; têm muitas obras, muitos serviços e fazem muitas reuniões; porém, é gente auto-suficiente; chega a dizer abertamente: não precisamos da ajuda de ninguém.

O Ressuscitado manifesta-se como sabedoria de Deus: é o princípio de tudo. A sabedoria tudo penetra e diante dela nada fica escondido (Pr 8.22). Ela vem e faz o julgamento dessa comunidade auto-suficiente e confiante nas próprias forças e obras.

Jesus faz ver o erro em que estão esses cristãos! Se essa comunidade fosse quente pelo amor evangélico, seria testemunha de Jesus e não se vangloriaria de maneira tão orgulhosa, pois saberia que tudo é graça, e sem o amor que vem de Deus nada poderia ser ou fazer.

Se fosse fria, como os pagãos, poderia pelo menos ouvir a palavra de Deus e se converter; perceberia que a verdadeira riqueza vem só de Deus, e não de alguns trabalhosa ideias que a comunidade já possui.

Mas ela é morna. É medíocre e instalada; realiza algumas boas obras, no entanto, não se transforma totalmente. Acha que não precisa progredir e fica parada naquilo que já tem. Não quer se renovar e ir além de onde está agora.

A palavra de Jesus é incisiva: ele só pode vomitá-la (v. 16); contudo percebe a pobreza real desta comunidade; nesta auto-suficiência ainda ê digna de dó, de compaixão Jesus faz o apelo para a mudança, apresentando uma pedagogia para as comunidades muito satisfeitas com as próprias obras:

- A comunidade não pode ficar satisfeita com o que tem, tem que ir à fonte, que ê Jesus Cristo ressuscitado, para comprar o ouro da vida evangélica que somente Deus pode dar;

- Tem que se vestir de novo com a roupa branca, ou mudar de vida revestindo-se da própria vida de Deus que Jesus oferece. Somente esta veste cobrirá a vergonha da nudez descoberta pelo pecado;

- Tem que usar diariamente o colírio da fé, para que veja com clareza que somente Deus pode dar (v. 18).

Essa igreja nem fria nem quente precisa mudar de vida, e mostrar mais firmeza, mais consciência e coerência. Jesus está sempre presente e educa, vem e provoca conversão, mudança. Ele entra em comunhão, oferece a sua vida, a intimidade e relembra a ceia. Esta é a verdadeira salvação e o caminho para o crescimento. Quem escutar este pedido e apelo de transformação se realizará. Vencerá, como ele, todas as forças e formas de egoísmo, e viverá a vida, o Reino de Deus.

Ill - Meditação

O eixo básico e central é o desafio e questionamento à comunidade morna, neutra e auto-suficiente, que, arraigada e enraizada na sua riqueza, descarta e até exclui e intervenção de Deus em seu caminho.

João, portanto, através do Apocalipse quer clarear à comunidade sua situação de pecado, conscientizá-la da missão e testemunho a partir da fé e desafia a uma transformação.

A constatação firme e clara em relação à comunidade é de que ela é rica, e por isto acomodada para a tarefa cristã do envio e engajamento. A riqueza cega as pessoas; as comunidades ricas por isto são cegas para a realidade de não-vida. Arrepender-se, é pois, se desfazer do véu preto que esta à frente e tapa os olhos, para descobrir e ver o mundo que clama por uma posição decidida, não neutra, acomodada e indiferente. Arrepender-se e se converter é ungir os olhos com o colírio da fé que impulsiona a agir (Lc 4.18-19); é a opção clara do evangelho que a Igreja assume no mundo.

Portanto, a opção cristã de adesão radical a Jesus Cristo, tem consequências imediatas também no plano político; isto está claro para o Apocalipse. Ser cristão não é uma opção neutra, mas, ao contrário, exige atitudes que provocam reações cada vez mais fortes.

