Assim foi a Festa da Colheita em Teófilo Otoni...
Mais de duas mil pessoas participaram da Festa da Colheita, promovida pela CETO (Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Teófilo Otoni), no dia 29 de agosto de 2004. O evento é realizado sempre no último domingo de agosto e conta com a participação de membros da CETO e de muitos outros visitantes. Caravanas provenientes do interior do município e de cidades vizinhas abrilhantaram mais uma vez esta tradicional e conhecida festa no Bairro Grão Pará da cidade de Teófilo Otoni.
Às 10 horas foi celebrado o culto de abertura com a participação de aproximadamente 500 pessoas. A pregação desta celebração de abertura iniciou há sete meses atrás, quando um grupo de 35 mulheres, dos 15 aos 87 anos de idade, coordenadas pela Pastora Marli Hoffmann Gaede, resolveu confeccionar três painéis de retalhos, usando uma técnica chamada fuxico. Este grupo de artistas inspirou-se em aquarelas do artista plástico El Shalom Wieberneit onde são retratados os vários períodos do dia, desde o amanhecer até o anoitecer. Desta maneira, unindo 5400 pequenos fuxicos, conseguiram criar três belos painéis que ajudaram a ornamentar o altar de mais uma Festa da Colheita: o nascer do sol, o sol do meio dia e o pôr do sol. Para completar a ornamentação do altar, os membros da Comunidade trouxeram plantas, frutas da terra, trabalhos manuais e outros donativos. Representantes de vários Pontos de Pregação, entraram em procissão, no início do culto, trazendo os seus cestos repletos de donativos, em gratidão ao Deus criador.
A mensagem do culto foi trazida pelo pastor Valdemar Gaede. Ele orientou-se no texto bíblico do Salmo 111.1-4 e destacou o carinho de Deus por toda a sua criação ao fazer a separação entre a luz e as trevas, criando o dia e a noite e todos os demais períodos oriundos dessa separação: madrugada, amanhecer, crepúsculo vespertino, anoitecer e assim por diante. Todas estas maravilhas querem despertar em nós muito louvor e devoção ao Criador de todo o universo, ressaltou o Pastor. O amanhecer ou o nascer do sol, pela sua beleza, já encantou muitos poetas, inclusive o rei-poeta Davi quando compôs: O rei que governa com justiça, que governa respeitando a vontade de Deus, é como o nascer do sol ( 2 Samuel 23.3-4) ou Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã ( Salmo 30). O pregador também enfatizou que, se recebermos o nascer do sol como uma bênção, então todo o nosso dia será bom. Como viveremos felizes durante o dia todo se não enxergarmos beleza no amanhecer?
No segundo painel é lembrada a hora do meio dia. Hora abençoada. Pode ser tempo de reencontrar a família, depois de uma separação de manhã. A bíblia relata que José, depois de um longo período separado de seus 11 irmãos, tem a oportunidade de tê-los a seu lado numa farta refeição por volta do meio-dia (Gênesis 43). E o poeta Davi se inspira na hora do meio-dia para falar de justiça: O Senhor fará sobressair a tua justiça como o sol ao meio dia (Salmo 37). O sol do meio dia quer nos motivar a pensar na fraternidade, na solidariedade, na partilha. A mesa posta, à luz do meio-dia é um convite para recebermos o alimento como dádiva divina e que, neste mundo de tanta injustiça, é urgente repartir.
O terceiro painel mostra a hora do pôr do sol. E o Pastor lembrou alguns dos mais belos hinos que falam do anoitecer. A noite, segundo ele, é hora de expressarmos a nossa confiança na proteção divina. É hora de reconhecer com gratidão, mesmo sendo pequeninos e frágeis seres humanos, repousaremos no colo seguro daquele que cuida de todo o universo.
Manhã, meio-dia e anoitecer: abençoados momentos que nos fazem pensar em Deus; preciosos momentos que convidam para a fé, a esperança e o amor.
Após a celebração que também teve a participação do Coral Martin Luther e do Grupo de Trombonistas da CETO, a Comunidade presente confraternizou com almoço e permaneceu na festa até o anoitecer. As tradicionais atrações da festa (brogodó, pescaria, caixa de surpresa, jogo do porco) alegraram, crianças, jovens e adultos. Doces e tortas alemãs adoçaram a festa.
