Mateus 25.31-46

Auxílio Homilético

31/12/2007

Prédica: Mateus 25.31-46
Leituras: Eclesiastes 3.1-13 e Apocalipse 21.1-6a
Autor: Arteno Ilson Spellmeier
Data Litúrgica: Véspera de Ano Novo
Data da Pregação: 31/12/2007
Proclamar Libertação - Volume: XXXII

1 Informações exegéticas e reflexões teológicas

1.1 – O texto de Mt 25 caracteriza-se por sua radicalidade. Ele encerra o discurso apocalíptico de Jesus (24.1-25.46) e encontra-se somente em Mateus, não tendo paralelo nos evangelhos sinóticos. Devido à sua radicalidade, ele tem sua origem, possivelmente, em Jesus mesmo. Mateus pode ter entendido que “os mais humildes dos irmãos (e irmãs)” eram, antes de mais nada, as pessoas pertencentes à primeira comunidade, as pessoas que se decidiam por seguir as pegadas de Jesus e, fazendo isso, transformavam-se, muitas vezes, em pessoas famintas, sedentas, nuas, presas..., necessitando da solidariedade dos demais. Certamente não dá para excluir os seguidores e as seguidoras de Jesus da categoria dos “mais humildes dos irmãos (irmãs)”, mas restringi-los a esse grupo seria diminuir o alcance e a radicalidade da parábola.

1.2 – O acento do texto não está no julgamento em si, mas no anúncio de seu resultado e em sua fundamentação. Elucida-se o critério de separação, o parâmetro do julgamento: importa realizar as obras de amor e caridade – típicas tanto para a religiosidade e piedade judaicas como egípcias e persas. Realizar as obras de caridade “aos mais humildes dos irmãos (irmãs)” é fazê-las ao próprio Cristo, o Filho do Homem, que faz a separação e anuncia o resultado do julgamento, assim como a exposição de motivos. Cristo vem como Filho do Homem, salvador de todos os povos da terra, e ao mesmo tempo como Rei, como Messias, salvador do povo judeu, isto é, o julgamento e a promessa de salvação são universais. O horizonte do texto de Mateus 25 não se restringe mais somente ao povo judeu; ele está incluído, mas não é mais exclusivo (32). No horizonte do texto está incluída a comunidade como um todo, não se restringindo a indivíduos: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, no meio deles estarei” (18.20). Está incluída a comunidade judaico-cristã de Mateus, mas também a nossa comunidade. Estão incluídos os indivíduos, as pessoas em quem o Cristo de Deus se encarna e que por ele são julgadas, mas é o indivíduo dentro de seu povo, de sua nação, comunidade e cultura.

No texto, Cristo é apresentado como Filho do Homem que se identifica com os seres humanos, como rei poderoso que governa os seus súditos, como pastor que cuida de suas ovelhas e como juiz que as aparta umas das outras. Na pregação, todas essas designações de Cristo devem ser consideradas.

1.3 – As figuras das ovelhas e dos cabritos que serão apartadas traz consigo algumas dificuldades de interpretação. As seguintes interpretações são as mais usuais: a) permanecendo-se na figura, pode-se pensar na forma que os pastores daquele tempo usavam para apartar as ovelhas (que devido à sua lã podiam dormir ao relento, sem passar frio) dos cabritos (que tinham que ser postos em áreas cobertas, onde ficariam protegidos do frio da noite); ou b) pode-se constatar que a maior diferença entre ovelhas e cabritos é a obediência. As ovelhas seguem obedientemente seu pastor, enquanto os cabritos são mais independentes e precisam ser tocados; c) deixando-se a figura de lado e partindo-se para o que ela quer expressar, pode-se pensar na separação entre as pessoas que Jesus denomina de bem-aventuradas no sermão do monte e nas pessoas auto-suficientes, ricas e poderosas. As primeiras são as ovelhas à direita, as pessoas do segundo grupo, os cabritos à esquerda. As três tentativas de interpretação têm, a meu ver, contra si que em todas elas está predefinido quem são as ovelhas que ficarão à direita e os cabritos que ficarão à esquerda do juiz no julgamento, sendo os diferenciais a cor ou a maior dependência ou a posse de bens. Prefiro pensar que, como em outras parábolas e figuras do Novo Testamento, também nessa aquilo que Jesus quer expressar é maior do que a própria parábola. O critério de separação não são a cor, nem a lã, nem a dependência, nem a obediência, nem a auto-suficiência, nem a riqueza, mas única e exclusivamente a postura diante do Cristo na pessoa necessitada.

