Sínodo da Amazônia



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ID: 8

O Papel da Mulher na Comunidade

Caderno de Estudos para Mulheres/OASE

10/01/2014

ENCONTRO nº __ Dia: __/__/____
Departamento de Mulheres/OASE do Sínodo da Amazônia
Pª Clarise Ilaine Wagner Hozschuh
Paróquia Evangélica de Palmitos – Palmitos - SC

Canto inicial:

Saudação: “E, respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.” Lucas 10.41-42
Porque Deus ama toda sua criação, da qual nós mulheres somos parte, nos reunimos para louvar, agradecer e celebrar a vida, na presença e em nome de Deus Criador, Jesus Cristo o Filho Salvador e o Espírito Santo iluminador da verdade. Amém.

Oração: Amado Deus, agradecemos que podemos nos reunir para celebrar este momento na tua presença. Agradecemos pela vida que nos despertas no dia de hoje. Agradecemos porque nos amas como tuas filhas mesmo diante de nossos erros e limitações. Vem a nós com a tua palavra que dá vida. Abre nosso entendimento e fortalece-nos para podermos dar o testemunho que o mundo necessita. Em nome de Jesus, na unidade com o Espírito Santo. Amém.
Canto:
1) Sentindo o gostinho.
• Qual é a situação das mulheres nas comunidades? Como vocês têm sentido? Como é a aceitação do trabalho das mulheres nas comunidades?...
• ... E na sociedade?...
• Alguém das presentes participa de uma diretoria na comunidade que não seja do grupo de mulheres? (se SIM, peça para compartilhar sua experiência...)
• Quais são as dúvidas quando são convidadas para uma diretoria?
• Quem aceitou fazer parte da diretoria o aceitou por quê? E se não, por que não?

2) Abrindo o jogo.
O trabalho dos grupos de mulheres é “O lugar” por excelência de formação das mulheres da IECLB.
Todo esse trabalho teve origem com a organização da OASE (Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas). É o lugar que surgiu como um meio das mulheres, que não tinham direito nem acesso ao ambiente público, se organizarem e fazerem algo por um mundo melhor (auxiliadoras evangélicas – ou – testemunho e serviço).
Isso funcionou muito bem e por muito tempo. Hoje vemos que muitos grupos de mulheres e grupos da OASE estão bastante voltadas para dentro de seus grupos e comunidades religiosas. No geral, não há mais uma ação expressiva na área social. Na área política então, parece que há uma fuga das mulheres da Igreja que tem toda formação para serem representantes da Igreja em Conselhos Municipais de saúde, educação, ação social, crianças e adolescentes, ou mesmo para vereadoras, p.ex.
Toda situação tem uma causa-efeito. Quando a sociedade era essencialmente masculina, nem se cogitava pensar em como seria se ali estivesse uma mulher atuando. As mulheres simplesmente atuavam dentro de seu mundo e faziam acontecer por ali mesmo.
Quando as mulheres conquistaram espaço publico, os homens sentiram-se ameaçados e endureceram seu sistema tentando fazer com que as mulheres desistissem desta reivindicação.
Hoje temos um sistema público tão cruel que prejudica inclusive os homens.
... Alguém tem um marido ou filho que mora em casa que atua no setor sócio-político?... Pode compartilhar conosco como é a vida dele?...
Na Igreja não é diferente. E toda situação também não é coisa de hoje, ou dos últimos tempos. Desde muito tempo na história da humanidade a aceitação entre homens e mulheres vem rolando e formando uma bola de neve sempre maior.
Na política o Brasil tentou colocar o ingresso de mulheres com uma lei de 30%. Chegamos a 8,8% de mulheres atuando em cargos políticos e a vergonha de ter várias mulheres candidatas a vereadoras sem sequer fazerem campanha nem ao menos votarem em si mesmas, ou seja, só para que o partido possa ser aceito no pleito eleitoral que exige 30% de mulheres candidatas.
E na IECLB? Como está a participação das mulheres nos meios decisórios? (paridade = 50%)...
A realidade dos setores decisórios, tanto sócio políticos, como da Igreja, é uma realidade dura de suportar, não só pelas mulheres, mas também pelos homens. Aí nós, como mulheres, temos uma tarefa muito importante: no Fórum nacional de Ministras nós a chamamos de – tarefa de FEMINILIZAR A ESTRUTURA DA IGREJA. E podemos dizer também – FEMINILIZAR OS ESPAÇOS PÚBLICOS E ECLESIAIS. Não só ter acesso, poder estar lá, mas atuar para que a pressão destes espaços seja suportável também para os homens. Para isso é essencial vencer o preconceito também entre nós mulheres.
Canto de articulação: Vamos nos “articular” – É como a chuva que lava...
3) Buscando a luz da Palavra.
Reflitam em silêncio, individualmente sobre a seguinte questão:
* O que você sente quando uma mulher fala na Igreja? (dar um tempo de 1 minuto...)

