Hebreus 1.1-4; 2.5-12

A superioridade de Jesus em relação aos anjos

02/10/2015

Hebreus 1.1-4; 2.5-12

A superioridade de Jesus em relação aos anjos

Prezada Comunidade:

No Antigo Testamento lemos que Deus envia anjos para se comunicar com as pessoas. Por isso, os anjos eram chamados de MENSAGEIROS DE DEUS. Os anjos também são figuras importantes em muitas outras tradições religiosas do passado e do presente e o nome de anjo é dado amiúde indistintamente a todas as classes de seres celestes.

Na Biblia, escutamos falar de querubins e serafins, mas três anjos tem até nome:

Miguel – aquele que é quase igual a Deus - Apocalipse 12:7-9
Rafael – Deus que cura - (Joao 5.4) - (mas também a morte poderia ser uma cura, por isso é também o anjo da morte)
Gabriel - homem forte de Deus - Daniel 9:24-26, Lucas 1:19

Na tradição cristã está o anjo da guarda, e como o nome diz, ao anjo da guarda é confiada individualmente uma pessoa ao nascer. O anjo da guarda deve protegê-la do mal até onde a ordem divina o permita, fortalecendo corpo e alma e inspirando-a à prática das boas ações. Como fundamentacaçao biblica se recorda a Ex. 23.20: Vou enviar um anjo adiante de ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te preparei.

Portanto, os anjos tem esse dupla função: são mensageiros (enviados) de Deus e são os protetores do mal.

O texto da carta aos hebreus - Hebreus 1.1-14; 2.5-12 - nos fala de uma comunidade cristã (por volta do ano 80 d.C.) que está passando por uma situação de perseguição e de morte, e a situação parece estar fora de controle, onde os anjos de Deus já não dão conta de proteger tanta gente em dificuldade. Em outra parte da carta diz que as pessoas estão de mãos decaídas, joelhos frouxos e cabeças para baixo (Hb 12.13). Existe um forte desânimo nas pessoas. A comunidade cristã está cada vez mais enfraquecidas, - tem cada vez menos gente - pois as pessoas estão abandonando o convivio e a participação em comunidade.

O que fazer para reanimar essa comunidade?

A carta aos hebreus quer ir ao encontro dessas preocupações da Comunidade.

O nosso texto começa dizendo que Deus tem agido de muitas e variadas formas na história do seu povo. No Antigo Testamento, Deus tem se comunicado de várias maneiras com o seu povo, por meio de anjos, visões, fatos, eventos, etc.... A revelação divina é plural. Ela se dá por meio de palavras de juízo e de graça, de conforto, mas também de exortação. O texto também diz que os anjos de Deus estão sobre a Comunidade para protegê-la, mas se isso parece não produzir o resultado esperado, que acima dos anjos tem alguém mais poderoso: Jesus Cristo.

Esse Jesus estava ao lado de Deus na Criação do mundo, ele ajudou Deus a colocar ordem no caos e criou o universo. Por um tempo ele abdicou de sua divindade e veio morar com as pessoas aqui na terra. Foi rejeitado e crucificado. Sofreu todas as dores. Portanto, conhece o sofrimento. No entanto, depois de sua ressurreição ele voltou a ocupar o seu lugar ao lado direito de Deus. O fato de Jesus ter experimentado a morte em favor de todos, faz com que as pessoas não precisem desesperar na hora das dificuldades. Jesus não é apenas um protetor (como são os anjos), mas ele é o próprio Deus que se solidariza com as pessoas. Jesus é superior aos anjos.

