Uma janela para o mundo

01/12/1997

Uma janela para o mundo

Edelberto Behs

Quando o embriologista escocês Ian Wilmut, do Instituto Roslin, de Edimburgo, anunciou, na Quaresma do ano passado, a clonagem de uma ovelha — cópia idêntica de outro ser vivo produzida artificialmente e de modo assexuado — os balidos da ovelha Dolly ecoaram pelo mundo. A revelação gerou comentários, reações, análises e pegou a humanidade de surpresa.

De surpresa? Nem tanto. Há muito sabia-se que tal tentativa vinha sendo experimentada em laboratório. O tema, aliás, forneceu e continua injetando fértil material de ficção no cinema. Livros e livros foram publicados. Como anúncio concreto da possibilidade futura de clonar pessoas humanas surgiram os mais variados tipos de especulações.

E as igrejas, como se posicionam? Também elas, aparentemente, foram pegas de surpresa. A maioria delas sequer tinha, então, um posicionamento oficial a respeito, embora a clonagem seja assunto de pesquisa há anos. Anunciada a cópia da ovelha Dolly em laboratório, o jornal do Vaticano, o Observatório Romano, circulou com um apelo dramático: Não há mais tempo. Os governos precisam anunciar imediatamente o banimento legal e completo de quaisquer tentativas de clonagem humana.

O anúncio do pesquisador de Edimburgo abriu, na verdade, um flanco sobre a ética na pesquisa científica. Por mais que as igrejas tenham perdido terreno na opinião pública nos últimos anos, espera-se delas, no entanto, uma palavra orientadora, de modo especial num campo em que elas têm alguma coisa a dizer. Os balidos de Dolly repercutem também na sacristia!

Dar espaço a essa repercussão, ouvindo líderes eclesiásticos, instituições de pesquisa, escolas de Teologia, professores, pesquisadores, gente do povo foi a busca que a Agência Latino-americana e Caribenha de Comunicação (ALC) empreendeu, no caso, levando à mídia, secular e religiosa, a posição dos protestantes.

Essa é uma tarefa da ALC no dia-a-dia da informação, da opinião e da notícia. A agência oferece tal espaço a igrejas, setores da sociedade civil, movimentos sociais, populares e ecumênicos. Mas ela também recolhe dessas fontes a informação, num trabalho de mão dupla.

Hoje a ALC se define como uma agência ecumênica, de caráter protestante, que trabalha com correspondentes profissionais em 18 países da América Latina e Caribe. A agência, um antigo projeto acalentado desde a Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), reunida em Vancouver, Canadá, em 1983, nasceu há três anos para contribuir na construção de pontes de relação entre igreja e sociedade, para compartilhar visões de mundo e para estabelecer canais que facilitem a opção pela paz, justiça e verdade.

A ALC cobra uma taxa anual pela prestação de serviços. Recebe grande parte de um apertado orçamento de aproximadamente 75 mil dólares/ano de agências de projetos. Um consórcio de organismos e instituições da região constituiu a agência. Fazem parte desse consórcio o Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI), a Conferência Cristã do Caribe (CCC), a Associação Mundial para as Comunicações Cristãs da Região América Latina e Caribe (WACC-AL/C), o Conselho de Igrejas Evangélicas Metodistas da América Latina e do Caribe (CIEMAL) e Luteranos Unidos em Comunicação (LUC).

Como se ligar à ALC

O grande impulso para o funcionamento da ALC em bases muito modestas, foi dado pelo salto no desenvolvimento tecnológico verificado nos últimos anos na área da comunicação eletrônica e pela abertura proporcionada pela Internet. A ALC trabalha como o correio eletrônico, conectando-se com os correspondentes e receptores dos seus materiais através do computador, a um custo ínfimo. Hoje a ALC transmite boletins regulares, diários, em português, espanhol e inglês.

Esse espaço democrático proporcionado pela infovia também está aberto a você, leitor. Para participar dessa grande rede de comunicação e, conseqüentemente, ter acesso à ALC basta ter um computador, uma placa de fax-modem, uma linha telefônica e se associar a um provedor da Internet.

Com esse ferramental em mãos você poderá participar dessa via de duas mãos que se chama ALC e com ela abrir uma janela para a comunicação no mundo!

A respeito do funcionamento do ALTERNEX você poderá obter informações junto ao IBASE, através do endereço eletrônico: suporte@ax.ibase.org.br, ou pelo Correio normal, IBASE, Centro de Informações de Rede, Rua Vicente de Souza, 29, 22251-070 Rio de Janeiro, RJ. Mas também pode se associar a um provedor local, e então acessar a conferência no Altemex.

No Alternex você busca a conferência alc.noticias.port para ter o material diário da agência em português, ou alc.noticias, para obter em espanhol. Para maiores informações sobre os serviços da ALC escreva para Edelberto Behs, Rua José Bonifácio,
676/401, 93010-180 São Leopoldo — RS, ou pelo correio eletrônico edelbehs@ax. apc.org.

O autor é jornalista e correspondente no Brasil da Agência Latino-americana e Caribenha de Comunicação, e reside em São Leopoldo, RS

Ver ìndice do Anuário Evangélico - 1998


Autor(a): Edelberto Behs
Âmbito: IECLB
Área: Ecumene
Área: Comunicação / Organismo:
Título da publicação: Anuário Evangélico - 1998 / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1997
Natureza do Texto: Artigo
ID: 25844
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