1.4 – Não há analogia na história das religiões para a identificação plena do Cristo de Deus com as pessoas pobres e necessitadas. “Aí o Rei responderá: Eu afirmo que, quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, de fato foi a mim que o fizeram” (v. 40). Não é dito “quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos é como se tivessem feito a mim”, mas é dito “[...] de fato foi a mim que o fizeram”.

É assustador defrontar-se com o próprio Cristo na pessoa faminta, nua, presa, doente, na criança vestida de trapos, no negro desprezado, na mulher indígena considerada inferior. É assustador que, de acordo com o texto, não tenho a liberdade de escolher em quem eu quero encontrá-lo. É assustador encontrá-lo fora do espaço sagrado, sem poder limitá-lo a esse espaço.

1.5 – Para Mateus, é irmão de Jesus toda aquela pessoa que escuta sua palavra e faz a vontade do pai, mas também aquela pessoa que passa necessidade e sofre. G. Barth formula a relação da seguinte forma: “Se o ser humano é julgado no Juízo Final por suas obras, isso significa que ele será perguntado por sua relação para com Cristo, do qual as suas obras dão testemunho”. E. Grundmann complementa: “Isso vale certamente para aquele que é chamado ao discipulado e que responde a esse chamado com obediência ou desobediência. Para ele, o estar-a-favor-dos-necessitados é uma parte de sua confissão a favor de Cristo. Aquele, no entanto, que não o conhece com ele se confrontará assim mesmo na pessoa pobre e necessitada, com ele se alia, e nesse encontro decide-se o seu relacionamento com o Cristo de Deus” (Grundmann, 1986, p. 528). Nesse caso, a confissão de que Cristo é o Senhor acontece no ato de voltar-se às pessoas necessitadas, com as quais Cristo se identifica, nas quais Cristo se encarna, nas quais ele está presente. Cristo está presente também fora do “mundo cristão”, nas pessoas necessitadas que dele nunca ouviram falar. Muito antes de qualquer missionário chegar aos povos indígenas, Cristo já estava no meio deles, nos mais necessitados, e no meio deles havia pessoas que dele deram testemunho, dando de comer e de beber aos necessitados, vestindo-os, visitando-os... Desobrigados da necessidade de converter o outro, podemos encontrar nele o Cristo de Deus.

2 Reflexões e pistas para a prédica

2.1 – O texto fala por si. É de uma clareza, simplicidade e radicalidade arrebatadoras. Via de regra, no entanto, já temos uma compreensão predefinida do texto, que se caracteriza por uma falsa espiritualização (“os pobres, na verdade, são os espiritualmente pobres”), pela moralização indevida (“se os pobres trabalhassem, não teriam necessidades”), pela tentativa esperta de definir, a partir de critérios próprios, os necessitados pessoais (“a minha primeira responsabilidade é para com a minha família e comunidade”), pela interpretação do cumprimento do “catálogo de caridade” como caminho para a própria salvação (“se eu cumprir a lei, Deus me ajudará”), por diferentes meios de “desradicalizar” o texto. Por outro lado, a maioria dos membros da IECLB (Bock, 1995, p. 302s.) sente-se em dívida com “os mais humildes dos irmãos (irmãs)”, sentimento de dívida que os persegue e oprime.

