Santo Amor, que me criaste semelhante a ti, Senhor

Comentário e Reflexão

30/06/2014

HPD 203 – Santo Amor, que me criaste semelhante a ti, Senhor

Letra: Johann Scheffler, 1657

Melodia: de Meiningen, 1693

Referências bíblicas: Gênesis 1.27; João 3,16; 1.João 4.16.

O texto do hino “Santo amor que me criaste” (no original alemão “Liebe, die du mich zum Bilde deiner Gottheit hast gemacht”) é da autoria de Johann Scheffler. Foi publicado em 1657 na sua obra “Heilige Seelenlust”, com 6 estrofes de 6 versos cada. (Mais tarde, em 1697 em Frankfurt/Main, alguém acrescentou mais uma estrofe, que não foi traduzida ao português).

A melodia é a mesma que se usa para o hino de Pentecostes (HPD 79) Vem, Espírito da Vida, verdadeiro e eterno Deus”, que foi achada em Meiningen, 1693. Esta melodia avança em linha reta no compasso de 4/4 ; deste modo enfatiza o aspecto da confiança em Deus, que o texto do hino expressa. [Uma outra melodia, composta por Wolfgang Steyer (nascido em 1920), acentua mais o texto devocional do refrão “Santo Amor, com gratidão eu te entrego o coração”.]

Conteúdo: Este é um dos profundos hinos que expressam o amor espiritual da alma para seu Salvador. Os estribilhos de todas as estrofes repetem constantemente qual deve ser nossa resposta ao grande presente de Deus: “Santo Amor, com gratidão eu te entrego o coração”. E o conjunto das estrofes ressalta um ou mais lados do Amor divino, formando um ramalhete colorido.

O primeiro verso da primeira estrofe nos leva para o 1º capítulo da Bíblia. Ali somos lembrados que o amor de Deus nos acompanha desde o início de nossa existência, pois Deus nos criou à sua semelhança (Gênesis 1.26-27). A continuação dá um pulo para o Novo Testamento e descreve João 3,16: O amor de Deus é tão grande que nos salvou da “terrível queda e dor”.

A 2ª estrofe trata do mesmo tema, usando outras palavras: Veja no AT: Jeremias 1.5 “tu me escolheste antes mesmo de eu nascer”, e no NT: João 1.14; I. Timóteo 1.15 e Gálatas 4.4-5 “do céu desceste e me vieste socorrer.”

Com a 3ª estrofe devemos recordar o alto preço que o amor de Deus pagou para nossa salvação (I. Pedro 1.18-19), de sorte que para nós a salvação é de graça (Efésios 2.8-9).

Na 4ª estrofe o Amor de Deus é comparado com o sol, que com sua “luz poderosa” faz crescer a plantas e dá nova vida “expulsando todo o mal” (II. Coríntios 5.17).

O resumo da doutrina cristã, apresentado nas quatro primeiras estrofes, não vale somente para ‘todo mundo’, mas também para mim pessoalmente. A 5ª estrofe nos faz olhar para dentro do próprio coração, eu sou desafiado a confessar: “Fui conquistado... salvo...por graça”. Eu sou convidado a seguir o exemplo de Jesus e com meu jeito de viver mostrar gratidão a Deus. (Efésios 5.1-2; I. Pedro 1.14-15).

A última estrofe, como acontece em muitos hinos, dirige nossa atenção para a eternidade. Diferente a outros hinos a última estrofe transmite a certeza da ressurreição “hás de me ressuscitar!”. Com esta certeza podemos enfrentar o final da vida terrena com fé e tranquilidade, pois “Paz e graça sempiterna aos remidos hás de dar.” E com esta certeza podemos orar e cantar sempre: “Santo Amor, com gratidão eu te entrego o coração”.

Curiosidade

Wetzel, em sua Analecta Hymnica II, relata que numa certa noite em 1722 Benjamin Schultze, um missionário alemão em Madras, Índia, descobriu este hino no Hinário de Freylinghausen; e cantando-o, ficou tão entusiasmado que determinou que seus estudantes em Malabar devem compartilhar o seu prazer. Naquela noite, ele traduziu verso após verso, não descansando até que ele tivesse terminado duas horas após a meia-noite . O sucesso que alcançou o levou a traduzir outros 103 hinos do alemão que em parte ainda são cantadas no Sul da India.

Fonte: http://www.hymnary.org/text/liebe_die_du_mich_zum_Bilde
 


Autor(a): Leonhard Creutzberg
Âmbito: IECLB
Hino: 203. Santo amor, que me criaste
Natureza do Texto: Música
Perfil do Texto: Comentário ou reflexão sobre hino
ID: 28884
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Devemos orar com tanto vigor como se tudo dependesse de Deus e trabalhar com tanta dedicação como se tudo dependesse de nosso esforço.
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