João 13.31-35

Auxílio homilético

09/05/2004

Prédica: João 13.31-35
Leituras: Salmo 145.1-10 e Apocalipse 21.1-5
Autor: Werner Brunken
Data Litúrgica: 5º Domingo da Páscoa
Data da Pregação: 9/5/2004
Proclamar Libertação - Volume: XXIX
Tema: Páscoa

1. Considerações gerais

O texto de Jo l3.3l-35 foi trabalhado no Volume XVII do Proclamar Libertação. No mais, há falta de auxílios homiléticos sobre o texto acima. Preciso trilhar meu próprio caminho para descobrir e transmitir a mensagem.

2. Texto da pregação em relação aos demais

No Sl l45, Deus é exaltado como Rei por seus poderosos feitos. Seu nome é louvado para sempre. Dos seus feitos dar-se-á testemunho. Ele é benigno e misericordioso.

Em Ap 2l é relatada a realidade do novo céu e da nova terra, onde tudo será novo. Deus habitará com os seus e enxugará dos olhos toda lágrima.

Em ambos os textos, vemos como Deus é grandioso e capaz de transformar situações para o bem-estar da humanidade. No texto de Jo l3.3l-35, Jesus é glorificado e dá a receita para que vivam o seu amor uns para com os outros.

3. Contexto

Jo 13.3l-35 faz parte das palavras de despedida de Jesus, que começa no capítulo l3 e termina com a oração sacerdotal de Jesus no capítulo l7. São marcantes as seqüências dos assuntos tratados no cap. l3: Jesus lava os pés dos discípulos; ensina-lhes a humildade, servindo uns aos outros. Revela que no círculo íntimo dos discípulos há um traidor. Esta traição o glorifica para a morte na cruz. Ensina aos discípulos o amor de uns para com os outros. E termina desmascarando Pedro no seu propósito de seguir Jesus até a morte.

4. Reflexão sobre o texto

Após ter desmascarado Judas como traidor e este ter desaparecido, Jesus disse: Agora foi glorificado o Filho do Homem e Deus foi glorificado nele. É como se fosse um alívio para Jesus. Já em Jo l2.23 está escrito: “É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem”. Esta glorificação tinha como alvo final a crucificação e a ressurreição como caminho para a salvação da humanidade. Enquanto Jo l2.23 diz que Jesus vai ser glorificado, aqui diz que ele foi glorificado. Isto significa que com a saída de Judas o veredito sobre Jesus foi lançado: Ele será entregue nas mãos dos pecadores (Mt 26.45).

Jesus foi glorificado, pois com o gesto de afastar o mal de si ele venceu o príncipe deste mundo (l2.3l). A salvação da humanidade se concretiza na sua morte e na ressurreição. Tudo acontece em obediência completa ao Pai. Este é glorificado em Jesus.

O v. 32 também se refere à glorificação de Jesus, mas com especial atenção à ressurreição, quando Jesus será reintegrado à glória do Pai (veja Fp 2.9-ll).

No v. 33, Jesus trata os discípulos com muito carinho: “Filhinhos”. Ele bem que desejava ter a companhia dos discípulos na glorificação. Mas isto é impossível, pois sua glorificação passa pela morte na cruz e pela ressurreição. Nesse caminho, ninguém pode acompanhá-lo. Nesse caminho, concretiza-se o grande amor de Deus para com a humanidade.

Entretanto, uma ligação permanece entre Jesus e seus discípulos: viver no amor de uns para com os outros (v. 34). Este amor fraterno precisa ser vivido entre eles, mas também para com todas as pessoas. Neste amor, o mundo descobrirá que são discípulos (alunos) de Jesus (v. 35). Neste amor sem limites se manifesta a glorificação de Jesus.

5. Meditação

Estamos acostumados a ver glorificação, glória, ligada a situações de sucesso, de brilho, de vencer na vida. Glorificamos alguém por ter passado no vestibular. Glorificamos alguém por ter conseguido um bom emprego. Glorificamos alguém por ter feito uma boa viagem, tanto na ida como na volta. Pois na palavra glorificar estão inseridos: bem-aventurado (feliz), fama, boa reputação, honra, aplauso, louvor, magnificência, esplendor. São todas palavras que exaltam o ser humano.

Por outro lado, quando pessoas passam por situações difíceis – quais sejam: doenças, perseguições por defender a justiça, desemprego, pobreza –, não se glorificam tais situações. Pelo contrário, há uma profunda decepção e tristeza, que envolvem pessoas e grupos. Aí não se vê mais esperança para sair de tais situações e louvar e glorificar.

É nesse ponto que entra a importância da mensagem bíblica. Jesus expressa que justamente nos momentos de crise, de abandono por parte dos seus discípulos, pela traição (Judas) e negação (Pedro), ele e o Pai são glorificados. Pois Jesus vê além do momento de sofrimento. Ele aponta para o lugar, onde só ele pode estar, a saber, a cruz. Para lá vai o seu caminho. É ali que se expressa o grande amor pela humanidade. É ali que, por amor e misericórdia, tomará sobre si os pecados da humanidade. Jesus vê, portanto, a sua glorificação já a partir da traição de Judas.