Leitura de 1Coríntios 14.26-36 – Mulheres pregadoras
Conversar sobre as questões abaixo:
a) Segundo transparece no texto, como eram vistas as mulheres?
b) Tendo por princípio que a palavra de Deus revelada na Sagrada Escritura traz vida, qual a Boa Nova (Evangelho) para as mulheres?

4) Comentando...
A Corinto do tempo do texto é uma cidade cosmopolita, com uma população de 500.000 habitantes procedente de todos os horizontes da bacia mediterrânea. Da numerosa população, apenas um terço era de livres, os demais eram escravos, trabalhadores braçais, prostitutas. Quanto à religiosidade, havia todo tipo de religiões, entusiastas, culto à fertilidade. Cada grupo religioso tinha um líder, uma espécie de chefe que os conduzia.
Essa realidade histórica influencia diretamente a comunidade cristã que nasce na cidade de Corinto. A mensagem do Evangelho era algo totalmente novo em Corinto. Em meio ao caos metropolitano, da variedade de culturas e expressões religiosas e da competitividade que estas situações carregam consigo, Paulo prega a boa nova do amor, da humildade, da igualdade entre as pessoas (“todos sejam um em Cristo” – 1Co 12).
Paulo tinha um modo próprio de escrever suas cartas. Não era ele pessoalmente que redigia, mas tinha consigo ajudantes de diálogo onde eram registradas as conversas e orientações para as comunidades. Por isso temos que falar das cartas de Paulo e sua equipe. Em 1Co 16.17, por exemplo, encontramos um agradecimento a Estéfanas, Fortunato e Acaico e no v.21 é Paulo que “escreve de próprio punho”, deixando a entender que não é sempre ele quem está anotando. A imagem que transparece é de um grupo conversando e uma pessoa do grupo anota o que está sendo dito.
Da mesma forma, escritos de Paulo não têm por objetivo serem tratados teológicos, mas são orientações para situações bem concretas das comunidades, como orientações acerca de conflitos que surgiram sobre práticas concretas e específicas.
O texto em estudo encontra-se no grande bloco que discorre sobre a ordem no culto (cap. 11 a 14). Dentro deste, o cap. 14 fala da profecia e do dom de falar em línguas. E é no meio desta temática que encontramos os versículos em estudo, 1Co 14.33b-35.
Percebe-se claramente uma comunidade dividida. Há uma competição entre dons carismáticos, profetizar, falar em línguas. A comunidade tinha tendência de formar pequenos grupos sob um líder carismático. Havia uma inclinação aos ministérios que causassem mais impacto, mostrando o gosto pelo status individual. Assim o culto da comunidade virou um aglomerado de gente falando ao mesmo tempo inflamadamente (1Co 4.6, 18; 8.1).
Em meio a isto havia também mulheres profetizando e falando em outras línguas. Numa busca de se organizarem, há a tentativa de limitar a participação de algumas classes. Parece que a competição para ser o melhor, mais sábio, mais visto é que era a realidade que conduziu a comunidade ao quadro desenhado.
Na comunidade de Corinto havia toda sorte de conflitos. A realidade histórica da cidade ajuda a compreender o surgimento destes conflitos. Há conflitos entre judeus e gregos (1Co 12.13); entre escravos e livres (7.21-23); entre ricos e pobres (11.22); entre partidários – de Paulo, de Cefas, de Apolo (1-4); entre favoráveis à conduta permissiva e os que tinham medo de enfrentar o mundo (8, 10); entre os que queriam apossar-se dos carismas em proveito próprio e os que os usavam para a edificação da comunidade (12-14); entre homens e mulheres (7; 11.3-15; 14.34-35).
Para compreendermos a posição de Paulo diante da tentativa de afastar as mulheres da pregação pública, temos que analisar o texto sob seu estilo de escrita, chamado diatribe, no qual o autor anota a posição sobre a qual deve se posicionar e em seguida passa a anotar as suas observações e a comentá-las.
