Gálatas 5.1,13-25

Auxílio Homilético

27/06/2010

Prédica: Gálatas 5.1, 13-25
Leituras: 1 Reis 19.15-16, 19-21 e Lucas 9.51-62
Autor: Teobaldo Witter
Data Litúrgica: 5º Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 27/06/2010
Proclamar Libertação - Volume: XXXIV 

1. Introdução

Há um fio que liga as diferentes partes do texto. Liberdade é o tema central. Mas não é qualquer liberdade. Paulo escreve a respeito da liberdade cristã: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou”. A liberdade é dada por Cristo. Ela é preciosa. Deve ser assumida e vivida por nós, pessoas livres libertadas. Foi paga com o sacrifício de Jesus Cristo. Esse é o tema que perpassa os textos bíblicos selecionados para esta data. As igrejas da Galácia haviam entendido e assumido viver nessa liberdade cristã.

O ser humano, no entanto, está sempre vulnerável. Diante da pressão e argumentação repensa as suas visões e compreensões. Pregadores judaizantes visitaram as igrejas. Semearam dúvidas em relação à legitimidade do apóstolo Paulo em pregar o correto evangelho. Implantaram a lei religiosa judaica nas comunidades. Com facilidade, as prescrições foram aceitas pelas igrejas. Paulo alerta com todas as letras a respeito do perigo das igrejas assumirem as leis recomendadas e, com isso, perderem Cristo e a liberdade para a qual ele os libertou.

Conforme Gálatas 5.1, 13-25, Paulo enfatiza a liberdade, mas também conduz a liberdade à vivência real do amor fraternal. Cristãos são libertados e não podem fazer da liberdade dada por Cristo instrumento da vida sem compromissos. Assim sendo, contrapõe liberdade e escravidão; carne e espírito; frutos da carne e frutos do espírito. E conclui com vida nova no amor, sempre.

As duas leituras indicadas são uma ponte importante para o olhar para trás. Para os gálatas, foi mais fácil fazer a ponte das obras da lei para a salvação, porque, em seu passado religioso, antes de conhecer Cristo, havia os comportamentos legalistas para poder viver em segurança, na idolatria.

No texto a seguir, faço comentários exegéticos sobre a Carta aos Gálatas. Depois, segue a meditação com três destaques: a escravidão do nosso passado; para a liberdade Cristo nos libertou e vida no Espírito. Descrevo, então, uma imagem para a pregação e importantes subsídios litúrgicos.

A Carta aos Gálatas é importante pela clareza de sua argumentação: salva- ção é obra de Deus; acontece somente pela graça de Deus, sendo aceita pelo ser humano em fé e confiança. As obras não são para ganhar a salvação, mas são frutos do amor já recebido.

2. Exegese

Galácia é nome que vem de galas, povo descendente de tribos celtas. Esses haviam migrado, em torno do 3° século antes de Cristo, do centro da Europa para a Ásia Menor, onde ficava a Galácia. Hoje, a terra faz parte da Turquia. O último rei da Galácia foi Amintes. Ele morreu no ano 25 a.C. A partir de então, os romanos anexaram o reino da Galácia a seu domínio.

Com exceção da carta de Paulo, a Bíblia revela pouco sobre a Galácia. São apenas cinco referências. Atos 16.6 menciona que Paulo, por causa de uma enfermidade, permaneceu algum tempo na região. Ensinou e organizou comunidades. Menciona dificuldade para pregar a Palavra, pois havia sido impedido pelo espírito. E foi chamado para anunciar o evangelho na Macedônia. No fim da segunda viagem missionária, Paulo atravessa a região da Galácia e Frígia, confirmando os discípulos (At 18.23). Em 1 Coríntios 16.1, Paulo lembra os cristãos de Corinto de que de-vem fazer da mesma forma como ele havia solicitado às igrejas da Galácia, isto é, ofertar no primeiro dia da semana para ajudar os necessitados de Jerusalém. Enquanto estava preso em Roma,

