Mensagem da Presidência da IECLB - IECLB 190 anos

22/10/2014

IECLB 190 anos!

Irmãs e irmãos!

Estivemos reunidos em Rio Claro/SP no 29º Concílio da IECLB, de 15 a 19 de outubro do corrente ano, para celebrar, ouvir relatórios, refletir sobre nossa caminhada e buscar estabelecer metas para os próximos anos da peregrinação desta parte do povo de Deus, chamada Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. IECLB, 1824 a 2014. Somos gratos pela caminha de 190 anos de Vidas Luteranas em Comunhão.

Nossos pais e mães que deram vida à IECLB eram gente “prestes a perecer” (Deuteronômio 26.5), gente oprimida por condições sociais degradantes, por servidão, por guerras e fome. Experimentaram morte. Mas, em meio a situações angustiantes, souberam da presença de Deus, que em Jesus Cristo mostrou seu rosto solidário com sua criatura muito amada (João 3.16). Tendo experimentado nova possibilidade de vida, reuniram-se em comunidades, nas quais havia muita partilha. Essa partilha era fundamental, pois o Brasil que os acolheu não lhes concedeu igualdade de direitos. Eram súditos, sem serem cidadãos. Seus matrimônios não eram reconhecidos, os cemitérios não acolhiam seus mortos, seus templos não podiam ter forma exterior e nem mesmo ostentar a cruz do Senhor. Quem, porém, conhece o Deus que se revelou em Jesus Cristo, não esmorece. Mesmo formando Igreja pequena, reivindicaram o direito de poderem ser diferentes, de terem seus direitos reconhecidos e abriram brechas na edificação de sociedade que acolhe a todos, sem discriminação. Sempre fomos Igreja diaconal e a diaconia é expressão maior do Reino de Deus.

Somos gratos por todos aqueles e aquelas que anunciaram, preservaram e testemunharam o Evangelho da graça e da misericórdia do Deus que, em Jesus Cristo, aceita incondicionalmente o ser humano e que, pela ação do Espírito Santo, mantém viva a fé apesar de todas as dificuldades. Nossa história nos compromete a proclamar no Brasil o que está expresso nas palavras de Lutero: “Devemos temer e amar a Deus e confiar Nele sobre todas as coisas“. É necessário que saibamos conclamar a todos, para que deixem Deus ser Deus. Isso significa aceitar a mensagem evangélica de que Deus acolhe a pessoa pecadora incondicionalmente. Deus se compadece das pessoas injustas, das pessoas pecadoras que creem. Disso decorre que, na Palavra de Deus, todos e, em especial nossos pregadores, deveriam saber distinguir entre Lei e Evangelho. Em nossa pregação, no centro sempre deverá estar o Cristo crucificado (1 Co 1.23). O rosto que Deus nos apresentou é o rosto do crucificado. Nossa sabedoria quer reconhecer a Deus na prosperidade. Deus, porém, quer ser reconhecido na cruz e no sofrimento de Jesus. A Bíblia nada mais é que uma manjedoura, na qual Cristo está deitado. Se não o encontrarmos, teremos palha somente (Lutero).

Assim, a Bíblia é clara, não necessitamos de revelações especiais que só distorcem o rosto de Deus revelado em Cristo. Como Igreja, somos “povo santo de Deus no mundo”, fundamentado na Palavra de Deus, Jesus Cristo; por ele somos alimentados, mantidos e fortalecidos. Somos reconhecidos, onde o evangelho da graça e da misericórdia é pregado, onde os sacramentos do Batismo e da Eucaristia são administrados conforme a instituição de Cristo, onde o perdão dos pecados é anunciado e vivido, onde a oração e o meio de santificação da santa cruz estão presentes: tentação e perseguição.

Não somos Shopping Center, mas possibilidade de encontro, de comunitariedade, onde pessoas pecadoras agraciadas são escolhidas, indistintamente, porque todas, realmente todas, carecemos da graça e da misericórdia de Deus. Por isso, enquanto Igreja, queremos ser e viver ViDas em Comunhão.

A Presidência, a partir do 29º Concílio da IECLB
 


Âmbito: IECLB / Instância Nacional: Presidência
Natureza do Texto: Manifestação
Perfil do Texto: Mensagem
ID: 30371
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Ao deixar de orar por um único dia sequer, perco grande parte da minha fé.
Martim Lutero
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