Temos que ter em mente que, na prédica, precisamos considerar essas pré-leituras e esse pré-entendimento do texto. Um ataque frontal contra esses certamente não vai trazer nada. Sugiro que se tente ganhar a comunidade para a simplicidade e radicalidade do texto. 1 – Ninguém é cabrito ou ovelha a priori, desde o nascimento, mesmo que o reino de Deus tenha sido preparado pelo Pai desde a criação do mundo (v. 34) – a atitude frente aos necessitados definirá se seremos cabritos ou ovelhas. 2 – A cada dia nos é dada a oportunidade de dar de comer aos famintos, de vestir os nus. 3 – E, o mais importante, o Cristo de Deus, que é rei e juiz, é simultaneamente o Filho do Homem e o pastor de ovelhas.

2.2 – O texto está previsto para a pregação no culto da véspera do Ano Novo e não mais, como em anos anteriores, no fim do Ano Eclesiástico, em que o enfoque estava voltado para as “últimas coisas”. Por isso talvez se deveria convidar os membros a olhar para trás, para o ano que passou, e para a frente, para o novo ano que se inicia, sem medo, refletindo sobre os momentos em que fomos cabritos e os momentos em que fomos ovelhas, avaliando nossa postura diante do próximo necessitado e planejando o novo ano como aquele em que dedicaremos mais atenção e tempo aos próximos estranhos e aos próximos familiares.

2.3 – O texto em pauta de Mateus 25 tem uma grande importância em minha vida pessoal. A descoberta de que encontro o Cristo de Deus no “mais
humilde dos irmãos (irmãs)” ajudou-me nas mais diversas fases de minha vida individual, comunitária e espiritual: 1 – a não me perder em especulações sobre Deus, seu Filho, suas ações, meu relacionamento para com ele e manter os olhos, os amores, os pensamentos e os sentimentos neste mundo, voltados para a realidade existente, para os “cristos” ao meu redor; 2 – a manter afastada a tentação de manipular, moldar e ajustar o Cristo de Deus aos meus desejos, às minhas ideias, à minha piedade e, quando isso porventura acontece, o primeiro índio marginalizado, a primeira criança de rua abandonada, o primeiro cachorro maltratado fazem-me voltar à realidade deste mundo caído, mas amado por Deus, ao Cristo encarnado no “mais humilde dos meus irmãos (irmãs)”; 3 – a descobrir que, se Cristo se encontra conosco através “dos mais humildes dos irmãos” neste mundo de Deus e não num espaço qualquer, ele quer que assumamos responsabilidade pelo mundo dos irmãos e das irmãs, em sua dimensão pessoal, espiritual, emocional, política, material, jurídica, econômica, familiar.

2.4 – Se o Cristo de Deus se encontra conosco e se encarna nos “mais humildes dos irmãos (irmãs)” e a nossa interação com eles passa a ser critério de salvação eterna ou condenação eterna, não nos é permitido supervalorizar nem subvalorizar as demais formas de o Cristo de Deus se encontrar conosco e de se encarnar: na palavra pregada e vivida, no Batismo da graça, na comunhão e perdão experimentados na Santa Ceia. Não somos donos da palavra, nem do Batismo, nem da Ceia, nem “dos humildes dos irmãos (irmãs)”. Na Palavra é Deus que nos serve. No Batismo é Deus quem está a nosso favor. Na Ceia é Deus que se está dando a nós. No “mais humilde dos irmãos” é Deus quem se confronta conosco. Tudo nos é dado de graça para podermos servir.

