Neste fim-de-semana, com justificados motivos de júbilo, a Comunidade Evangélica de Ijuí e por extensão a comunidade ijuiense, por que não, estão vendo acontecer a reabertura da chamada Igreja do Relógio ou Igreja da Cruz, um dos marcos mais significativos da história de Ijuí.
Esse acontecimento ganha um cunho especial, pois vai coincidir com o transcurso do centenário de inauguração desse templo religioso, que se comemora no dia 8 de maio deste ano.
Essa centenária igreja, oficialmente inaugurada no dia 8 de maio de 1914, esteve no centro de uma polêmica que aflorou há cerca de uma década quando algumas lideranças da Comunidade Evangélica de Ijuí passaram a defender, sob o argumento da necessidade de ampliar o seu espaço físico, a derrubada das suas paredes laterais.
Esse posicionamento, no entanto, não encontrava apoio de uma parcela dos membros dessa comunidade religiosa, os quais entendiam que as reformas preconizadas representavam uma descaracterização desse templo, considerado um patrimônio histórico, cultural, artístico e arquitetônico do município de Ijuí.
Ao mesmo tempo, o Ministério Público, através da promotora Diolinda Hannusch, ingressou com uma ação civil pública visando o reconhecimento e a preservação desse patrimônio histórico, cultural e arquitetônico.
Diante dessa ação, o próprio Ministério Público e também membros da Comunidade Evangélica solicitaram ao Conselho Municipal de Cultura – Comuci, criado em agosto de 2006, um posicionamento sobre a questão.
Tendo por base o parecer emitido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado – IPHAE e reforçado por Relatório do IPHAN, em 2008, órgãos responsáveis por zelar pelo cumprimento do decreto-lei nº 25 e, pela própria Constituição, os membros do Comuci decidiram ratificar o parecer o IPHAE e recomendar “um estudo técnico visando potencializar sua utilização sem ocasionar alterações em sua área útil”.
Em novembro de 2010, o juiz Nasser Hatem , titular da 3ª Vara Cível da Comarca de Ijuí prolatou sentença condenando a Comunidade Evangélica de Ijuí “a obrigação de fazer consistente na restauração integral, parte externa e interna, do prédio da Igreja do Relógio, com observação dos critérios e parâmetros normativos e técnicos pertinentes à intervenção em prédio de valor histórico, cultural, artístico e arquitetônico, a fim de ser mantida a sua característica e tamanho”.
Face a essa decisão, a Comunidade Evangélica começou a proceder a reforma do seu templo que, agora, finalmente, voltará a acolher os seus membros nas celebrações religiosas, que nos últimos anos vinham sendo realizadas em dependências do Centro Evangélico.
Assim, podemos todos, evangélicos ou não, ijuienses enfim, proclamar:
Salve, salve, a Igreja Centenária! Salve, salve, a Igreja do Relógio!
Fonte: Portal Ijui.com