Paulo menciona que Crescente o abandonou e foi para a Galácia, conforme 2 Timóteo 4.10. Em sua primeira carta, Pedro saúda os cristãos forasteiros, inclusive os da Galácia (1Pe 1.1). Essas poucas notícias contrastam com a importância que a Galácia tem para a história da igreja primitiva.
Paulo escreve que esteve doente e, por isso, passou um período na Galácia. Na ocasião, pregou o evangelho pela primeira vez naquela região durante a sua segunda viagem missionária (Gl 4.13). Certamente Paulo fundou várias pequenas comunidades na região. A carta é dirigida aos crentes, às igrejas da Galácia (Gl 1.2). São pequenas comunidades dispersas pela província. Pela argumentação e relato de Paulo na carta, podemos perceber que as comunidades foram constituídas, em sua maioria, senão na totalidade, por pessoas de origem gentílica (Gl
1.12b; Gl 4.8).

As pessoas destinatárias da carta são abordadas como antigos pagãos (LOHSE, p. 55), que não conheciam Deus, serviam a ídolos e estavam escravizados pela natureza do mundo (Gl 4.8-9). Mas que, pela pregação de Paulo, haviam recebido o evangelho com alegria, gratidão e exaltação (Gl 4.14-15). Estavam felizes pela graça da chance de conhecer a Jesus Cristo, que liberta para a liberdade (Gl 5.1). Tudo ia bem. No entanto, o primeiro amor foi esfriando (Gl 5.7). Paulo mostra-se perplexo diante da fragilidade da fé dos gálatas e pela rapidez com que estão passando para outro evangelho (Gl 1.6). Superficialmente, mudaram de lado. Bastou que alguns cristãos judaizantes passassem pelas comunidades e colocassem dúvidas em relação à pregação de Paulo e pronto! A confusão estava instalada. Um dos motivos da carta é o alerta e a exortação às comunidades para viver a sua fé da graça e liberdade que Cristo trouxe. Outro motivo da carta é o fato de “surgirem subitamente pessoas que trabalhavam contra Paulo” (LOHSE, p. 55).

Paulo diz que são falsos irmãos aqueles que se intrometiam nas comunidades e perturbavam a vida delas com outros ensinamentos. Tinham o objetivo de “espreitar a liberdade que temos em Cristo Jesus e reduzir-nos à escravidão” (Gl 2.4). Essas pessoas de fora penetraram nas comunidades. Elas “[...] por um lado, suscitaram suspeitas de que Paulo não será um verdadeiro apóstolo e, por outro lado, atacaram o seu evangelho (Gl 1.10-12), declarando que eles estavam trazendo o Evangelho verdadeiro e completo (Gl 1.6-9), visto que Paulo procurava agra- dar a homens, teria retido aos gálatas a lei” (LOHSE, p. 55-56). Esses falsos irmãos, segundo Paulo, estão trazendo outro evangelho. Estão ensinando que “[...] do evangelho pleno faria parte também a lei, e por isso era necessário circuncidar- se (Gl 5.2; Gl 6.12), aceitar o calendário de festas judaicas (Gl. 4.10) e observar as prescrições de pureza e alimentação (Gl 2.11-21). Justo perante Deus poderia ser somente aquele que tivesse obras para exibir, como a lei as exigia” (LOHSE, p. 56). Esse ensino certamente estava induzindo os gálatas a olhar para trás, para o tempo em que viviam das obras, na sua religiosidade popular de ver o mundo e as divindades. Ao olharem para trás, estavam sendo seduzidos novamente pelas obras como mérito para agradar as divindades e aplicar a sua ira. Olhar para trás, nesse sentido, significa a prisão das obras e a perda de Cristo Jesus.

Paulo está incomodado com essa intromissão dos “falsos irmãos” com ensino diverso do seu evangelho. Ele diz que eles são “[...] destruidores de comunidades, os quais transformam a Boa-Nova em seu oposto (Gl 1.6-9). Quem aceita a sua doutrina torna-se obrigado a cumprir toda a lei, mas com isso perde a Cristo (Gl. 5.2) e recai na escravidão em que vivia como pagão (Gl 4.9s)” (LOHSE, p. 56).

É interessante observar a clareza teológica e prática com que Paulo refuta o legalismo judaizante. Nas palavras de Lohse, “[...] contra a proclamação de que a lei é necessária à salvação, Paulo realça a verdade do evangelho, que não tolera nenhum complemento ou acréscimo. A salvação é concedida, unicamente, pela misericórdia de Deus e recebida exclusivamente na fé” (LOHSE, p.57).

