Capela de Cristo - Boletim Expresso Nº 231 - 141031

Caros Membros e Amigos da Paróquia Vila Campo Grande – Diadema!

Neste domingo vamos comemorar no culto do Dia da Reforma. A data correta é 31 de outubro onde lembramos a colocação das 95 teses que Martim Lutero pregou na porta da Igreja de Wittenberg em 31/10/1517, desencadeando todo movimento da reforma protestante, da qual nos, luteranos, somos filhas e filhos.

Vamos refletir a partir de Filipenses 2.12-13, que fala da ação de Deus dentro de nos. Se somos salvos, o somos pela ação divina e não pelos nossos méritos. Esta mensagem aparece em meio a uma recomendação do Apóstolo Paulo a comunidade dos Filipenses que a primeira vista nos parece ser muito estranho. Ele quer que eles permanecem obedientes a ele, mesmo na situação atual de prisioneiro na qual ele se encontra.

Como vamos entender isto? A nossa tradição não fala muito da liberdade, e agora da obediência? A solução está, como muitas vezes, no conteúdo: Paulo pede obediência, e com isto quer dizer, que ele pede que eles permaneçam fieís aos seus ensinamentos que abriram o acesso ao evangelho da liberdade cristã para eles. Isto para não se submeterem a nenhuma moda nova onde lhes é sugerido que podem conseguir a salvação em troca do cumprimento de algumas regras e normas.

Isto fala diretamente a nós, Luteranos, que somos filhos e filhas da reforma. Quantas vezes não ficamos na dúvida se esta nossa igreja, quase 500 anos após a reforma, ainda nós atende em nossos anseios e buscas. Olhamos para diversos lados, ou as vezes simplesmente relaxamos. Ouçamos a palavra do Apóstolo porque temos muita riqueza em nossa tradição que sempre está pronta para nos e que a cada culto, cada evento, cada momento de confraternização na comunidade nos permite vivenciar e resgatá-la para nossas vidas!

Até Domingo e Saudações!

P. Guilherme Nordmann

Luz da Semana - Para nossa reflexão

O Charme de ser Luterano

Por tudo isto quero encorajar a (re-)descobrir o encanto da confissão luterana. Seu charme não se limita a alguns dogmas e axiomas de fé. Diz respeito a uma maneira de ser. Residem numa compreensão bíblica que sabe distinguir entre letra e espírito; num realismo antropológico que se recusa a divinizar como também a demonizar o ser humano; numa liberdade comprometida que se distancia tanto do legalismo quanto da permissividade; numa estrutura eclesial participativa que exclui hierarquia humana de qualquer tipo.

A confissão luterana me convida à fé sem proibir o raciocínio crítico. Ela quer “crentes pensantes”, gente que sabe julgar as coisas e que, mesmo assim, não permanece presa ao criticismo. O luteranismo me ensinou uma determinada visão da realidade que é um pouco mais complicada do que muitos simplismos querem fazem crer. Subdividir o mundo em bandidos e mocinhos, em ganhadores e perdedores, em crédulos e incrédulos, em justos e pecadores, ora isto é construção de hipócritas ou de ingênuos.

É estupidez a que a sabedoria do evangelho se opõe. Por isto mesmo sou grato por ser luterano e convido ao empenho para garantir viabilidade à IECLB.

(de: Gottfried Brakemeier, A Viabilidade da IECLB)