Décimo Mandamento

Não cobice a esposa ou o marido do seu próximo, nem as pessoas que trabalham com eles nem coisa alguma que lhes pertença Êxodo 20.17b

26/04/2016

Décimo Mandamento
Não cobice a esposa ou o marido do seu próximo, nem as pessoas que trabalham com eles nem coisa alguma que lhes pertença
Êxodo 20.17b

Em nossos dias a cobiça deixou de ser pecado para se tornar “virtude”. A cobiça está na verdade disfarçada no termo “esperteza”. Vivemos no país dos “jeitinhos”. Nas relações de trabalho, quando se cobiça o cargo do outro ou da outra, dá-se um “jeitinho” para desconstruir as ações da pessoa. Usam-se os mais diversos tipos de “esperteza” para ir fragilizando a pessoa no cargo até ela sucumbir.
Já no que se refere a cobiçar esposa ou marido, os espertos ou as espertas de plantão esperam os momentos frágeis que todas as relações atravessam. Com palavras dóceis e amáveis seduzem, desviam e afastam de vez o casal um do outro. Em vez de ajudar e aconselhar um casal a reencontrar o caminho do amor, usa-se de esperteza para destruir de vez a relação e ficar com o outro. Na grande maioria das vezes nem por amor, mas pela cobiça sexual.
Como diz Lutero no Catecismo Maior: “A mesma coisa ocorre em transações comerciais comuns, onde alguém espertamente puxa a sardinha para o seu lado, deixando o outro chupando o dedo; ou quando vislumbra uma possível vantagem para si, se antecipa e pressiona o outro, o qual, por falta de recursos ou por causa de dívidas, não consegue manter a propriedade, nem resgatá-la sem prejuízo; o primeiro, então, quer a metade ou mais de graça, sem que isso seja considerado extorsão ou roubo, mas uma compra honesta. Como se diz: quem chegar primeiro leva a melhor; e cada qual cuide da sua chance, o outro que se vire. Ninguém imagina quanta coisa as pessoas conseguem agadanhar sob o manto da legitimidade, não sendo considerado injusto na esfera pública, e ninguém quer admitir que dessa maneira o próximo está sendo passado para trás, se vê obrigado a abrir mão de algo que não pode dispensar sem ser prejudicado. Ora, quem é que lhe faria uma coisa dessas! Por aí se vê que essas manobras e esses pretextos estão errados.”

A cobiça nos dias de hoje está muito velada nas “espertezas e jeitinhos”. Numa sociedade em que o ter é mais importante do que o ser, há muitas formas e artimanhas para se apropriar do que é da outra pessoa como se “lícito”.
Temer e amar a Deus é proteger a vida. Cristo Jesus é o caminho, a verdade e a vida para proteger e dizer não a tudo que prejudica o próximo. Como diz Lutero no Catecismo Maior: “Seja como for, importa sabermos que Deus não quer que você prive alguém de algo que lhe pertença, de que ele sentirá falta, para atender sua própria ganância, mesmo que aos olhos do mundo você possa mantê-lo com dignidade. Trata-se de uma patifaria disfarçada e pérfida, por baixo do pano, como se diz, para que ninguém perceba. Mesmo que você se apresente como quem não praticou mal algum você magoou, sim, o seu próximo! Mesmo que não tenha sido roubo nem fraude, foi cobiça do bem do próximo, ou seja, foi tirado dele contra a sua vontade. Mesmo que o juiz e todo mundo lhe deem esse direito, Deus não o dará a você, porque ele enxerga o coração do patife e a safadeza do mundo, que, recebendo um dedo, toma a mão inteira.”
Pr. Ernani Ropke
 


Autor(a): Pastor Ernani Röpke
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Cantareira (Tremembé - São Paulo-SP)
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 37639
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