2.5 – A relação espiritual e mística com o Cristo de Deus torna-se mais profunda quando confrontada com a realidade de ter fome e sede, de ser estrangeiro, de estar nu, doente e preso do “mais humilde dos irmãos”, pois ela não mais está em função de si, não é mais deturpada pela ânsia pela própria salvação. Ela terá que ajudar a discernir as relações neste mundo, a suportar as contradições vividas pelos “humildes dos irmãos (irmãs)”, a ter esperança quando a coisa está feia, a acreditar que o Cristo de Deus continua a ter o poder de julgar com justiça, quando nos deparamos com injustiças mil, com juízes corruptos, com cristãos que conseguiram criar para si um “modelito” de piedade que está acima disso tudo e já não mais enxerga Cristo nos “mais humildes dos irmãos”.

Apesar de as ações arroladas como critérios de salvação e condenação fazerem parte do catálogo de “obras de amor e caridade”, as obras em si não têm nenhuma relevância no julgamento, pois nenhum dos dois grupos de julgados têm consciência de sua importância. O único diferencial são o fazer ou o não-fazer.

2.6 – Se o diferencial são o fazer ou o não-fazer, se Cristo está encarnado na pessoa necessitada, ele já está lá onde o missionário cristão ainda não chegou. O máximo que o missionário pode fazer é confirmar com seu próprio testemunho, em palavras e ações, que Cristo realmente se identifica e está
presente nas pessoas necessitadas e abençoará aqueles que delas cuidarem, dando de comer aos famintos e de beber aos sedentos, visitando os doentes e presos... O Cristo de Deus devolve às pessoas necessitadas e excluídas, com a sua presença nelas, a dignidade que elas têm como seres por Deus criados, voltando elas a ser imagem de Deus (Gn 1.26). Aos que ajudam as pessoas necessitadas a superar suas necessidades e a readquirir a dignidade de criaturas de Deus, independente de sua origem, raça, língua, cultura, país e religião, vale a promessa de Cristo: “Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o reino que, desde a criação do mundo, foi preparado pelo meu Pai...” (v. 34). Não é possível, dessa forma, prender o Cristo de Deus ao “mundo cristão”, nem a um discurso sobre a própria fé, nem a teologias bem elaboradas, nem a determinados rituais, por mais caros que eles sejam para nós e para outras pessoas. É assustador e, ao mesmo tempo, libertador dar-se conta de que o Cristo de Deus é maior do que a nossa capacidade de imaginá-lo: o Cristo de Deus está presente na criança maltrapilha das Filipinas; o Cristo de Deus está presente na mulher camponesa dos confins da China; o Cristo de Deus está presente no leproso da Índia; o Cristo de Deus está presente no jovem indígena no sul do Brasil... E aqueles que ajudam essas pessoas e o Cristo nelas têm a promessa do reino. A ajuda tem muitas dimensões: a direta e imediata, a de dar de comer e beber...; a pedagógica, a de ajudar a qualificar as pessoas necessitadas na busca pela comida e água, na satisfação de suas necessidades, na redescoberta de sua auto-estima e na reconquista de sua dignidade como pessoas feitas à imagem de Deus...; a política, a de ajudar na desmontagem das cercas ao redor dos poços com água e dos rios com peixes; a comunitária, a de ajudar a descobrir a força da união.

A missão junto a povos indígenas do COMIN baseia-se na mensagem desse texto: a) Cristo já está lá, tanto na pessoa necessitada como naquela que dá de comer, beber, vestir..., como juiz e Filho do Homem, rei e pastor; b) nós só precisamos confirmar com nosso testemunho que ele realmente está lá, com um rosto indígena; c) aprender a reconhecer nesse rosto indígena diferenciado o Cristo de Mateus 25 e com ele dialogar; d) viver até as últimas consequências o principal diferencial entre os salvos e os condenados de Mateus 25: envolver-se com as pessoas necessitadas e suas necessidades.

2.7 – A identificação plena de um Deus com os necessitados e com os pobres de seu povo não tem analogia na história das religiões.

