Jeremias 23.1-6

Auxílio Homilético

21/07/1991

Prédica: Jeremias 23.1-6
Leituras: Efésios 2.13-22 e Marcos 6.30-34
Autor: Marlon Ronald Fluck
Data Litúrgica: 9º. Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 21/07/1991
Proclamar Libertação - Volume: XVI


1. Observações exegéticas

1.1. A situação do povo devido a seus líderes (vv. Is)

Os versículos iniciais de Jeremias 23 constituem um ai contra os pastores de Judá. O uso do termo pastores sem artigo (ro'im) denota que o que é dito tem a ver com todos maus pastores de Judá. Com essa expressão está se fazendo menção a todos os que possuem alguma função diretiva entre o povo de Deus: reis, sacerdotes e profetas. Eles todos são pastores do povo de Judá. São os responsáveis pela estruturação e pelo comportamento gerais: pessoas podiam ser desculpadas pela ignorância, mas isso não era admissível para os que tinham como encargo ser guias de todos (Boggio, 1984, p. 112). Aqueles que são o rebanho que Deus pastoreia, que Ele alimenta e de quem é alimento (mar'ith) inclui tudo isso: o ato de alimentar e o lugar onde e através do qual é alimentado — o pasto) são alvo de seu cuidado todo especial. Exatamente esses é que são arruinados e dispersos. A ruína destrutiva que sofrem fora descrita como extorsão, opressão, violência, derramamento de sangue inocente (cf. Jr 22.13ss). Tudo isso se vincula, na visão de Jeremias, à introdução da idolatria e ao encorajamento da infidelidade contra Javé, visto que toda imoralidade e corrupção são decorrência desse endeusamento da busca única da satisfação de anseios pessoais, sem se importar com a causa alheia (das ovelhas de Javé).

No v. 2, toda negligência está resumida em que eles não inspecionaram as ovelhas colocadas sob sua jurisdição (pqd) aponta para esse sentido, bem como também de examinar, olhar, visitar e castigar, o que o pastor também faz quando está com as ovelhas no pasto). Deixaram as ovelhas sem pastor. Negligenciaram sua principal responsabilidade. Javé promete que fará tudo isso para com os maus pastores, mas para castigar sua maldade.

Apesar de tudo, transparece o interesse de Javé para com as ovelhas. Elas são as ovelhas e povo de Javé. Os pastores maus não são descritos como proprietários das ovelhas. São apenas inspetores a quem tinha sido delegada a responsabilidade de supervisão sobre as mesmas. Aqui já transparecem as concepções articuladas sobre o papel das autoridades, bem como a relativização dos direitos das mesmas sobre a população de Judá, em geral.

1.2. A intervenção de Javé a favor de Seu povo e a mudança do perfil da liderança (vv. 3s)

Muito embora nos tenha sido dito, no v. 2, que os pastores é que dispersaram as ovelhas, quem aparece agora, no v. 3, como agente da mesma é Javé. A partir de então, elas passam a ser reagrupadas. Javé é que vai recolher o resto das Suas ovelhas. Este resto (teologia do remanescente fiel?) estava em mãos da nova potência mundial chamada Babilónia. O exílio babilónico é visto como forma de Javé repreender os maus líderes e santificar o povo de Judá: Cair em mãos da Babilônia não era derrota de Javé. Apesar da derrota de Seu povo, Javé é vencedor. O desastre nacional é culpa dos chefes e habitantes de Judá. (Boggio, 1984, pp. 118s.)

A situação em que os maus pastores abandonam o povo de Judá é o pano de fundo para a intervenção de Javé. Ele, que é todo-poderoso, recria a nação através da repatriação de todos os israelitas de todas as terras. Ele sabe quais os países pelo quais as tribos israelitas se espalharam. O resto — o que sobrou depois de tanta violência sofrida — será a semente do novo Israel: as ovelhas serão fecundas e se multiplicarão (elas germinarão), v. 3.

No v. 3 já começa a aparecer um forte contraste entre a condição existente e aquilo que Javé promete, e que é para servir como base para a nova esperança. Não importa quão lúgubre seja o presente, ainda assim há um tempo por vir (Hgstb., apud Keil, 1950, v. l, p. 350).