A Carta aos Gálatas é importante pela clareza de sua argumentação: salvação é obra de Deus, acontece somente pela graça de Deus, sendo aceita pelo ser humano em fé e confiança. A igreja não é um movimento cultural, moral ou um legalismo positivado. A Carta aos Gálatas, com o desenvolvimento de sua controvérsia, fundamenta-se como um bonito e comovente testemunho de que, como povo de Deus composto por judeus e não-judeus, a igreja não se resume a uma cultura, mas ela ensina e vive a palavra do seu Senhor junto a todas as diferentes criaturas.

3. Meditação

Como fio condutor da meditação, busco a imagem de voltar atrás, olhar para trás. Tanto os textos das leituras como da pregação o permitem fazer.

3.1 – A escravidão do nosso passado

1 Reis 19.15-16, 19-21 – Elias passa adiante o bastão da profecia para Eliseu. Esse, antes de aceitar, precisa resolver duas questões de seu passado. 1 – A sua junta de bois, com a qual estava lavrando a terra, junto com outros trabalhadores e bois. Eliseu mata a sua junta de bois. Quebra a canga, o arado e a carroça e faz deles fogo para assar a carne dos bois e a distribui ao povo. 2 – Eliseu volta para casa. Despede-se de seu pai e sua mãe com um beijo. Portanto Eliseu acerta a sua vida com o seu passado, para que possa estar livre para o desempenho da missão profética que recebera de Deus através de Elias.

Lucas 9.51-62 – Jesus estava indo a Jerusalém. Pede pousada numa aldeia de samaritanos. Há exemplos do bom relacionamento de Jesus com samaritanos. Ele fala bem deles. Jesus até menciona samaritanos como protagonistas da ética do amor (Lc 10.25-37). Mas, nesse texto, como Jesus ia a Jerusalém, o passado de intrigas entre judeus e samaritanos falou mais forte. Os samaritanos negaram pousada a seu defensor: Jesus. Outras pessoas querem seguir Jesus. Um deles quer primeiro se despedir de casa. O outro quer, antes, sepultar seu pai. Todos têm assuntos ainda não resolvidos do passado. Jesus pega um exemplo da vida do povo: quem lavra e olha para trás não pode lavrar no reino de Deus. Na reflexão acima se enquadra a sabedoria popular: o corredor de rua (maratona) que olha para trás perde a corrida. Com esse gesto sinaliza que está cansando. Por outro lado, estimula seu concorrente a correr mais rápido. Ou a pessoa que romper seu relacionamento e sair para não voltar mais, se no caminho olhar para trás, voltará. São coisas do nosso passado que armazenamos em nosso ser e que, num momento oportuno, se manifestam. Decidimos, então, a partir deles. Toda pessoa que quer se livrar de algum problema (glutonaria, avareza, alcoolismo, drogadicção, luxúria etc.) só vai ter algum sucesso no seu intento se tomar a firme decisão de se livrar de seu passado. Caso contrário, será tragada pelos “fantasmas” do passado.

3.2 – Para a liberdade Cristo nos libertou

Os membros das igrejas da Galácia estavam escravizados em sua cultura religiosa, onde “outrora, não conhecendo Deus, vocês serviam deuses que, por natureza, não o são” (Gl 2.8). Portanto estavam sujeitos aos rudimentos do mundo (Gl 4.3b). Esses deuses, aos quais serviam, não libertam, não podem ajudar, porque seu poder está no limite da criação humana. A esses deuses, conforme a lei, os gálatas serviam para aplicar ira e ser beneficiados. Eram naturais, nesse contexto do passado, “a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias e coisas semelhantes a essas” (Gl 5.18-21). Cada uma dessas obras da nossa carne é como um bichinho de estimação que criamos nos quintais de nossas casas. Essa é a vida sob o “mundo e a nossa carne”, segundo Martim Lutero. O mundo refere-se ao ambiente de relações e influências humanas. Nossa carne refere-se à nossa cabeça, ao nosso velho Adão e velha Eva, que foram afogados no Batismo, mas que sempre estão prontos para emergir, atacar, escravizar e destruir. Olhar para trás significa olhar para Adão e Eva e chamá-los para que venham e nos escravizem. “O batizar com água significa que, por arrependimento diário, a velha pessoa em nós deve ser afogada e morrer com todos os pecados e maus desejos” (LUTERO, 2007, p. 18). Deve surgir nova pessoa. Mas não esquecer que a velha pessoa sabe boiar na água. Ela ressurge como um “fantasma” quando menos esperamos. Para os gálatas, a velha pessoa estava ressurgindo em forma piedosa e bem-intencionada a partir dos pregadores do legalismo religioso. Diante dessa realidade, Paulo não podia mesmo silenciar.

