Entrevista com o Pastor Presidente da IECLB

01/12/2011

Entrevista com o Pastor Presidente da IECLB

Anuário: Pastor Presidente, os leitores do Anuário Evangélico com certeza gostarão de conhecer um pouco mais da vida, da pessoa e do pensamento do Pastor Presidente de sua igreja. O senhor poderia nos dar alguns de seus dados pessoais?

Pastor Presidente: Com todo o prazer. Eu sou Nestor Paulo Friedrich, filho de Lebrecht Teo Friedrich e Helmira Laura Lüdtke Friedrich. Nasci em Agudo/RS, no dia 26 de outubro de 1957. Sou casado com Sofia Grau Friedrich, que é professora, e pai de duas filhas, Paula e Laura.

Anuário: Sabemos que o senhor é Pastor da IECLB. Como foi a sua caminhada de formação?

Pastor Presidente: Após o ensino primário, estudei no Instituto Pré-Teológico, em São Leopoldo/RS - 1971-1977. Concluído o segundo grau, fiz graduação em Teologia na Faculdade de Teologia da IECLB, em São Leopoldo/RS - 1978-1982. Mais tarde, de 1995-1999, fiz o Doutorado em Teologia: Bíblia, no Instituto Ecumênico de Pós-Graduação, em São Leopoldo/RS.

Anuário: Para onde o levou a sua atividade como Pastor de Comunidade?

Pastor Presidente: Minha experiência em atuação pastoral em comunidades adquiri em três paróquias: a) Paróquias de Canguçu/Piratini — Distrito Eclesiástico Rio Camaquã, na então Região Eclesiástica IV - de fevereiro/1983 a dezembro/ 1989; b) Paróquia de Dr. Maurício Cardoso — Distrito Eclesiástico Buricá, na Região Eclesiástica III - de julho/1989 a fevereiro/1995; c) Paróquia de Nova Hartz — no Sínodo Nordeste Gaúcho, de agosto/1999 a fevereiro/2003.

Anuário: Mas suas atividades não se restringiram só a Paróquias e Comunidades. Onde mais o senhor atuou até aqui?

Pastor Presidente: Minha atuação sempre teve ligação com a Igreja. Fui Pastor Orientador da OASE - DE Extremo Sul; Pastor Distrital no DE Buricá / RE III -junho/1991 - junho/1993; Vice-pastor coordenador da JE — DE Buricá — 1994; Pastor Orientador da OASE no Sínodo Nordeste Gaúcho — julho/2000 — julho/ 2002; Vice-pastor Sinodal no Sínodo Nordeste Gaúcho - gestão do P. Homero S. Pinto —julho/2002 — março/2003; Professor na Faculdades EST - São Leopoldo/RS - 2000-2001 e na ESTEF -Porto Alegre/RS - 2002; Secretário Geral da IECLB de março/2003 a dezembro de 2010. E, após ter sido eleito pelo Concílio da Igreja, fui instalado como Pastor Presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil no dia 19.12.2010.

Anuário: Assim que o senhor assumiu a Presidência da IECLB, quais foram os primeiros passos que o senhor entendeu necessários dar?

Pastor Presidente: Os primeiros movimentos realizados pela atual Presidência foram no sentido de reunir, compor, valorizar, promover, entender e, sobretudo, tirar consequências. Estes passos estão sendo dados juntamente com os 18 Pastores Sinodais e o Conselho da Igreja. Entendo que ser Pastor Presidente é ser um ouvidor com atitude. É fundamental buscar perceber onde estão os entraves para a missão e coordenar a construção de soluções. Cuidar da fé implica renovar constantemente as formas de proclamar com credibilidade o Evangelho, acompanhando a dinâmica da vida. Neste sentido, queremos promover a reflexão, discussão e pesquisa teológica.

Anuário: O Pastor Presidente da IECLB tem, sobretudo, uma tarefa pastoral junto à sua igreja. Na sua visão, como se deve concretizar na atualidade esta tarefa pastoral?

Pastor Presidente: Fundamental e urgente é a qualificação do cuidado pastoral para promover reconciliação, libertação, conversão, perdão, confiança, amparo mútuo, justiça e paz numa época de busca de valores para uma vida com sentido. O Pastor Presidente tem a tarefa de zelar pela unidade da Igreja. Unidade, contudo, não se impõe, mas constrói-se a cada dia, em conjunto e estando presente. Tem a ver muito mais com os propósitos que nos são comuns, do que com unidade estrutural. Não há e nunca haverá um único modo de viver e proclamar o Evangelho. Há isto sim, uma única Verdade, Jesus Cristo. Ele é o fundamento de nossa união. É à luz deste fundamento que precisamos avaliar nossas intenções, fazer nossos planejamentos e aparar as farpas de nossas diferenças que machucam e nos enfraquecem. Essa ação é conjunta, é comunitária, porque fé, esperança e amor agregam. Decorrem da graça e levam à responsabilidade de uns pelos outros. Tiram pessoas e organizações da apatia. Contagiam e provocam mudanças. Viabilizam a sustentabilidade, evitando desperdícios e sobrecargas. Organizam e geram responsabilidade. É ação conjunta que conta com a Presidência para intervir nas situações que fragilizam a comunhão, discriminam ou paralisam a missão. Pastorear nacionalmente a vida eclesiástica da IECLB implica em:

a) Apontar a direção, fazer a frente, assumir riscos, fazer escolhas. Para fazer isso bem feito, o Pastor ou a Pastora Presidente visita, ouve, está junto a comunidades, setores e organizações, membros, ministros, ministras, responsáveis por setores, irmãos e irmãs da ecumene;

b) Perceber as diferentes formas da igreja se expressar ao fazer missão e promover a interação e a divulgação dessas formas, para que a missão seja fortalecida e contagiante;

c) Supervisionar as instâncias administrativas, que atuam no âmbito da IECLB, com a finalidade de otimizar o suporte à missão;

d) Resgatar os princípios da descentralização missionária e administrativa e investir em amplo debate sobre os fundamentos básicos comuns a todos.

A vivência da fé, da esperança e do amor passa pelo respeito e pela confiança. É nesse aspecto que o cenário atual merece os maiores investimentos, para que regulamentos entrem como balizadores de princípios e de procedimentos assumidos conjuntamente, aceitos como essenciais para a promoção da missão, para que as relações entre pessoas e entre instâncias se pautem pelo que é fundamental, o Evangelho.

Anuário: No Concílio de Foz do Iguaçu que o elegeu Pastor Presidente, o senhor apresentou como programa para a sua gestão: Cuidar bem do bem da IECLB. Quais serão, na sua visão, as principais ênfases a serem dadas neste cuidado?

Pastor Presidente: Em minha opinião, há três ênfases a concretizar: 1) Qualificar o cuidado com a fé; 2) Qualificar o cuidado com a ação missionária (cuidado organizacional) e, fundamental, 3) Qualificar o cuidado com as pessoas. Estes três pontos têm vários desdobramentos; o principal desafio, contudo, se resume em construir novas relações pautadas pelo respeito e pela confiança. Para mim, isto começa pela construção de uma parceria e cumplicidade com os Pastores Sinodais, parceiros fundamentais na tarefa da condução teológica e pastoral da IECLB, com ministros e ministras da IECLB e nossas lideranças leigas.


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Âmbito: IECLB
Título da publicação: Anuário Evangélico - 2012 / Editora: Editora Otto Kuhr / Ano: 2011
ID: 31826
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Essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus derramou o seu amor no nosso coração, por meio do Espírito Santo, que Ele nos deu.
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