Força Jovem

Comentário e Reflexão

29/06/2012

HPD 416 - Força Jovem

Comentário de P. Ms. Evandro Jair Meurer

Desde o meu primeiro pastorado em Caxias do Sul-RS havíamos formado o Grupo de Canto Conjunto Cristo Bom Pastor (minha esposa e eu e mais dois casais da Comunidade com este nome). Mesmo com minhas transferências pastorais o grupo continuou ensaiando e participando de festivais de música da e na IECLB. (FEC=Festival Evangélico da Canção; MUSISACRA = Festival de Música Sacra da IECLB). E isso me animava e desafiava a compor. Nosso estilo surpreendia a muitos, agradava a uma boa parte dos ouvintes e jurados, mas suscitava questionamentos e críticas de alguns (afinal como quase tudo na vida). Compunha e interpretávamos desde 1987 hinos evangélico-luteranos em ritmo, estilo e linguagem (e até indumentária) gauchesca. Com as críticas se sobressaindo às vezes, buscava em algumas composições, “manerar” na linguagem gauchesca e manter o estilo musical e de interpretação (violão, gaita e bombo-leguero1). Além deste contexto e momento de minha vida, duas coisas pesaram muito no que se refere à motivação e inspiração para compor este hino HPD 416 Força Jovem.

O tema do ano da IECLB: Para o biênio 1996-1997 a IECLB propunha como tema de reflexão a frase “Somos Igreja. Que igreja somos?” Tanto o Conselho de Música da IECLB, responsável pelo MUSISACRA, quanto nós, compositores, nos antecipamos na produção musical temática com vista ao tema da igreja. Já em 5 de agosto de 1995 (em São Leopoldo-RS) no 4º MUSISACRA – FASE REGIONAL – IECLB-RE IV – o hino FORÇA JOVEM foi pré-selecionado e concorreu sendo que foi contemplado entre as músicas classificadas para representar a RE IV na FASE NACIONAL do 4º MUSISACRA acontecido na Comunidade Evangélica de Joinville, Igreja da Paz, de 3 a 5 de novembro de 1995. Infelizmente as músicas melhor avaliadas na fase nacional não foram contempladas com a gravação de LP como nos três MUSISACRAS anteriores.

O retiro “Força Jovem”: De setembro de 1993 a agosto de 1996 trabalhei em São Leopoldo, RS, na Paróquia Evangélica Imigrante (Igreja do Relógio). Ocupava um ministério (3º pastorado) focado na Educação Cristã de crianças, adolescentes e jovens em especial. Na Paróquia existia entre outras iniciativas uma equipe e uma proposta de trabalho com jovens recém-confirmados chamado “Força Jovem”. A Comunidade era e ainda é “histórica” na prática de Retiros do tipo “Reencontro de Casais”. E no desenvolvimento ou como extensão deste ministério, pessoas se sentiram chamadas a criar e oferecer um retiro, inspirado no formato e motivações do Reencontro... mas focado noutro público alvo: jovens de 14-15 anos, que no último ano haviam celebrado sua Confirmação de fé e, em especial, filhos de casais que já haviam participado do REENCONTRO. Como pastor orientador, participante da equipe organizadora e executora do retiro comecei a “sonhar” com um hino que pudesse ser “o hino” deste programa. Assim nasceu a composição.

Buscando uma linguagem “jovem”, mas mantendo minha veia musical gauchesca saiu uma melodia no gênero de “Chamamé”2.

A estrutura da letra, em especial as três estrofes, contemplam um trinômio que, na minha visão, resume todo o sentido e missão da vida cristã: louvar-amar-servir. O trinômio já me era empático e fazia parte de um hino muito cantado pelo jovens até então: “Quero louvar-te, sempre mais e mais.... Quero amar-te, sempre mais e mais... Quero servir-te, sempre mais e mais...” O final de cada estrofe fazia referência ao tema do ano da IECLB, condicionando o “ser igreja” ao LOUVAR, ao AMAR e ao SERVIR. A expressão “Força Jovem” a usei, além de contemplar o nome do RETIRO, no sentido de animar os jovens a não só lamentarem (como muitas vezes os escutava) pela forma como se sentiam sem espaço e sem valorização na igreja. Mas assumirem, ocuparem e se necessário conquistarem seu espaço e lugar. (Ainda hoje não entendo por que se constroem tantos salões e centros comunitário e tão poucos ginásios de esporte funcionais para servir de centro comunitário também). Palavras como “cantando”, “orando”, “dançando”, “novos grupos”, “amizade”, e “cara” foram pensadas e contempladas especialmente a partir de que observava na lista de prioridades e linguagem do jovem de então.

Logo que foi editado o volume 2 do HPD enviei uma observação à Comissão chamando a atenção para um erro na forma com que foram “montadas” as estrofes e o refrão. Na composição original cada estrofe foi composta e pensada em quatro linhas poéticas em rima e o refrão de duas.

P. Ms. Evandro Jair Meurer
Curitiba, 19 de janeiro de 2012

Notas:

1 Bombo leguero é um instrumento de percussão do tipo membranofone, originário da Argentina. Seu nome, leguero, vem do fato de que este instrumento pode ser ouvido até duas léguas de distância (ou aproximadamente 5 quilômetros). Com a colonização cultural da Argentina no Rio Grande do Sul no início século 19, o bombo leguero foi adotado pela música nativa gaúcha e até os dias de hoje segue sendo um instrumento tradicional do estado. http://pt.wikipedia.org/wiki/Bombo_leguero

2 Chamamé é um gênero musical tradicional da província de Corrientes, Argentina, apreciado também no Paraguai e em vários locais do Brasil(i.e. nos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul) e em outros países. Em sua origem se integram raízes culturais dos povos indígenas guaranis, dos exploradores espanhóis e até de imigrantes italianos. Na Argentina, o chamamé é dançado em compasso ternário, ou seja o chamamé valsado, na língua indígena guarani, chamamé quer dizer improvisação. O chamamé é o resultado do amor, da fusão de raças (etnias), que misturadas com o tempo contaram a história do ser humano e de sua paisagem, projetando-se inclusive para outras fronteiras. Utiliza o acordeão e o violão como instrumentos principais. http://pt.wikipedia.org/wiki/Chamam%C3%A9


Autor(a): Leonhard Creutzberg
Âmbito: IECLB
Hino: 416. Força jovem
Natureza do Texto: Música
Perfil do Texto: Comentário ou reflexão sobre hino
ID: 19202
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