Viver a religião cercado por leis é mais fácil, simples, dá a sensação de segurança. E o ser humano, por natureza, é um ser que quer leis e segurança. Mas religiões e igrejas que fundamentam sua fé e vida na segurança da lei estão perpetuando a idolatria e alimentando seu velho Adão e sua velha Eva como bichinhos de estimação no quintal. Porém esse bichinho de estimação lindo pode crescer e tomar conta da vida, assim como uma lagartixa pode virar um crocodilo.

Os gálatas tiveram experiência de liberdade. Nós podemos ter experiência e vida de liberdade. Estamos sendo libertos por Cristo Jesus, por sua palavra, seus sacramentos e suas pegadas em nossa vida. É para a liberdade que Cristo nos liberta. Não vacilemos, pois facilmente caímos na superficialidade e pronto: estamos novamente na escravidão.

Liberdade – esse é o tema do nosso texto. Liberdade, ensinada por Paulo, não é conquista humana. Liberdade é graça de Deus. Liberdade, o presente de Jesus Cristo. Liberdade, não entre no jogo de escravidão. Liberdade: cuidado, pois leis e costumes podem escravizar. Liberdade, pois a carne pode levar à escravidão. Liberdade, atenção, ande pelo espírito. Liberdade, sustentada por Cristo, vivida em amor. Não escravize, ame. O mandamento de Cristo cumpre-se no amor: amarás a teu próximo como a ti mesmo (Gl 5. 14). Por isso em amor sirvam uns aos outros (Gl 5.13).

3.3 – Viver no Espírito

“Mas se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da lei” (Gl 5.13). A lei mostra que todos são culpados. Ela tem a função de refletir, como um espelho, as manchas dos pecados. Mas a lei não perdoa pecados. Ela tem a função de indicar o caminho, mas ela não é o caminho. Ela tem a função de conduzir ao desespero, igual a Judas, que, sem Cristo, não encontrou saída. Somente Cristo liberta para a liberdade, porque Cristo perdoa. Cristo é o caminho. Cristo leva à nova vida, que, como em Pedro, reconciliou consigo o pecador penitente.

Libertados para a liberdade por Cristo, amamos, porque Deus nos ama. A fé e a confiança em Deus levam-nos a produzir frutos do Espírito. Esses frutos são o amor, a alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio (Gl 5.22-23).

4. Imagens para a prédica

“Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus” (Lc 9.62).

Pedir às pessoas que, por um instante, olhem para trás. Assim como olhamos fisicamente para trás, também olhamos espiritualmente para trás. O que cada pessoa vê? Qual foi seu mundo espiritual? De liberdade e fé? De escravidão e descrença? O passado ajuda ou não na vocação cristã de fé?

Numa reportagem sobre cultura religiosa, uma mulher contou que, numa cidade do interior de Minas Gerais, os pais ensinavam aos filhos que, na Sexta- feira da Paixão, é proibido olhar para trás. Perguntada, ela disse que quem olha para trás nesse dia vê fantasmas atrás de si. Disse que muita gente já viu fantasmas. Certamente não há fantasmas nessa cidade, mas eles são coisas que as pessoas têm na sua cabeça. Os fantasmas estão na cultura e na cabeça do povo. Que fantasmas estão em nossa cabeça? Percebemos o mal que fazem? Há possibilidade de sermos libertados deles? Que “fantasmas” perturbam a vida e a comunhão em nossa comunidade? Não se trata de negar o passado, nem de desprezá-lo, mas de estar reconciliado com ele. Isso somente Jesus pode fazer. A psicologia pode ajudar a irmos ao ponto fundamental, escondido em nosso passado. Mas somente Jesus pode nos libertar, pois foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Somente ele pode nos perdoar e reconciliar com a vida.

