Eu vim de lá. Eu sou daqui. E daí?

29/08/2014

Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos e sois da família de Deus. Efésios. 2.19

Quando nos encontramos como grupo de jovens é comum, especialmente nos primeiros encontros, utilizarmos algumas dinâmicas de apresentação. Quem de nós nunca ouviu a frase: diga seu nome e de onde você é. É claro que a apresentação é uma forma que utilizamos para auxiliar o grupo a conhecer aquelas pessoas que ali estão. No entanto, em algumas situações, falar de onde viemos implica compartilhar não apenas um lugar, mas uma série de conceitos e preconceitos que podem estar associados a ele.

Em 2014 o tema e lema de nossa IECLB nos convidam a refletir a comunhão com Deus onde vivemos, apontando para a cidade, símbolo de desenvolvimento, de crescimento, lugar de encontros e desencontros de tantas pessoas diferentes, que vêm e vão, que migram em busca de melhores oportunidades e buscam espaço para crescer e viver em paz. Uma verdadeira diversidade de culturas e atitudes. E nós jovens? Como nos vemos em meio a esta realidade? De onde viemos? Para onde vamos? O que verdadeiramente importa nesta relação de idas e vindas?

Atrás da pergunta de onde você é? podem estar algumas ideias já formadas que, em alguns casos, nos impedem de experimentar verdadeira comunhão com a outra pessoa, com aquela que vem de fora do ambiente em que estou inserida. A palavra do apóstolo Paulo em Efésios aponta para uma condição acolhedora. Já não somos mais pessoas peregrinas nem estrangeiras, mas pertencemos à família de Deus. Como viver isso de forma concreta? Prestando atenção no seu grupo você poderá ajudar a fazer esta reflexão. Quantas pessoas vieram de outros lugares, realidades sociais, culturais diferentes? Como as acolhemos? Ouve resistência? Refletir sobre como está a nossa convivência com a outra pessoa é o que nosso tema quer destacar. Queremos também valorizar todas as atitudes positivas de grupos jovens que há muito já experimentam a alegria de acolher e ser receptivo, sem restrições ou exigências.

Ao longo dos últimos anos tive oportunidade de vivenciar várias situações concretas, sendo acolhida em realidades diferentes daquela de onde vim. Experiências desafiadoras e gratificantes. Onde o colocar-se no lugar da outra pessoa sempre foi uma ótima ferramenta. Compreender a diversidade em que vivemos e vê-la como riqueza e não barreira ajuda a refletir e tomar posição clara e firme sobre o tema. Não podemos ignorar que nossa sociedade insiste no modelo de que aquilo que é diferente é ruim. Temos, por vezes, dificuldade em aceitar em nosso grupo alguém que vem de outra região (sul, norte, nordeste) ou de uma realidade diferente (interior, cidade grande, favela).

Olhe ao seu redor, para o grupo onde você está inserido e inserida. Há espaço para todas as pessoas? Mais importante do que saber de onde viemos é saber para onde vamos. Não vamos apagar, nem ignorar nossa origem, mas nossa tarefa como grupo de jovens é seguir adiante, olhar para o nosso testemunho, nossa prática. Quantas coisas bonitas foram realizadas quando a diversidade de dons foi colocada a serviço? Há muito mais respostas para a pergunta: para onde vamos? do que de onde vim? Na família de Deus, na Comunidade somos convidados e convidadas a olhar para frente. Onde o colorido de nossa diversidade seja instrumento de transformação de nossa realidade.

Pa. Mirian Ratz Paróquia de Timbó/SC


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Autor(a): Mirian Ratz
Âmbito: IECLB
Área: Missão / Nível: Missão - Jovens / Organismo: Juventude Evangélica - JE
Título da publicação: Criatitude - Tolerância e Diversidade / Ano: 2014
Natureza do Texto: Educação
Perfil do Texto: Estudo
ID: 29629
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