Vai-se a Folha e nasce o Jornal Evangélico
Merecem ser lembrados, neste aspecto, os parceiros da gráfica: o linotipista Jovelino Bernardes da Silva, que não dominava o alemão, mas pela experiência com a Folha Dominical até detectava erros no alemão; o diagramador Osmar Groth, os chefes de oficina, Sr. Menze e Egídio Müller, o eficiente Raul Scherer no setor de acabamento e o pessoal da expedição, sob o comando do Sr. Dauber, sem esquecer os amigos do correio, que semanalmente estavam a postos para dar destino aos 10 mil jornais.
A par do trabalho de Redação, estes companheiros é que garantiram a estrutura da continuidade da Folha Dominical, e depois, com a mesma dedicação, serviram ao Jornal Evangélica. Internamente, no antigo Centro de Impressos (Editora), a Sra. Ruth Dietschi cuidou durante 24 anos do controle de assinaturas, do endereçamento e da cobrança de todos os periódicos e seus anúncios, também do Jornal Evangélico, até 1974.
DISTRIBUIÇÃO
Assim, cabia a mim somente a parte da redação, dentro de um esquema relativamente estável e confiável. Neste contexto, convém lembrar também as centenas de agentes distribuidores da Folha Dominical em secretarias paroquiais, em vendas coloniais, sapatarias, escolas, etc.
A partir de 1962, o pastor Bertholdo Weber, docente da Faculdade de Teologia, passou a trabalhar em tempo parcial na Editora Sinodal, dando também a sua contribuição à Folha Dominical. Durante os anos em que o jornal passou por nossas mãos, a maioria das meditações semanais na primeira página foram escritas por ele. Assim também em períodos de férias ou ausências tornou-se possível praticar um revezamento.
Mas, em geral, as férias eram curtas, pois a publicação semanal exigia um pique de atenção e trabalho que só era possível atender com um expediente adicional à noite — do que ainda hoje minha família me acusa. Todas as demais atividades dependiam de prazos e compromissos ditados pelo jornal, pautando profundamente o ritmo semanal das atividades. E mesmo leituras em horas de lazer tendiam a ser feitas com vistas a um eventual compartilhar de conteúdos pela Folha Dominical.
Via de regra, tínhamos em torno de 10 mil assinantes nos últimos anos. Pudemos constatar como o peso das assinaturas se deslocava com os movimentos migratórios dos gaúchos para colônias pioneiras no Alto Uruguai, para o oeste de Santa Catarina e Paraná e, depois, inclusive, para o Mato Grosso. Nestes Estados iam se estabelecendo novas comunidades e Paróquias, que faziam questão de se manter vinculadas ao Sínodo de sua origem, também através da Folha Dominical.
LOGOTIPO
O último cabeçalho da Folha Dominical foi criado pelo Sr. Harmut Schulz, de Porto Alegre, e foi adotado com a edição de 14 de março de 1965. Não é por acaso que as letras DOM aparecem vazadas na silhueta de uma igreja, porque formam o radical da palavra que significa casa, presente ainda em DOMicílio, DOMéstico e conDOMínio, ou na palavra alemã Dom, que significa catedral. Mas o termo dominical sugere também o dono da casa, o dominas, como acontece na locução Oração Dominical, que é a Oração do Senhor, o Pai-Nosso.
E, naturalmente, o nome Folha Dominical diz que se trata de um jornal para o domingo, nome proveniente de dias. Dominicus, o Dia do Senhor. Com isso não quero dizer que o Jornal Evangélico seja um nome menos significativo, mas no aspecto de ele não acompanhar o ritmo de vida semanal e dominical ele fica em desvantagem à nossa antiga Folha do Minigal (assim escrito, cena vez, por um missivista que interpretou o nome à sua maneira).
Johannnes Hasenack é pastor e trabalha na Editora Sinodal desde 1960.
Legendas das fotos
O último logotipo da Folha Dominical foi criado pelo sr. Harmut Schulz, de Porto Alegre, e foi adotado com a edição de 14 de março de 1965. Com a fusão de 1971, a redação adota o novo logotipo do Jornal Evangélico, agora um veículo de abrangendo nacional.
A partir de 1962 o pastor Bertholdo Weber, docente da Faculdade de Teologia, passou a dar sua contribuição à Folha Dominical. Durante os anos em que trabalhou no Jornal, a maioria das meditaçães semanais na primeira página foram escritas por ele.
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