No v. 4, a mudança atinge o topo da sociedade: são nomeados pastores exemplares. Sua função é descrita de forma muito sucinta (vera'um): apascentá-las-ão! A construção fraseal denota mensagem enfática. Chama a atenção que na sucessão de pensamentos são mencionados termos que apareceram também na vocação de Jeremias (1.8,17). Não haverá mais razão para medo, nem espanto. Javé, intermediado pelo bons pastores levantados por Ele, estará no controle sobre todas as ovelhas restantes de Israel. Diante da total incapacidade de justiça e equidade dos líderes anteriores, Javé obrigou-se a intervir.

Os bons pastores escolhidos por Javé cuidarão dos habitantes de Judá, de forma que

não mais necessitarão temer ou desmaiar diante de inimigos que poderiam ser fortes o suficiente para subjugá-los, matá-los e levá-los cativos. As expressões figurativas estão fundamentadas nas ideias de que ovelhas, quando são negligenciadas pelos pastores, são partidas e devoradas por feras selvagens, cf. Ez 34.8. Eles não terão falta de nada (...). (Keil, 1950, v. l, p. 349.)

Essa mudança de perfil da liderança possibilita, portanto, o surgimento de um novo quadro psicológico que tem muito a ver com aquilo que ainda está por vir.

1.3. O completamente novo: esperança escatológica (vv. 5s)

Diante dos sintomas de flagrante incapacidade humana de gerir, de uma forma justa e igualitária, as coisas referentes ao povo de Deus, como acima descrito, Javé constrange-se a intervir na história. A fala de Javé inicia-se com a cláusula hinne yumim ba'im (eis que vêm dias), usada 16 vezes no livro de Jeremias, que tem sido entendida como meio de introdução de elementos escatológicos. Introduz-se algo completamente novo e contrastante com o que até então é o prato do dia em Judá. Há uma ressonância escatológica, a partir da qual anula-se a nostalgia paralisadora e instaura-se o regime da esperança, que um dia se transformará em expectativa (Schökel & Sicre, 1988, p. 540).

Usa-se, então, uma imagem oriunda do universo da botânica para denotar a fecundidade do novo, que surgirá em meio à casa de Davi como semah saddiq (gérmen legítimo, renovo justo). Semah é o broto das raízes de uma árvore caída (cf. Is 11.1) e tem sido usado como designação do rei messiânico (Is 4.2; ll.lss; Zc 3.8; 6.12). Semah saddiq

indica, na língua fenícia, o herdeiro legítimo do trono, também eleito pela deidade; e nas inscrições reais araméias do Norte da Síria, sedeq do rei significa seu direito à sucessão no trono. (...) O profeta põe de relevo tanto as qualidades morais do futuro rei quanto sua legitimidade como herdeiro de Davi e das promessas feitas a ele. (Mowinckel, 1975, p. 176s.)

O gérmen justo executará o direito e a justiça em sua área de ação. Ele reinará no sentido mais pleno possível (isso é o que se denota da expressão umalak melek — e reinará como rei), reinará magnificamente (Calvino, apud Keil, 1950, v. l, p. 351), tratará prudentemente dos elementos todos que dirão respeito ao Seu reino. Esse trato prudente, ou governo sábio, é mencionado como pré-requisito para a execução do juízo e da equidade na terra (ou para a terra).

O Messias, que aqui é descrito, não é rei guerreiro, herói conquistador, que destrói nações estrangeiras e estabelece um poderoso império na terra, mas governador justo e piedoso que mantém a justiça na terra e que, em virtude de sua relação com Javé, é o instrumento para dar socorro e segurança divinas ao seu povo. Nada existe aqui que seja indigno de Jeremias, ou que não se harmonize com sua concepção de comunidade pacífica e bem organizada, que goze as bênçãos de Javé em suas próprias terras e sob governo próprio. (Skinner, 1966, pp. 294s.)

Justo (saddiq) e equidade (sedaqa) dão a indicar que haverá bem-estar e favoráveis condições internas e externas (Mowinckel, 1975, p. 193). Essas condições são confirmadas no v. 6. Judá será realmente abençoado com seu bem-estar (nosha'). Em Israel, haverá segurança. O contraste com a realidade, descrita nos vv. Is, é flagrante. Tanto as 10 tribos dispersas pela Assíria (Israel), como as duas dispersas pela Babilônia (Judá), estão incluídas na ação do Messias. Ele é a garantia de que todo mal (e todo mau) será removido. O povo de Javé voltará a ser digno de ser chamado assim.

Toda essa renovação está vinculada ao nome do restaurador das 12 tribos (Israel e Judá). O renovo justo de Davi é chamado Javé nossa justiça.

