Christian Fürchtegott Gellert (1715-1769)

Obra e Biografia

29/06/2012

Christian Fürchtegott Gellert (1715-1769) HPD nº 22, 267, (298)

Nasceu: 4 de julho de 1715, Hainichen (perto de Freiberg), Saxônia. Faleceu: 13 de dezembro de 1769, Leipzig, Alemanha. Sepultado: na Igreja de São João, Leipzig, Alemanha.

No dia do batismo de Christian Fürchtegott (= Cristão temente a Deus) o seu pai plantou no jardim um pé de tília, a árvore preferida dos poetas na Alemanha. Parece que ele já havia previsto o futuro do filho. Christian Fürchtegott tornou-se escritor e poeta, mas também ficou famoso como exemplo para moralidade e honestidade dos alemães. . 

Em 1734 Gellert entrou na Universidade de Leipzig, onde estudou teologia. Depois de completar os estudos, ele serviu durante algum tempo como assistente para o seu pai, o pastor em Hainichen. Porém, devido a fraca saúde e sendo bastante tímido, ele achou que era inadequado para o ministério. Em 1739, ele se tornou o tutor doméstico dos filhos do Herr von Lüttichau, perto de Dresde, e em 1741 voltou a Leipzig para supervisionar a educação de um sobrinho na Universidade. Ele também retomou os próprios estudos, e se formou em M.A. no ano de 1744. Em 1745, ele se tornou tutor privado ou conferencista na faculdade de filosofia. Em 1751, ele foi designado para o cargo de professor extraordinário de filosofia, e lecionou poesia e retórica, e ainda ética. Ele recusou uma cátedra regular em 1761, porque não se sentia forte suficiente para o cargo.

 Gellert ficou famoso na Alemanha como autor de romances e de peças teatrais populares, e principalmente por suas fábulas. Suas obras são testemunho de uma fé fundamentada na Bíblia unida a uma razão iluminista e um coração sensível. No entanto, as obras seculares de Gellert foram esquecidas no decorrer dos tempos. Por outro lado, o que permanece até hoje são os hinos de sua autoria.

Enquanto os grandes poetas da época pouco se interessavam por hinos e cantos religiosos, Gellert arriscou de editar (em Leipzig, 1757) seus Geistliche Oden und Lieder (Odes e hinos espirituais). Neles descobrimos os sentimentos e pensamentos de Gellert. Criar hinos era o trabalho mais nobre e importante de sua vida. Ele conhecia o poder que a música exerce no coração humano. Por isso se empenhou em produzir poesia que possa ser cantada. Com os hinos ele queria ajudar a despertar a fé. Naturalmente ele permaneceu um filho de sua época (Racionalismo, Iluminismo). Religião para ele era fé que atua com amor, produzir os frutos do Espírito, observar virtudes e boas obras. Das palavras de I.João 2,9 Quem diz que está na luz e odeia o seu irmão ainda está na escuridão ele fez um hino (não traduzido para o português), que valeu para a sua época.

Outros hinos sobrevivem até hoje. São hinos de louvor e adoração. No meio dum mundo que adorava a razão e onde valia o juízo, Gellert anunciou a invariável majestade de Deus e, com suas poesias, dirigiu os pensamentos em direção à grandeza insondável do Altíssimo. A força e o poder divinos lhe pareciam bem palpáveis nas maravilhas da natureza. O universo com a imensidão de estrelas, a vastidão dos mares, a imponência das montanhas, a beleza do sol, tudo isso fala a linguagem do Criador. Por isso o poeta enalteceu a ação de Deus e as maravilhas de suas obras. Um exemplo disso é o famoso Salmo Die Himmel rühmen des Ewigen Ehre (Os céus proclamam a glória de Deus) que na composição musical de L.v.Beethoven faz parte do repertório de muitos corais.

Admiração e emoção diante do Criador também aparecem no seu hino matutino Mein erst Gefühl sei Preis und Dank (EG nº 273) = Ao acordar-me, Deus, Senhor, alegre te agradeço (HPD nº 267). Nele o poeta louva e agradece a Deus (em 5 estrofes, com sempre outras palavras), pela proteção recebida durante a noite. Depois pede a sua bênção para o novo dia (6ª) e se entrega novamente ao amor de Deus (7ª), a fim de Que eu possa ser um servo bom, piedoso e obediente, que em fieldade e gratidão te sirva, alegre e crente! (8ª estr.) .

Outro milagre divino, impossível de compreender pela razão humana, é o grande amor de Deus manifestado no nascimento de Jesus, o Emanuel, o Príncipe da Paz, o escudo e sol do seu povo, o Salvador que quer ser nosso irmão. Este amor de Deus Gellert adora no hino de Natal Dies ist der Tag den Gott gemacht (EG nº19, com 10 estrofes) = Este é o dia do Senhor (HPD nº 22, com 8 estrofes traduzidas). No mesmo hino ele convida terra e céu para também jubilar, louvar e cantar.

Outro grande acontecimento, incompreensível para a razão humana, é a ressurreição de Jesus. Contra todas as críticas da época Gellert confessa sua fé num hino de Páscoa Jesus lebt, mit ihm auch ich (EG nº 67) = Cristo vive, o meu Jesus, eu, com ele, tenho vida (Nº 68 no Hinário da IECLB de 1964) que infelizmente não entrou no HPD (mas temos no HPD outro hino, de autor desconhecido de 1653, com o mesmo conteúdo e a mesma melodia na secção de Esperança, Morte, Vida Eterna, sob nº 298, “Jesus Cristo é meu Senhor, que expressa nossa fé no Cristo vivo).


Fontes: Lieselotte von Eltz-Hoffmann Lob Gott getrost mit Singen, Quell-Verlag, Stuttgart, 1989. . www.cyberhymnal.org/
 


Autor(a): Leonhard Creutzberg
Âmbito: IECLB
Natureza do Texto: Música
Perfil do Texto: Autor Letra
ID: 15564
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É isto que significa reconhecer Deus de forma apropriada: apreendê-lo não pelo seu poder ou por sua sabedoria, mas pela bondade e pelo amor. Então, a fé e a confiança podem subsistir e, então, a pessoa é verdadeiramente renascida em Deus.
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