Como devemos imaginar sua presença na pessoa do necessitado, fora do espaço sagrado? Estará Cristo presente nos “mais humildes dos meus irmãos” através de uma união mística? Ou estará ele se encarnando em cada uma dessas pessoas, até na humanidade toda, de acordo com Apocalipse 21.3, onde diz: “Agora a morada de Deus está entre os seres humanos! Deus vai morar com eles, e eles serão o seu povo. O próprio Deus estará com eles e será o seu Deus”? Onde se encontra a nossa dificuldade? Será que não con- seguimos imaginar o Deus, todo-poderoso, entre nós? Será que não cabe em nossa cabeça que ele optou por estar entre nós justamente por intermédio das pessoas que desprezamos, menosprezamos, julgamos como menos valiosas,
honradas, merecedoras?

2.8 – Se me defronto com Cristo no próximo necessitado, não há espaço para divagações, nem especulações. Se no dia-a-dia me defronto com Cristo no menino e na menina de rua, nas pessoas famintas, doentes, presas, moribundas, não vou poder manipulá-lo, nem formá-lo à minha feição, pois a realidade é mais forte. O Cristo presente me desafia e impede que a minha fé seja abstrata. Os povos serão convocados para o julgamento.

Aqueles que são abençoados não o são porque cumpriram obras de amor e caridade (eles nem sabiam que o estavam fazendo), mas porque deram de comer e vestir, porque visitaram os doentes e presos.

2.9 – A graça de Deus está numa relação direta com o Cristo na pessoa necessitada. Vivemos na tensão entre a graça recebida de Deus e o “dar de comer aos famintos, de visitar os doentes e presos”. A graça do Cristo de Deus sem o Cristo no “mais humilde dos irmãos (irmãs)” é uma fata morgana, uma bolha de sabão, uma ilusão que não resiste à realidade. Quem atende o Cristo no “mais humilde dos irmãos”, quem o reconhece como necessitado e põe-se a vesti-lo, alimentá-lo, visitá-lo vive da graça de Deus para persistir contra todas as aparências, para não desacreditar, para o ato do amor não se transformar em lei.

O rei e o juiz são o Filho do Homem e o pastor, mas o Filho do Homem e o pastor também são o rei e o juiz.

2.10 – O texto todo é composto por figuras e metáforas. A tarefa mais importante consiste em ordená-las e esclarecer suas limitações. A metáfora do julgamento, por exemplo, é de uma plasticidade que dispensa grandes interpretações. Como todos temos uma pré-leitura do texto, é importante confrontar a comunidade com algumas possíveis chaves de leitura: 1 – ninguém é ovelha ou cabrito por nascimento ou porque acha que “tem Jesus no coração”; o dar de comer ou não dar de comer ao necessitado é o diferencial; 2 – na pessoa necessitada o Cristo de Deus está presente, assim como está presente na Palavra, na Ceia, no Batismo; 3 – todo dia nos é dada a oportunidade de dar de comer aos famintos, de vestir os nus...; 4 – o Cristo de Deus é simultaneamente rei e Filho do Homem, juiz e pastor.

3 Subsídios litúrgicos

Confissão de pecados:

L – Deus, há mãos – e podem ser as minhas
– que estão sempre ativas, trabalhando sem cessar. Dia e noite estão ocupadas
e não encontram tempo para amar.
C – Kyrie leison.
L – Deus, há mãos – e podem ser as minhas
– que estão fechadas, e não há quem possa se aproximar.
C – Kyrie eleison.
L – Deus, há mãos – e podem ser as minhas
– que estão cansadas, e não há quem as possa aliviar.
C – Kyrie eleison.
L – Deus, há muitas mãos – e podem ser
as minhas – que, com saudade, buscam o aconchego junto a Ti.
C – Kyrie eleison.
L – Deus de ternura, Deus de paz, Deus de luz, Deus de amor, conduz-nos.
C – Kyrie eleison.
(Extraído do Livro de Culto VII, 302).