Chamar alguém por um nome universalmente denota, no uso profético, colocá-lo ou anunciá-lo como aquilo que o nome expressa, assim também aqui: O renovo de Davi manifestar-se-á ele mesmo ao povo de Israel como Jahveh Tsidkenu. (...) os intérpretes rabínicos, encabeçados por Chald., tomam o nome como sendo abreviatura de uma sentença (...). Eles apelam para 33.17 e para outras passagens, tais como Êx 17.15, onde Moisés chama o altar Javé minha bandeira (...), em tais nomes, uma sentença inteira é trazida. Javé minha bandeira é a mesma coisa que dizer: Esse altar é dedicado a Javé minha bandeira, ou ao Todo-Poderoso, o Deus de Israel. (...) A isso corresponde Jahveh Tsidkenu: aquele e através de quem Javé trata com justiça. (Keil, 1950, v. l, pp. 352s.)

Yahveh sidqenu significa, portanto, aquele que garante justiça para nós (Harrison, 1980, p. 95). A justiça que os israelitas restantes usufruirão (e que já começa a ser semeada a partir do que é descrito nos w. 3s) é fundamentada e assegurada pelo reino futuro do Messias prometido, a justiça que brotará a partir do Gérmen de Davi. A justiça e a bênção são decorrentes desse que aí é descrito como segundo Davi. Se lermos Jr 33.15s como passagem vinculada a essa, podemos perceber que Jerusalém, como local onde o novo Davi assentar-se-á, será, finalmente, cidade da justiça. Esse será o adorno trazido pelo Messias para dentro dela, de forma que o nome de ambos fundir-se-á em um só.

2. Observações homiléticas

O texto que acabamos de analisar exegeticamente mostra o contraste entre a justiça de Deus e as práticas humanas. Ao mesmo tempo, transparece a estratégia do Senhor para a superação do caótico dilema humano: antes da manifestação da plena justiça corporificada (vv. 5s), que é descrita como uma expectativa escatológica futura, virá a implantação de uma medida intermediária, com o despontar, a partir da ação de Javé, de uma liderança social e religiosa que seja sinal da justiça e da consequente confiança e segurança decorrentes da intervenção de Javé para transformação do existente. O que fica fortemente sublinhado em todo texto é que, para Deus, a injustiça de qualquer tipo é inaceitável! O texto desdobra essa proposição, mostrando algumas formas de Deus agir em meio às situações de injustiça em que seu povo esteja envolvido. Passemos a descrevê-las:

1a forma de Deus agir: o Senhor responsabiliza os responsáveis pela organização da sociedade e promete que castigará os produtores das situações de injustiça (vv. Is)

Os responsáveis pela sociedade são tanto os políticos como também os líderes espirituais (religiosos). Na abordagem da responsabilização pelas situações de injustiça não podemos escapar de uma análise da vinculação, em tempos atuais, dessa temática com as ideias dos economistas que têm marcado a forma de estruturação de muitas de nossas sociedades latino-americanas. Um dos modeladores das concepções contemporâneas é John Maynard Keynes, o qual defendeu que

O progresso técnico (...) só é alcançável se empregarmos aqueles poderosos impulsos humanos do egoísmo, a que a religião e a sabedoria tradicional universalmente nos convidam a resistir. A economia moderna é impelida por um frenesi de voracidade e entrega-se a uma orgia de inveja, e isso não são características acidentais, mas as próprias causas de seu sucesso expansionista. (Schumacher, 1982, p. 27.)

Em 1930, durante a depressão económica mundial, ele sentiu-se impelido a especular a respeito das possibilidades econômicas para nossos netos e concluiu que talvez não estivesse muito longe o dia em que todos seriam ricos. Voltaremos então, disse ele, a valorizar mais os fins do que os meios, e a preferir o bom ao útil.

Mas, cuidado!', prosseguiu. Ainda não chegou o tempo de tudo isso. Por mais cem anos, no mínimo, devemos simular para nós e para todos que o justo é injusto e o injusto é justo; pois o injusto é útil e o justo não o é. Avareza, usura e precaução ainda tem de ser nossos deuses por mais algum tempo. Pois só elas podem tirar-nos do túnel tia necessidade económica para a luz do dia.

(...) a mensagem keynesiana é bastante clara: Cuidado! Considerações éticas não são meramente irrelevantes, elas são um impedimento real, pois o injusto é útil e o justo não o é. Não soou ainda a hora de ser justo. (Schumacher, 192, p. 21.)

Como podemos ver, muitos que têm no enriquecimento sua filosofia de vida colocaram a justiça de molho. A economia engoliu a ética. A economia científica tornou-se uma nova religião; o todo da vida em sociedade vai gradativamente sendo transformado em campo de exploração econômica.

