Gálatas 4.4-7 - Aba, Pai

Prédica

12/08/2007

Leitura Bíblica Básica: Gálatas 4.4-7
Outras Leituras:
Autor: P. Elton Pothin
e-mail:
Origem: CEJ - Paróquia Martin Luther
Cidade: Joinville - SC
Data da pregação: 12/08/2007
Data Litúrgica:

Prédica:
Prezada Comunidade cristã aqui reunida.

Dentre todos os seus nomes, o favorito de Deus é Pai. Enquanto esteve na Terra, Jesus chamou Deus de Pai mais de duzentas vezes. Em suas primeiras palavras registradas, Jesus elucidou: Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai? (Lc 2.49). Em sua última oração na cruz, Ele clamou: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito (Lc 23.46). Só no Evangelho de João, Jesus repetiu este nome 156 vezes. Deus gosta de ser chamado de Pai. Além do que, Jesus não nos ensinou a começar a orar com a frase Aba (Pai) nosso?

É difícil para nós entendermos o quanto foi revolucionário haver Jesus chamado Iahweh (Deus) de Aba - Pai. O que hoje é uma prática habitual, nos dias de Jesus era algo incomum e revolucionário. Joachim Jeremias, biblista especialista no Novo Testamento, descreve quão raramente o termo era usado:

Com a ajuda de meus assistentes, examinei a literatura devocional do antigo judaísmo... O resultado desses exames foi que, em lugar algum dessa vasta literatura, foi achada a invocação de Deus como Aba Pai. Aba era uma palavra comum; uma palavra familiar e corriqueira. Nenhum judeu teria ousado tratar Deus dessa maneira. Na oração do Senhor, Jesus autorizou os discípulos a repetirem a palavra Aba depois dEle, dando-lhes o direito de partilharem sua condição de Filho. Autorizou-os a falar com o seu Pai celeste de um modo mais CONFIANTE E FAMILIAR.

As duas primeiras palavras da oração do Senhor são plenas de significado: Pai nosso lembra-nos que somos bem-vindos à Casa de Deus porque fomos adotados como filhos pelo próprio. Somos filhos e filhas de Deus. Ao nos ensinar a chamar Deus de pai, Jesus quer nos ensinar que Deus não está distante de nós, pelo contrário, está próximo de nós, assim como um pai está próximo ao seu filho/a. Somos filhos e filhas queridos de Deus, nosso Pai Celeste. Deus cuida de nós aqui na terra e nos dá um lar eterno nos céus. E sobre esse cuidado de Deus para conosco eu gostaria de fazer um comparativo com o seguinte fato:

Certa vez, um pai estava passeando vários dias com sua filha na velha cidade de Jerusalém. Ele relata: Uma tarde, quando saíamos pelo portão Jafa, vimo-nos atrás de uma família de judeus ortodoxos - um pai e suas três filhinhas. Uma das garotas, talvez com quatro ou cinco anos, ficou alguns passos atrás, e não pôde enxergar o pai. Aba!, chamou ela. Ele parou e olhou. Só então compreendeu que se afastara de sua filha. Aba! chamou ela, novamente. Ele a localizou, e imediatamente estendeu-lhe a mão. Ela a segurou, e eu, mentalmente, tomei nota enquanto eles prosseguiam. Fui atrás deles.Eu queria ver as ações de um aba.

Ele segurou firmemente a mão da filha, enquanto desciam a rampa. Quando ele parou numa rua movimentada, ela caminhou pelo meio-fio, e ele a puxou de volta. Quando o semáforo abriu, ele guiou-a juntamente com suas irmãs através do cruzamento. No meio da rua, ele abaixou-se, tomou-a nos braços, e continuou a jornada.

Não é disso que todos precisamos? Um aba que ouve quando chamamos? Que segura nossa mão, quando estamos fracos? Que nos guia através dos cruzamentos agitados da vida? Não carecemos todos de um aba que nos tome nos braços, e nos carregue para casa? Todos precisamos de um pai que nos ouve, nos dá segurança, nos guia, nos carrega no colo. E é isso que Deus, nosso Pai Celeste, faz conosco todos os dias da vida. É assim que ele cuida de nós. E o poema PEGADAS NA AREIA ilustra este cuidado de Deus por nós:

PEGADAS NA AREIA

Uma noite eu tive um sonho...

Sonhei que estava andando na praia, com o Senhor,
E, através do céu, passavam cenas da minha vida.
Para cada cena que se passava, percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia: um era o meu e o outro era do Senhor.

Quando a última cena da minha vida passou diante de nós, olhei para trás,
para as pegadas na areia e notei que, muitas vezes,
no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas na areia.

Notei também que isto aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver.
Isto me entristeceu muito e então perguntei ao Senhor:

Senhor, tu me dissestes que, uma vez que eu resolvi te seguir,
tu andarias sempre comigo todo o caminho, mas notei que,
durante as maiores tribulações do meu viver,
havia na areia dos caminhos da vida apenas um par de pegadas.
Não compreendo porque, nas horas que eu mais necessitava de ti, tu me deixastes.

O Senhor me respondeu:
Meu precioso filho, eu te amo e jamais te deixaria nas horas da tua prova e do teu sofrimento.
Quando vistes na areia apenas um par de pegadas,
foi exatamente aí que eu te carreguei nos meus braços.

Que assim possamos seguir adiante em nossa vida, agradecendo a Deus pelo nosso pai terreno e confiando plenamente em nosso Pai Celeste, Deus.

Amen.

 


Autor(a): Elton Pothin
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Joinville - Martin Luther
Testamento: Novo / Livro: Gálatas / Capitulo: 4 / Versículo Inicial: 4 / Versículo Final: 7
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 8892
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