Portanto, Deus não fica no silêncio quando vê a sua igreja que sofre. Ele falou através dos pais no passado e fala também hoje através de seu Filho Jesus Cristo. E a palavra de Deus quer ser ouvida, compreendida e praticada. Jesus, enquanto viveu aqui em carne e osso, não estava imune ao sofrimento e a incompreensão das pessoas. Também ele foi injustiçado. Mas Deus não o abandonou no seu sofrimento. E quando todos os opositores de Jesus acharam que com a sua morte estava tudo acabado, que eles haviam vencido, Jesus ressuscita entre os mortos e volta ao seu lugar celestial: à direita de Deus Pai, Todo-Poderoso. E agora sendo Jesus outra vez Todo-Poderoso, não vai abandonar as pessoas e sua igreja no sofrimento. No tempo certo, ele virá para resgatar os que não abandonarem a fé – apesar das dificuldades e dos tempos de perseguição. Portanto, o que a carta aos hebreus pede as pessoas é capacidade de resistência e confiança que o resgate de Jesus não falhará. Jesus – que pode mudar a história – vai agir, no seu tempo. Apenas precisamos resistir com paciência. Essa é a mensagem para as comunidades.

Conseguir perseverar no meio dos problemas, não desistir, mas resistir. Essa mensagem também quer chegar até nós hoje, aqui na CECLBH em 2015. Fácil de dizer, mas difícil de fazer. Não seria melhor se Deus cuidasse mais das pessoas que vivem em Comunidade. Não seria melhor se as pessoas que são membros ativos da Comunidade não tivessem problemas? Assim as outras pessoas também procurariam mais a Comunidade. As pessoas entenderiam a lógica: ser membro ativo na igreja livra de todos os problemas.

No entanto, o que todos nós sabemos que quem vive em comunidade, quem pratica a sua fé, para esse os momentos de dificuldade também acontecem. No entanto, uma coisa é certa: o impacto dessas dificuldades é menos desastroso, porque ele sabe que tem um Salvador no céu, que no tempo certo vai colocar as coisas em ordem outra vez.

Em muitos momentos de nossa vida, não existe outra coisa a fazer que deixar tudo nas mãos de Deus. Por mais difícil que seja, é necessário soltar tudo e entregar nas mãos de Deus. E desde já devemos saber: Deus não faz mágica com as nossas dificuldades. Ele pode faz milagres, mas não faz mágica. Ele não desaparece com os nossos problemas em questão de segundos, colocando um lenço mágico sobre eles e dizendo abra-ca-dabra.

Geralmente o que Deus faz é usar essa dificuldade para nos ensinar coisas muito importantes sobre o valor da vida. As coisas que para nós são indesejáveis – para Deus todas elas tem um sentido libertador. Por exemplo, a doença é algo incômodo, que muda nosso ritmo de vida. Ninguém gosta de estar doente. Mas, já reparam que nada nos aproxima tanto de Deus que a doença. Por uma pessoa doente nós voltamos a nos lembrar de Deus, nós oramos por ela, nós pedimos pela misericórdia de Deus. Nem sempre o sentido da doença está na cura, (por isso devemos sempre pedir que a vontade de Deus seja soberana), mas sua missão se cumpre ao fazer as pessoas se dêem conta da fragilidade da vida e voltem a confiar em Deus. Isso é um milagre. Milagre é sempre um processo – leva seu tempo – milagre não é um passe de mágica.

Por isso, nos momentos de dificuldade, antes de querer nos livrar dos problemas como se fosse uma batata quente nas mãos, deveríamos nos perguntar sobre o sentido dessa dificuldade. O que Deus nos quer ensinar com isso? O que ele nos quer mostrar com essa situação? Qual é o processo que Deus nos que mostrar. Deus quer que sejamos pessoas cada vez melhores, mas ele não quer resolver todas as nossas dificuldades. Ele quer que aprendamos com as dificuldades para ir tratando de evitá-las ou resolvê-las nós mesmos. E para aquelas dificuldades que nós nada podemos fazer, para essas situações devemos nos lembrar que Jesus está no seu Reino celestial, sentado à direita de Deus, ele conhece o nosso nome e para ele não existe nada impossível.
Amém.


Autor(a): Nilton Giese
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Belo Horizonte (MG)
Testamento: Novo / Livro: Hebreus / Capitulo: 1 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 4
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 35249
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