Depois dessa introdução, sugiro a leitura de Gálatas 5.1, 13-25 e que a pregação considere os três pontos da meditação: 1. A escravidão do nosso passado; 2. Para a liberdade Cristo nos libertou; e 3. Viver no Espírito.

5. Subsídios litúrgicos

Saudação trinitária:

Comecemos em nome de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
Deus abriu seu coração misericordioso e se encarnou em Jesus Cristo para nos libertar para a liberdade. Deus derramou o seu Espírito Santo sobre o seu povo reunido, sobre a sua criação. Ele quer encher nosso coração para que ele transborde, como escreve João 7.8: “Rios de água viva vão jorrar do coração de quem crê em mim, diz Jesus Cristo”. Deus convidou-os para encher seu coração com sua Santa Palavra. Amém.

Confissão dos pecados:

“Os discípulos perguntaram a Jesus: Senhor, você quer que nós mandemos descer fogo do céu para os consumir? Jesus, porém, os repreendeu e disse: O Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas veio para salvá- las” (Lc 9.54-56).

Confissão de pecados:

Todas as pessoas têm uma ou mais fragilidades. Muitas vezes, gostaríamos de ter comportamento melhor, de viver com mais amor, de nos dedicar com mais carinho à causa da fé, da confiança, da palavra, da igreja, da paz e da justiça. Mas a indiferença, o comodismo, a inveja, o medo, o senso comum e a competição manifestam-se em nossos relacionamentos. Nascemos com a velha natureza pecadora. Ela se manifesta em diversos momentos da nossa vida.

Todas as pessoas têm problemas. Geralmente, as pessoas que mais nos amam são as mais prejudicadas com o nosso egoísmo. É necessário que olhemos para esses problemas, que os enfrentemos e que os tratemos. Sozinhos, no entanto, estamos verdadeiramente perdidos e sem chances. Jesus Cristo, por sua vez, está preparado, pronto e completo para nos acolher em nossas fraquezas. Vamos fazer, em silêncio, a confissão individual de pecados. (Deixar um tempo de silêncio para a confissão individual) Senhor, tu ouviste a confissão de pecados de cada pessoa aqui reunida.

Reconhecemos que pecamos em palavras, pensamentos, ações ou omissões. Todos esses pecados pesam sobre nós, causando tua ira temporária ou eterna. No entanto, estamos diante de ti para confessar os pecados. Senhor, trata-nos com misericórdia. Perdoa as nossas injustiças, nossa indiferença, nossa pequena fé e aumenta-nos a fé, melhora a nossa vida e nossos relacionamentos. Inclui-nos em teus propósitos de vida e salvação por causa do sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo. Suplicamos por misericórdia, Senhor.

Anúncio do perdão:

“Assim diz o Senhor à sua casa: buscai-me e vivei” (Am 5.5). Vocês creem que seus pecados foram ouvidos e estão sendo perdoados por Deus? Como creem, assim seja com vocês. Anuncio, em nome de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, o perdão a todos vocês que fizeram a sua confissão de pecados. O Senhor mandou anunciar o seu perdão e a sua graça. Nesta casa, acontecem neste momento vida e salvação, pois onde há perdão, há vida e salvação (Martim Lutero). Vão em paz, meus irmãos e minhas irmãs. Amém.

Kyrie:

Queremos lembrar e trazer diante do Senhor as dores do mundo. Pedimos ao Senhor pelas pessoas que são escravizadas pelo medo, pela violência, pela escuridão da ignorância, pela religião da lei, pelo poder, por ameaças, pela fome, pelo desemprego, pelos diversos tipos de drogas, por seus problemas não resolvidos e pelas doenças. Que o Senhor esteja com elas ali onde se encontram, em nossa cidade, nosso município, estado, país e mundo. Dê-lhes, Senhor, a felicidade de viver e de servi-lo, com alegria, boa vontade, disposição e criatividade. Amém.

