Realização na profissão

01/12/2011

Realização na profissão

Uma entrevista com a profa. aposentada Eleonora Ehlert Mantau

Anuário: Em que ano você assumiu o Jardim de Infância da Comunidade Evangélica de Pomerode?

Eleonora: Foi em junho de 1957 e lá trabalhei até 1973, quando me casei.

Anuário: Foi difícil aceitar este desafio?

Eleonora: A decisão de tornar-me professora de Jardim de Infância? Não foi, não. Mas eu nunca imaginei que o dia a dia fosse tão duro.

Anuário: E por que não?

Eleonora: Porque eu sempre gostava de lidar com crianças. Anuário: Você sabia, qual era o número de crianças que a esperavam? Eleonora: Não sabia, não. De repente eu estava na frente de 40 pequeninos aproximadamente.

Anuário: Que idade estas crianças tinham?

Eleonora: Tinham de 2 a 6 anos. Elas olhavam para mim, estranhavam meu jeito e eu estranhava o jeito delas. Anuário: E você tinha alguma ajuda? Eleonora: Tinha. Uma mocinha de aproximadamente 14 anos era minha ajudante imediata. E o grupo de OASE me dava apoio, quando eu precisava de alguma coisa.

Anuário: Quais eram os maiores problemas?

Eleonora: Conhecer-se mutuamente. Quase não havia brinquedos à disposição. Então eu tinha que inventar brincadeiras. As mais diversas, e sempre novas brincadeiras. Isto animava a turminha. Bonecas foram confeccionadas pelo grupo de OASE. Então as meninas já estavam melhor servidas. Devido os meus bons contatos com a Porcelana Schmidt (pois eu havia trabalhado ali antes) eles providenciaram balanços... Sempre havia pessoas com as quais eu podia contar, que pensavam junto, que ajudavam.

Quando necessário, também era aplicado castigo. Felizmente a disciplina era muito respeitada. As crianças obedeciam e, em raros casos, tinham que aceitar o seu castigo. Nunca houve reclamações a respeito do meu jeito de proceder.

Anuário: Quais as alegrias ?

Eleonora: Houve harmonia e um bom relacionamento entre os pais e a professora. Minha maior alegria era contar histórias: Contos de fadas e histórias bíblicas. Eu podia observar os olhinhos atentos da crianças, que não deixavam escapar nada. Uma visita estrangeira até se admirou do silêncio absoluto no Jardim. Então o pastor lhe explicou que provavelmente era hora de contar histórias. E era mesmo.

Encenações e teatro foram outros pontos altos. Para a encenação de Natal ensaiávamos, por exemplo, em separado com os que faziam o papel de pastores ou anjos, enquanto os demais brincavam. Só depois era feito o ensaio em conjunto no palco. Também se cantava muito. O número de crianças aumentava a cada ano. Era tão gostoso quando as crianças vinham correndo ao meu encontro para me receber e abraçar. Era um sinal que elas gostavam da professora, tanto quanto eu gostava delas. As apresentações com as crianças enchiam os seus pais de orgulho - e a mim, naturalmente, também.

Anuário: Hoje as turmas nos jardins de infância são bem menores. Por que será?

Eleonora: Parece que as crianças hoje são mais distraídas e precisam de mais atenção, não se contentam com pouco, estão mal acostumadas com todos esses brinquedos e instrumentos eletrônicos. É ali que dão atenção e se concentram.- Como contar histórias era meu forte, logo também me dediquei ao Culto Infantil na Igreja. E isto até os meus 80 anos.

Anuário: Como você definiria esta época de sua vida?

Eleonora: Apesar dos muitos desafios, esforços e - às vezes até problemas - foi minha época mais rica. Porque eu gostava do que fazia. Dava-me satisfação, um sentido para a vida. Só deixei o Jardim de Infância, quando me casei e , portanto mudei para outra vila. Mas o convívio com crianças continuou no Culto Infantil.

Anuário: Obrigada pela entrevista.

A entrevista foi realizada em nome do Anuário Evangélico por Elfriede Rakko Ehlert,
 com a professora de Jardim de Infância aposentada Eleonora Ehlert Mantau, 
residente em Pomerode/SC
 


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Âmbito: IECLB
Título da publicação: Anuário Evangélico - 2012 / Editora: Editora Otto Kuhr / Ano: 2011
ID: 31866
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