Assim hoje, como na época do Apocalipse. O choque era inevitável. A escola do Império Romano ensinava que o imperador tinha os seus deuses (2.14), em nome dos quais se declarava senhor do mundo, e exigia que o povo lhe prestasse culto (13.8-15); assim conseguiu montar um sistema que controlava a vida do povo e que explorava os pobres para aumentar o luxo dos grandes.

Os cristãos, no entanto, diziam o contrário: Jesus Cristo é o Senhor dos Senhores, para os cristãos, Deus é um só, criador de todos; todos são irmãos, em nome da fé viviam como irmãos e colocavam em comum os seus bens (At 2.44-45; 4.32-34). Não queriam apoiar o sistema injusto do Império Romano (Ap 18.4).

Este é o campo de batalha, de tensão. Nele se definem os autênticos e não-comprometidos. Laodicéia queria manter-se neutra e indiferente. Para a fé, no entanto, isto não é possível.

Ser cristão é assumir o compromisso com a verdade e a vida para a transformação social a partir da opção pela libertação do povo escravo e oprimido hoje, na perspectiva da concretização do Reino de Deus entre nós; é crer no Deus que liberta (Dt 26) e que ressuscita para a vida (1 Co 15), do qual provém a fé que encoraja para um engajamento social nas lutas do povo sofrido, vitima do pecado social, do mundo encarnado na besta do capitalismo e seus instrumentos de dominação, opressão, aflição e miséria do povo.

O projeto de Deus, a proposta do Reino, é a sociedade igualitária na qual há justiça e paz, igualdade e partilha, o amor e a vida. A proposta de Deus precisa se tornar nossa, e por ela precisamos lutar. Não podemos, por isto, ser meio-termo; pois, a neutralidade, a mornidade se colocam a serviço do sistema. Ou somos frios, ou somos quentes. Não somos cristãos, ou somos. Ou nos colocamos a serviço do diabo, ou de Deus. Laodicéia é exemplo disto.

A opção radical do cristão é Cristo; a partir desta, tudo o mais (realização pessoal, sucesso profissional, conforto, tranquilidade) passa para o plano secundário. Para muitos isto é difícil. O mais provável, porém, ê que falte a tranquilidade, que surjam problemas, que acabe o conforto e que venham inclusive perseguições, porque o cristão assume os problemas dos outros, luta pela verdade, dedica-se à causa da justiça.

Quem sabe, reside aí a resistência de muitos que pensam que a Igreja está criando conflitos. A Igreja não os cria; eles estão aí criados pelo poder e ideologia dominantes. A Igreja, ao contrário, clareia a proposta de Deus que é totalmente diferente da dos impérios e faraós atuais também. Não podemos servir a dois senhores; ou servimos a Deus ou às riquezas. A riqueza corrompe, perverte e acomoda (Laodicéia). Por isto precisa de arrependimento e de transformação da riqueza e acomodação em partilha e ação; também as comunidades ricas de hoje, que se sentam no seu trono dourado ou cruzado, não se comprometem com o Reino de Deus. A conversão proposta pelo texto não é meramente uma conversão moral ou espiritual, mas sim uma transformação de vida com suas implicações e consequências sócio-político-econômico-culturais. Portanto, as comunidades, Igreja quando fica em cima do muro, quando age com neutralidade, quando prega o Reino mas se perde na estrutura e se prende nas mordomias (Mc 6.7-13), quando não se põe do lado do fraco e oprimido, do faminto e injustiçado, então ela deixa de servir à causa de Deus que é a vida abundante, a partilha, a comunhão.

A comunidade, por outro lado, não vive de suas próprias forças, mas da graça concedida por Deus; por isto não pode ser auto-suficiente, nem compactuar com um império ou poder que domina, escraviza e martiriza.

Cristo é o Senhor da história. Em virtude de sua ressurreição ele reina eternamente. Nenhum acontecimento escapa ao seu conhecimento. A tudo e a todos ele está presente, e ainda que haja inúmeras marchas e contramarchas na história, ele a encaminha ao seu objetivo: em meio a todas as dificuldades e sofrimentos, Cristo dirige o desenrolar histórico para a abertura ao Reino de Deus.