Seis são as evidências que levam a interpretar 1Co 14 como diatribe:
a) as duas perguntas do v.36 são introduzidas por uma partícula que se traduz por “e/acaso/porventura/ou”. Esta partícula nega o que foi dito anteriormente;
b) o termo “os únicos” refere-se a um grupo específico – “vós”, provavelmente um grupo de homens que queria deter o poder. Se Paulo estivesse dirigindo-se às mulheres, certamente usaria a forma feminina;
c) Paulo tem por princípio a verdade libertadora em Cristo do Evangelho. Esta verdade rompe com as obras da Lei. Portanto, seria uma contradição Paulo recorrer à autoridade da Lei judaica para rebaixar e silenciar as mulheres;
d) a prática de Paulo que tem mulheres colaboradoras na evangelização, inclusive em Corinto Febe, Priscila e Áquila ajudaram a organizar a comunidade;
e) Paulo assume uma fórmula batismal (Gl 3.27-28) que iguala homens e mulheres. Em Cristo todas as diferenças estão superadas;
f) as falas de Paulo são carregadas de linguagem firme, porém com ternura, e não grosseira.
Seguindo a diatribe, 1Co 14.33b-35 é fala de um grupo da comunidade que quer ter o controle sobre as mulheres nas igrejas de Corinto. Esta situação é colocada para Paulo e seus companheiros e estes a registram e reagem a ela perguntando: “Acaso/Porventura a palavra de Deus foi revelado somente a vocês?” (v. 36), numa clara referência de que a palavra de Deus foi revelada também a outras pessoas, entre elas, às mulheres. E isso que é “mandamento do Senhor” (v. 37).
Para uma melhor compreensão hoje em dia, onde o preconceito contra as mulheres ainda é muito grande, poderíamos traduzir o texto da seguinte forma:
“Sei que vocês em Corinto estão com uma comunidade muito próspera e estão tentando se organizar para que o culto seja agradável. Mas, ouvi falar que vocês estão justificando que assim Como é em todas as igrejas dos santos, conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina. Se, porém, querem aprender alguma coisa, interroguem, em casa, a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja. Eu, Paulo apóstolo do Senhor Jesus, tenho o seguinte a dizer: Porventura, a palavra de Deus se originou no meio de vós ou veio ela exclusivamente para vós outros? Não, meus queridos! Deus se revela a todas as pessoas de igual forma e todas têm os mesmos direitos de profetizar e se manifestar a Ele em culto. Busquemos, pois, no mandamento do Senhor a verdade para a vida.” (conforme 1Coríntios 14.33b-37 – o grifo é literal).

Canto: (um que lembre a luta de organização das mulheres)
Oração: (em círculo, de mãos dadas, motive para cada mulher, uma após outra, expressar verbalmente uma palavra do que está sentindo nesta hora...) Finalize agradecendo pelas lutas das mulheres que alcançaram melhorias de vida... O trabalho incessante das mulheres para que tenham seu reconhecimento na igreja e na sociedade... Lembre de tantas mulheres que sofrem nas mãos de homens machistas... Conclui com a oração do Pai Nosso.
Bênção:
Que a bênção do Deus de Sara, Hagar e Abraão
A bênção do Filho de Maria
A bênção do Espírito de amor,
que cuida de nós como uma mãe cuida de suas filhas e de seus filhos,
desça sobre nós. Amém.
Canto final de envio ou de gratidão...
 


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Autor(a): Pª Clarise Ilaine Wagner Holzschuh
Âmbito: IECLB / Sinodo: Amazônia
Título da publicação: Caderno de Estudos para Mulheres/OASE - 2014-2015 / Ano: 2014
Natureza do Texto: Educação
Perfil do Texto: Estudo
ID: 26522

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