Às mercadorias tradicionais agora se agrega a saúde, a educação, o descanso ou previsão. Toda atividade ou direito humano é transformável em mercadoria (...). Não é possível aceitar o critério da eficiência do mercador para toda a sociedade. Impor a todas as atividades humanas a mesma norma que rege um armazém ou uma trans-nacional, obter o máximo lucro em dinheiro, é de todo ponto de vista uma nescidade e um ato suicida para a comunidade, impostos pelo grupos de poder. É uma insensatez crer que a felicidade humana é a riqueza e o produto da economia. A opinião dos infinitos néscios é que o dinheiro tudo pode. (Espoz Le-Fort, 1990, pp. 5s.)

Essas ponderações certamente têm de ser levadas a sério se lemos hoje as palavras ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! Isso afeta tanto a vida espiritual quanto a vida social em que, como cristãos, estamos inseridos. Deus nos exorta a chamar à responsabilidade os responsáveis pela exploração do homem pelo homem, pela corrupção e pela imoralidade de todo tipo. Temos de dizer-lhes que há um juízo maior, da parte de Deus, sobre a vida daqueles que lideram e influenciam o estilo de vida das demais pessoas (cf. Tg 3.1). No entanto, essa exortação não trata só da organização social. Também os líderes espirituais da Igreja cristã são tratados por Deus como responsáveis pelo fato de não estarem ajudando a Igreja de Cristo a ser casa de oração para todos os povos (distribuindo essa possibilidade às pessoas de todas as etnias), local onde sempre se esteja disposto a orar e compartilhar, centro de irradiação da compaixão de Deus pelo mundo que lhe dá as costas. Mas, há uma

2a forma de Deus agir: o Senhor promete criar uma nova comunhão e levantar líderes justos, o que significará confiança e paz

Exatamente isso é o que se viu em Pentecostes: ali o Espírito Santo criou uma nova comunhão. Os sinais da justiça pneumatológica transpareceram no anúncio intrépido sobre o Cristo vivo (At 2.14ss), na comunhão e na oração (At 2.42), na distribuição da riqueza acumulada (At 2.44s), na alegria e simplicidade de coração (At 2.46), no ato de repartir a mensagem do evangelho com aqueles que ainda não haviam ouvido sobre a salvação em Cristo Jesus (At 2.47). Algo semelhante, falando-se numa linguagem neotestamentária, o Senhor prometeu realizar em Jr 23.3s. Ele mesmo vai fazer com que as ovelhas de Israel (as 12 tribos) experimentem unidade e se multipliquem . Essa multiplicação tem seu paralelo, em tempos neotestamentários, naquilo que aconteceu após Pentecostes: Crescia mais e mais a multidão dos crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor (At 5.14) e crescia a palavra de Deus e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos (At 6.7). Essa aplicação pode ser feita: um chamado à missão integral, o que implica tanto a busca por condições mais dignas de existência humana para os pobres e injustiçados quanto a comunicação do evangelho a um número cada vez maior de pessoas. Continua verdadeiro o axioma de que uma Igreja que não faz missão integral torna-se campo de missão. A ação do Espírito Santo abrange todas as áreas da existência humana. Ele é Deus em missão.

A ação de Deus vai, no entanto, na direção da criação de um ambiente que possibilite essa multiplicação da vida das ovelhas. Isso passa pelo surgimento de promotores da justiça de Javé. Os líderes que desempenhem tal função instrumentalizam o aparecimento de uma paz tal que não haverá mais espaço para o temor e o espanto (Jr 23.4), reflexos esses que são evidência da instabilidade social provocada pelo maus líderes políticos e religiosos que organizavam a sociedade israelita. A falta de uma vida tranquila e mansa constitui-se num empecilho para que todos cheguem ao pleno conhecimento da verdade que indica Cristo como Mediador (l Tm 2.2,4s). Queremos, no entanto, acrescentar mais uma às formas de ver Deus agindo em meio às situações de injustiça:

3a forma de Deus agir: o Senhor promete a presença da justiça do seu reino na terra, corporificada naquele que há de vir (vv. 5s)