O auge do arrependimento, da transformação, é a celebração da fé e da vida verdadeira que se dá na ceia do repartir (Ap 3.20-21), não como acontecimento isolado mas no conjunto de realizações e testemunho da comunidade.

A comunidade cristã precisa ouvir, aceitar e viver este desafio; não tem como cair fora.

Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

IV - Pistas para a prédica

a) Localizar o Apocalipse.

b) Caracterizar o texto.

c) A comunidade cristã precisa viver uma opção clara a partir do evangelho; não pode ser neutra.

d) Aprofundar a questão da riqueza que perverte, da acomodação e do ser auto-suficiente, em contra-posição à graça, envio e bênção de Deus.

e) Arrependimento deve provocar transformação (no texto: de riqueza em partilha; da auto-suficiência para a comunhão); questionar a comodidade e mornidade das comunidades frente à realidade de não-vida no país e região (caracterizar com exemplos próprios e locais).

f) A fé não acomoda, mas incomoda e desinstala. O fruto da missão é a celebração do Reino.

V - Subsídios litúrgicos

1. Intróito: Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele quem nos amou e enviou-nos o seu Filho como vitima de expiação petos nossos pecados. Caríssimos, se Deus assim nos amou, devemos, nós também, amarmo-nos uns aos outros. (1 João 4.10-11.)

2. Confissão de pecados: Senhor, confrontados com a tua humildade revelada em Jesus Cristo, constatamos que somos orgulhosos e que gostamos de ser auto-suficientes; reconhecemos, ó Deus, nosso descaso para com a realidade de não-vida no mundo maltratado e reprimido pelo poder do capital; pecamos também, Senhor, à medida em que o dinheiro, os bens, as riquezas nos tornam mornos e indiferentes ante o sofrimento e angústia dos sem-terra, sem-casa, sem-trabalho, sem-saúde, sem-escola, sem-alimentos; pecamos por nossa neutralidade e omissão frente aos graves conflitos provocados pelos poderosos contra o povo trabalhador; temos medo de nos posicionar claramente em favor do evangelho; confiamos mais na riqueza que perverte e corrompe do que em teu poder libertador. Transforma nossa gula e nossa sede de abastança num novo sentimento de justiça e esperança. Tem piedade de nós, Senhor!

3. Absolvição: E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação de vossa mente; para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade. (Rm 12.2.)

4. Oração de coleta: Senhor, guia-nos com tua palavra que nos desafia e convoca a sermos tuas testemunhas. Encoraja-nos para a opção clara do teu evangelho; tira de nós o medo e a neutralidade. Dirige-nos para junto dos necessitados, para que aprendamos a resistir e a perseverar contra o poder da riqueza que escraviza e acomoda. Fortalece-nos para a nossa tarefa libertadora como tua Igreja, com o teu Espírito Santo. Amém.

5. Leituras bíblicas: Is 26.7-15 e Mc 10.17-22.

6. Oração Final: Agradecer pela vida, pelos dons, pelo ânimo, pela fé, pela mensagem.
Interceder: pelas comunidades e suas tarefas, pelos necessitados, povos indígenas, sem-terra, operários/as, organização dos movimentos populares, pelos presbitérios, direção da igreja, pelas pessoas idosas, doentes deficientes, pelo respeito à natureza, pela resistência dos povos e nações e lutas por libertação.

VI - Bibliografia

- LESBAUPIN, l. A bem-aventurança da perseguição. Petrópolis, 1975.
- MESTERS, C. Esperança de um povo que luta, Petrópolis, [s. d.]


Autor(a): Paulo Augusto Daenecke
Âmbito: IECLB
Testamento: Novo / Livro: Apocalipse / Capitulo: 3 / Versículo Inicial: 14 / Versículo Final: 22
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1987 / Volume: 13
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 17911
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