Educar pela PAZ

08/06/2014

Educar pela Paz
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Educar pela PAZ


 

A Cultura da Paz e a realidade
  de jovens da periferia do
 Estado do Rio de Janeiro

 

 

 

Depoimento:

Eu acho que a dança é tudo para mim, porque tentamos mostrar com a dança que os conflitos não necessitam ser resolvidos com brigas, pois a dança de rua surgiu para se ter a Paz entre as pessoas. E o preconceito é muito forte ! Se você pegar uma pessoa branca dançando jazz ou balé ela vai ser muito mais valorizada do que a gente que é negro que dança na rua ...” Vanessa Rosa, 15 anos- Dança de rua no Projeto Educar Pela Paz – Rio das Ostras / Projeto Missionário Norte Fluminense- Rio de Janeiro.

Introdução 

A proposta desse estudo é relatar como foi o inicio da proposta de trabalho pastoral urbano com jovens, na área de atuação do Projeto Missionário Norte Fluminense- Paróquia Esperança de Niterói, em Rio das Ostras/RJ e sua relação com o tema desse ano viDas em comunhão.

O Educar pela Paz surgiu em 2010, dentro do Projeto Missionário Norte Fluminense, com oficinas de grafite, teatro, musica e apoio a produção de pequenas filmagens com o pessoal do skate em Rio das Ostras, enfocando temas da juventude contra a violência. 

Foi então que houve uma abertura da Comunidade Local para a realidade dos jovens da cidade, onde se tem uma atuação direta na periferia, com o Evangelho testemunhado sob o enfoque da não violência, e vivência de atividades comunitárias com jovens e seus familiares afrodescendentes.

Contexto

Rio das Ostras é uma cidade com cerca de 110.000 habitantes, na Região do Lagos, a 150 km da cidade do Rio de Janeiro. A cidade é cortada por uma Rodovia a Amaral Peixoto, principal via da Região dos Lagos que expandiu o turismo, visto que se está próximo a Búzios, Cabo Frio e Arraial do Cabo, que são praias com enorme beleza natural. O que move a economia da região, além do turismo é a “indústria do petróleo” e por isso Rio das Ostras encontra-se entre os municípios com maior taxa de crescimento demográfico do estado do Rio de Janeiro. A cidade cresceu desordenadamente, os investimentos em infra-estruturar, revitalização urbana e preservação do meio ambiente só acontecem nos bairros das classes sociais privilegiadas.

O Rio de Janeiro é marcado pela extrema violência da Polícia Militar, com grupos de extermínios – milícias (muito bem descritos no filme Tropa de Elite I) o tráfico de drogas resultando em uma sangrenta segregação racial. Nesse contexto as crianças, os jovens nascem rodeados pela violência. Aprendem a ver a violência e o abuso de poder como resposta normal e eficaz na resolução de um conflito. A violência parece ser a única opção viável na sociedade – o “Estado” tem a política de militarização da polícia, pois as mortes por “bala perdida” sempre tem um endereço certo a população civil das localidades de periferia.

Quem sofre é grande parte da população excluída e marginalizada pela questão social econômica e racial. Neste cenário o anuncio e a implantação de uma Cultura de Paz se faz urgente.

O Evangelho Urbano de Jesus Cristo

“Jesus andava visitando todas as cidades e povoados. Ele ensinava nas sinagogas, anunciava a boa notícia sobre o Reino e curava todo tipo de enfermidades e doenças graves das pessoas” Mt 9.35

As cidades pelas quais Jesus “andou” eram bem diferentes das que encontramos em nossa atualidade (sistema político social e econômico). Entretanto se Jesus viesse atuar com seu ministério na cidade do Rio de Janeiro, nessa realidade sua pratica e atuação seria quase que 70% nos lugares e regiões da periferia onde existe sofrimento diário e pessoas com todo tipo de problemas. A violência é um grave problema social que produz todo tipo de morte e exclusão. A visão do Evangelho e a prática de Jesus é a do amor ao próximo e busca por vidas em comunhão. Nesse sentido a cultura da rua o Hip Hop tem elementos de leitura e critica da realidade e ações que levam a mudança do meio como a dança de rua, música, grafite como resposta ao contexto. São expressões vivas da busca de dignidade e do bem comum. A Cultura da Paz é um poderoso canal de diálogo com as tribos urbanas que fazem parte da cidade, fora dos “muros da igreja” e merecem nossa atenção e ação dialogal e de ações missionárias.

O Grupo de Jovens 

a) Convide o grupo a assistir o filme: Tropa de Elite I, (se possível organize a distribuição de pipocas).

b) Após o filme organize pequenos grupos de discussão com a seguinte questão:

Então vamos pensar: Nossa sociedade esboça um alto índice de homicídios, mortes, brigas, intolerância e violência – Jesus Cristo disse no Sermão do Monte: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não Matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra o seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar de tolo, estará sujeito ao fogo do inferno”. Mt 5.21-22

- Como seres humanos vivemos em grupos, tribos urbanas, família, escola, faculdade- Porque é tão difícil viver em harmonia?

- Quando não estou de bem comigo mesmo (a) - como fico?

- É válido descontar em outras pessoas meus sentimentos negativos?

- O que podemos fazer para melhorar o ambiente familiar, escolar, no grupo de juventude para uma convivência pacífica?

c) Agora propomos o planejamento de uma tarefa para o seu grupo na sua Comunidade, Bairro, Escola, Cidade. Elaborar uma ação de Cultura da Paz, realizando uma Intervenção Urbana numa escola ou praça de sua cidade, ou na quadra da Igreja, uma ação para promover a Paz em seu bairro. Montar uma peça de teatro ou apresentação musical, é uma grande oportunidade para convidar os jovens da comunidade e os de fora : grafiteiros, skatistas, bboys (dança de rua), Djs e Mcs, se apresentarem no dia com foco na temática proposta.

Participaram da preparação desse estudo:

Vanessa Rosa – 15 anos – Projeto Educar Pela Paz – Rio das Ostras/RJ
Natan Ferreira Louzada – 19 anos – Projeto Educar Pela Paz – Rio das Ostras /RJ
P. Francisco Rafael Soares dos Santos – Comunidade Norte Fluminense – Rio das Ostras /RJ


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Autor(a): Francisco Rafael Soares dos Santos
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Título da publicação: Estudos para Jovens / Ano: 2014
Natureza do Texto: Educação
ID: 28737
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A vida cristã não consiste em sermos piedosos, mas em nos tornarmos piedosos. Não em sermos saudáveis, mas em sermos curados. Não importa o ser, mas o tornar-se. A vida cristã não é descanso, mas um constante exercitar-se.
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