Glória in excelsis:

Podemos e devemos nos alegrar com Deus. Estamos felizes porque Deus nos trata com justiça, com misericórdia e com sabedoria. Queremos prestigiar, agradecer, dar glória e louvor ao Senhor com as palavras do Salmo 104.24-35.
(Ler o salmo)

Oração do dia:

Deus, nós agradecemos, porque o Senhor nos convidou e conduziu até aqui, neste lugar, para culto. Pedimos que o Senhor envie o seu Santo Espírito. Que ele faça com que a tua palavra possa mexer conosco e nos capacitar para ser testemunhas de Jesus Cristo. Neste culto, em especial, pedimos que tu indiques também a parte que nos cabe como pessoas compromissadas contigo e com teu povo. Esteja presente, pela ação de tua Palavra e do teu Espírito, no cotidiano de todas as pessoas que se encontram aqui no culto. Assiste-nos com tua bondade e criatividade neste momento. Amém.

Intercessões:

Deus, obrigado pelo encontro e convívio, aqui neste culto, onde tu nos serviste com tua Santa Palavra. Graças pelo nascimento, vida, ensinamento, morte e ressurreição de teu filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, que trouxe luz e vida à nossa escuridão e morte. Obrigado pelo perdão que nos deste, por tua promessa em atender nossas súplicas pelas dores do mundo, pela pregação. Obrigado que tu permites nosso louvor através dos hinos. Graças pelo dinheiro que temos e que nos dá condições para viver melhor a vida e te ofertar para o trabalho da tua igreja, na sociedade. Obrigado, Senhor bondoso, pelo Espírito Santo que tu enviaste aos antigos e continuas enviando hoje. Ele nos consola, transforma, renova, fortalece e emprega no ministério do teu reino de vida, comunhão, fé, perdão e salvação. Senhor, o teu povo deseja interceder e pedimos que tu inclines teu rosto sobre nós e atendas as intercessões, se for de tua vontade e de nossa necessidade:

(Mencionar motivos de oração da comunidade)

Deus, nosso Criador, Libertador e Empregador, em tuas mãos nós confiamos as intercessões de tua comunidade, aqui reunida em oração. Queremos ainda, de forma especial, interceder pelos casais em conflito, pelos pais e filhos que têm dificuldades para se entender, pelos conflitos entre irmãos e irmãs, pelos conflitos comunitários, pelos conflitos na rua, no trabalho e em qualquer outra parte em que pessoas se agridem, traem, machucam, magoam. Pedimos que tu indiques também a parte que nos cabe como pessoas compromissadas contigo e com teu povo. Esteja presente, por tua Palavra e pela ação do teu Espírito, no cotidiano de todas as pessoas que exercem autoridade. Dá criatividade e ânimo ao presbitério para trabalhar e enfrentar as questões de fé e vida de fé de tua igreja em suas atividades. Dá coração aberto e sensibilidade para percebermos a importância da reconciliação contigo e com as pessoas ao nosso redor. Tudo o mais que precisamos para nossa reconciliação, vida e salvação, e tu bem sabes do que necessitamos, incluímos na oração que Jesus Cristo nos ensinou: Pai nosso....

Liturgia de despedida

Bênção:

Que o Senhor os abençoe e guarde. Que o Senhor os guarde dos caminhos do mal, das trevas e da morte. Que o Senhor os proteja de todos os danos e peri- gos. Em nome de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Envio:

Agora caminhamos em paz, na graça do Espírito Santo de Deus, cientes do nosso compromisso cristão de ensinar e viver na perspectiva do reino de Deus, que, em Jesus Cristo, já chegou. Enquanto caminhamos, vamos dizer ao mundo todo que o Senhor Deus é bom, justo e, através do perdão, mediante confissão, faz acontecer vida e salvação. Amém.

Bibliografia


BÍBLIA DE ESTUDO ALMEIDA. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. LOHSE, Eduard. Introdução ao Novo Testamento. São Leopoldo: Editora Sinodal, p. 53-58.
LUTERO, Martim. Catecismo Menor. São Leopoldo: Editora Sinodal, 11. ed. atualizada, 2007.


 




 

 

 


Autor(a): Teobaldo Witter
Âmbito: IECLB
Natureza do Domingo: Pentecostes
Perfil do Domingo: 5º Domingo após Pentecostes
Testamento: Novo / Livro: Gálatas / Capitulo: 5 / Versículo Inicial: 13 / Versículo Final: 25
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 2009 / Volume: 34
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 25106
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