Refletindo sobre essa maneira de ver a glorificação, somos desafiados a ter mais esperança nos momentos de angústia, de dor, de perseguição, de incompreensão, de falta de emprego, de calamidades. Somos desafiados para, nesses momentos, não esquecer de exaltar os grandes feitos de Deus conforme relatados no Sl l45. Somos desafiados, no meio de situações desesperadoras, a olhar para o novo céu e a nova terra, onde toda dor terá seu fim, conforme Ap 2l.

Estas não são palavras para encobrir os sofrimentos. São palavras para fortalecer a vida de fé e ver que há esperança e abertura para o novo. Jesus trilhou esse caminho e venceu. Com ele seremos vencedores.

Mas, para que tudo se concretize, há necessidade de permanecer no amor de uns para com os outros. Há necessidade de, no amor de Cristo, levarmos as cargas uns dos outros. Há necessidade de praticarmos a misericórdia uns com os outros. Há necessidade de vivermos a esperança a partir da ressurreição de Cristo.

Então seremos reconhecidos como participantes do Reino de Deus, se praticarmos o amor uns com os outros.

6. Celebração

Intróito (instrumentos, coral)

Damos as boas-vindas a esse encontro da comunidade cristã. Vivemos nos domingos após a Páscoa, lembrando que Jesus não permaneceu no sofrimento, na morte, mas ressuscitou e vive. Por isso, estamos reunidos em nome do Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Convido para cantar: “Senhor, meu Deus, quando eu maravilhado...” (Hinos do Povo de Deus, vol. 1, 254).

Confissão – Ó Senhor, nosso Deus, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua majestade (Sl 8.l ). Apesar da tua grandeza, vivemos momentos de muita angústia neste mundo. Confessamos diante de ti nossas fraquezas e nossa falta de esperança num futuro melhor. Perdoa-nos, ó Pai, pelo sangue de teu Filho Jesus Cristo.

Cantar ou falar em conjunto: “Tem, Senhor, piedade! (3x)

Deus no poder do seu Espírito nos perdoa, renova e fortalece para poder cantar a glória que pertence a ti e que preenche o vazio de nossas vidas.

Cantar: “Glorificado seja teu nome...” (Hinos do Povo de Deus, vol. 1, 253).

Oração: Senhor, nosso Deus e Pai! Obrigado por podermos estar reunidos em teu nome e glorificar-te por teus grandes feitos. Concede-nos a graça de ter ouvidos e mentes abertos para ouvir e viver as tuas palavras. Por Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Amém.

Leituras:
Convidar para ler o Sl l45.l-l0 (leitura em dois grupos).
Terminada a leitura, cantar: “Pela palavra de Deus saberemos por onde andar...” (Hinos do Povo de Deus, vol. 2, 38l – 1ª estrofe com estribilho).
Convidar para abrir a 2ª leitura: Ap 2l.l-5 (pedir a alguém para ler).
Após a leitura, cantar do hino iniciado 38l a 2ª estrofe.
Leitura de Jo l3.3l-35 pelo coordenador do encontro. Após, cantar do hino 38l a 3ª estrofe.

Pregação – reflexão (sugestão: seguir o esquema da meditação).

Confissão da fé cristã (a escolher pelo grupo ou pelo coordenador).

Recolhimento das ofertas – explicar para que finalidade são destinadas as ofertas. Motivar. Cantar. Após o recolhimento, levá-las ao altar e agradecer pelas ofertas, pelos doadores e interceder pelos que as recebem.

Avisos comunitários e boas-vindas aos visitantes.

Oração final – Enaltecer a grandeza das obras de Deus. Agradecer pela oportunidade do encontro. Desafiar para viver concretamente o amor de Deus. Interceder pelas pessoas, grupos, igreja, autoridades constituídas e outras situações que surgirem no encontro. Encerrar a oração com o Pai-nosso (em conjunto).

Canto: “Seu nome é maravilhoso...”(Hinos do Povo de Deus, vol. 1, 235).
Bênção:

Abençoa, Pai Celeste, o teu povo em graça e amor!
Com o teu vigor reveste nossos corações, Senhor!
Tua face volta a nós, dá que ouçamos tua voz!
Deus Triúno, a ti louvamos, tua glória proclamamos.
(Pode ser cantado: Hinos do Povo de Deus, vol. 1, l26)

Bibliografia

BORTOLINI, José. Como ler o Evangelho de João. 5. ed. São Paulo: Paulus, l994.
LIEVEN, Guilherme. Auxílio Homilético sobre João l3.3l-35. In: Proclamar Libertação. São Leopoldo: Sinodal, l99l, vol. XVII.
STRATHMANN, Hermann. Das Evangelium nach Johannes. 8. ed. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, l955.

Proclamar Libertação 29
Editora Sinodal e Escola Superior de Teologia


Autor(a): Werner Brunken
Âmbito: IECLB
Natureza do Domingo: Páscoa
Perfil do Domingo: 5º Domingo da Páscoa
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 13 / Versículo Inicial: 31 / Versículo Final: 35
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 2003 / Volume: 29
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 7140
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