Oração da coleta:

Agradecemos-te, Senhor, por seres o pastor que nos apascenta e o juiz que nos julga. Agradecemos-te por nos podermos encontrar com o teu Filho pessoalmente nas pessoas necessitadas e por podermos nelas te servir. Pedimos e agradecemos pela promessa do teu reino. Pedimos que nos ensines a amar uns aos outros. Por Jesus Cristo, teu filho amado, que por nós morreu e ressuscitou e que continua a morrer e ressuscitar nos necessitados. Amém!

Oração de intercessão:

Agradecemos por teu inesgotável amor, por não abrires mão de tudo o que criaste e continuas a criar, Criador e Salvador. Agradecemos-te por nos convidares para ser teu povo e porque queres ser o nosso Deus. Agradecemos- te por poder te conhecer pessoalmente nas pessoas necessitadas.
Pedimos pelas pessoas doentes, perseguidas, dependentes, desapareci- das, pelas pessoas desenganadas, idosas, jovens, crianças, desempregadas e desesperadas. Restaura a dignidade delas com a tua presença nelas. Pedimos por todas as pessoas que têm responsabilidade nas comunidades sociais e religiosas, na política, economia, educação.
Abre os nossos olhos para te enxergarmos nos maltrapilhos, nas pessoas doentes, sozinhas, famintas, presas. Torna-nos capazes de viver de acordo com a nova aliança que fizeste conosco em Jesus Cristo: aptos a dar os passos necessários na política, comunidade e família para que ela se torne visível; capazes de orientar os nossos passos na prática da justiça e do direito do pobre, no exercício da solidariedade e compaixão; aptos a viver o ministério do acolhimento e da reconciliação.
Queremos comemorar a tua presença na tua Ceia, Senhor, como filhos e filhas, e viver de acordo com a tua vontade.
Queremos celebrar a tua encarnação em tua palavra, como irmãos e irmãs, e viver de acordo com ela.
Queremos festejar a tua entrega no Batismo, como cidadãos e cidadãs do teu reino, e seguir os teus passos.


Queremos acolher-te e servir-te nos “mais humildes dos irmãos (irmãs)“
e ser-te gratos por chegares tão perto de nós. Amém!

Bênção:

O Senhor esteja à nossa frente, para nos mostrar o caminho certo. O Senhor esteja ao nosso lado,
para nos abraçar e proteger dos perigos. O Senhor esteja atrás de nós,
para nos preservar das armadilhas dos maus. O Senhor esteja debaixo de nós,
para nos amparar quando caímos. O Senhor esteja dentro de nós,
para nos consolar quando estivermos tristes.
O Senhor esteja ao nosso redor como um muro protetor, para nos defender quando outros nos atacarem.
O Senhor esteja sobre nós, para nos abençoar.
Assim nos abençoe o bondoso Deus de todos os povos. Amém! (Baseado numa oração de Patrick, o apóstolo da Irlanda, falecido em 461)

Bibliografia

BOCK, Carlos Eduardo. Meditação sobre Mt 25.31-46. In: Proclamar Libertação, v. XXI. São Leopoldo: Editora Sinodal, 1995. p. 302-306.
GRUNDMANN, Walter. Das Evangelium nach Matthäus. In: Theologischer Handkommentar zum Neuen Testament. 6. ed. Berlim, 1986.
REIMER, Ivoni Richter. Meditação sobre Mt 25.31-46. In: Proclamar Libertação, v. XXVII. São Leopoldo: Editora Sinodal, 2001. p. 291-296.


Autor(a): Arteno Ilson Spellmeier
Âmbito: IECLB
Natureza do Domingo: Silvestre/Véspera de Ano Novo

Testamento: Novo / Livro: Mateus / Capitulo: 25 / Versículo Inicial: 31 / Versículo Final: 46
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 2007 / Volume: 32
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 18551
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Não há pecado maior do que não crermos no perdão dos pecados. Este é o pecado contra o Espírito Santo.
Martim Lutero
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