A vinda do renovo prometido significa, primeiramente, o estabelecimento de uma justiça real. É a justiça do reino de Javé que, através do Messias, irromperá em meio à terra. A corrupção e a ruína, tão típicas na vida dos reis anteriores de Israel e Judá, serão removidas através da ação do Messias. A justiça que vem e é de Deus, a partir de então, determinará o todo da vida social e dos inter-relacionamentos. Somente num segundo intento de aplicação é que poderíamos — a bem de uma apropriação do texto em seu contexto histórico original, onde certamente o enfoque acima mencionado é o determinante — vincular o Senhor Justiça nossa com a doutrina da justificação. A partir desse texto teria, portanto, de ser clarificado que a justificação, baseada no perdão dos pecados, é dependente da justiça real do enviado de Deus, constituindo-se a justificação pelo perdão dos pecados em uma versão neotestamentária livre da mensagem encontrada nessa passagem de Jeremias. Isso vê-se, por exemplo, em Rm 3.21s, onde nos é dito que, após Cristo, se manifestou a justiça de Deus, testemunhada pela lei e pelo profetas; justiça de Deus (...) para todos (e sobre todos) os que crêem (...). Os textos proféticos são lidos, portanto, à luz da justificação. Em vista dessa manifestação da justiça de Deus, Cristo se nos tornou da parte de Deus (...) justiça (l Co 1.30). Ele se fez pecado por nós para que nele fôssemos feitos justiça de Deus (2 Co 5.21). Na cruz de Cristo se dá aquilo que Lutero chama de troca bendita: Cristo nos dá Sua justiça, tomando para si toda nossa injustiça. A interpretação de Lucas vai em direção à aplicação a Jesus Cristo dessa promessa messiânica encontrada em Jr 23.5s (cf. Lc 1.32s).

3. Subsídios litúrgicos

1. Confissão de pecados: Senhor Deus, quando ouvimos sobre a tua justiça e a forma em que tu a manifestas, caímos em nós mesmos e reconhecemos quanto precisamos do teu perdão. Ajuda-nos a deixar aos pés da cruz o pecado do descompromisso com a busca de uma vida melhor para nosso próximo. Perdão pelo nossos líderes políticos que tantas vezes praticam injustiça. Perdão pelo nosso comodismo em relação a isso. Ajuda-nos a viver a partir de ti. Perdoa-nos e tem piedade de nós, Senhor.

2. Oração de coleta: Pedimos que o teu Espírito Santo nos faça termos cousas em comum. Que possamos repartir Cristo com o mundo que não O conhece, que aprendamos a repartir amor, repartir nosso tempo e repartir nossos tesouros, para que o mundo saiba que o Senhor é nossa justiça e que por isso é que, a partir do Teu poder e atuação em nós, somos justos. Senhor, que a Tua justiça venha a nos guiar. Em nome de Jesus Cristo, Amém!

3. Oração final: Sugiro que se pergunte à comunidade sobre motivos pelo quais ela gostaria de orar, como resposta aos desafios da palavra de Deus. Lembrai aqui aquelas pessoas conhecidas que precisam de apoio, consolo e novo ânimo na luta em defesa daquilo que é justo diante de Deus.

4. Bibliografia

BOGGIO, Giovanni. Jeremias, o testemunho de um mártir. S. Paulo, Paulinas, 1984.
ESPOZ LE-FORT, Renato. Totalitarismo político y cristianismo; el totalitarismo de Ia Economia. (Texto a ser publicado em: Boletín Teológico, México (37), 1990.)
HARRISON, R. K. Jeremias e Lamentações; introdução e comentário. 1. ed. São Paulo, Vida Nova/Mundo Cristão, 1980. (Cultura Bíblica, 18).
KEIL, C. F. The Prophecies of Jeremiah. Grand Rapids, Eerdmans, 1950. v. 1.
MOWINCKEL, Sigmund. El que ha de venir; Mesianismo y Mesías. Madrid, Fax, 1975.

SCHÖKEL, Luís & SICRE DIAZ, J. L. Profetas I; Isaías, Jeremias. S. Paulo, 1988. (Coleção Grande Comentário Bíblico).
SCHUMACHER, E. F. O negócio é ser pequeno; um estudo de economia que le¬va em conta as pessoas. S. Paulo, Círculo do Livro, 1982.
SKINNER, John. Jeremias, profecia e religião. S. Paulo, ASTE, 1966.
WESTERMANN, Claus. Comentário alprofeta Jeremias. Madrid, Fax, 1972.


Autor(a): Marlon Ronald Fluck
Âmbito: IECLB
Natureza do Domingo: Pentecostes
Perfil do Domingo: 8º Domingo após Pentecostes
Testamento: Antigo / Livro: Jeremias / Capitulo: 23 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 6
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1990 / Volume: 16
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 14046
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