Missão, identidade e mudança
Quando falamos sobre Missão, é comum colocar a comparação como critério de avaliação. Tudo bem se as comparações são para melhorar os nossos pontos fracos, não por inveja, mas pela excelência que o Evangelho merece. No entanto, às vezes, em uma sociedade dominada pela cobiça, não é fácil vencer a tentação de agir segundo a concorrência e a procura de vantagem.
O antídoto está na gratidão, pois ela exige o nosso olhar para o que somos e o que temos. Apesar dos nossos erros e das nossas imprudências, temos, como Comunidade de Jesus Cristo, uma história bonita. O constante diálogo entre a nossa herança com os desafios do presente trouxe como resultado uma forma de ser e viver a fé cristã. A nossa identidade confessional, a nossa estrutura organizacional e os nossos programas estão longe de ser perfeitos, mas são fruto da nossa caminhada e não uma copia ou imitação de outra instituição.
Na procura de uma imagem que reflita a nossa realidade, propomos a de Lazaro saindo do túmulo. Uma visão pouco agradável, pelas mortalhas e o andar meio tonto, porque nada sabe a respeito do que aconteceu de fato. Lázaro deve a sua existência plenamente ao chamado de Deus, que lhe diz: Vem fora. Ele vive o seu cotidiano tão somente da gratidão vinda pela misericórdia e pelo amor de Deus.
O mesmo acontece com as Comunidades de Jesus Cristo. O que as define não é o que as pessoas membros construíram, mas unicamente o que Deus fala sobre elas. Mesmo assim, Deus nos chama a construir Comunidades onde a misericórdia e o amor de Deus sejam visíveis e concretas. Então, o que queremos que mude? O que precisamos mudar para implementar essa mudança? O que precisamos fazer para concretizar essa mudança? Como saberemos que estamos a caminho? Como saberemos que as mudanças aconteceram?
Que o Santo Espírito nos dê coragem para sermos uma Igreja de Comunidades Missionárias em constante Reforma. Amém.