João 15.9-17

Auxílio Homilético

17/05/2009

Prédica: JOÃO 15.9-17
Leituras: ATOS 10.44-48; 1 JOÃO 2.1-6
Autor: Gisela Beulke
Data Litúrgica: 6º Domingo da Páscoa
Data da Pregação: 17/05/2009
Proclamar Libertação – Volume: XXXIII

1. Introdução

Encontramos esse texto de João entre os relatos de despedida de Jesus, antes de sua paixão, morte e ressurreição. Vários são os ensinamentos que o Mestre procura passar a seus discípulos antes de sua partida, tanto por palavras como por gestos e atos de amor e solidariedade. O texto proposto para este domingo é João 15.9-17, mas a unidade inicia em João 15.1. O texto pode ser subdividido em três partes. No v. 9, bem como nos v. 1 e 2, Jesus introduz o tema de seu relacionamento com os discípulos, usando uma imagem conhecida na época: a videira e seus ramos. Afirma que ele é a videira e Deus o agricultor que cuida dos ramos. Nos v. 3-8, ele fala da importância da ligação entre a videira e os ramos para que esses permaneçam vivos e tragam os devidos frutos. Para que possam dar frutos, é imprescindível que os ramos permaneçam integrados à videira. Na subunidade, v. 9 a 17, o tema é o amor. Não se enfoca mais a vinha. Essa aparece só quando se trata dos frutos. O enfoque do tema deste domingo é o amor que Deus tem para com os que lhe pertencem. Esse amor sustenta, acolhe, cuida, transforma. E, como pessoas criadas à imagem de Deus, somos convidados e desafiados a seguir o exemplo de Jesus, a viver o amor que acolhe, perdoa, cuida, integra, transforma.

Desde a Antigüidade, a figueira e a oliveira são conhecidas como vegetação típica da Palestina. Números 13.23 relata que os homens que foram reconhecer a terra de Canaã retornam trazendo consigo um ramo de vinha com cacho. Em textos do Antigo Testamento, encontramos diversas referências à videira. Normalmente, a figura da vinha é usada para falar do povo de Israel e de sua íntima relação com Deus. Por isso, quando Jesus usa a simbologia da vinha e de seus frutos, os ouvintes compreendem a mensagem, sem necessidade de explicações complementares.

O texto da videira e dos ramos aponta para a profundidade do amor de Deus como fonte de vida. O discipulado só se concretiza lá onde pessoas permanecem no amor de Deus. É Ele quem, em Jesus Cristo, possibilita o amor entre as pessoas.

No dia 17 de maio de 2009, a Casa Matriz de Diaconisas, a Irmandade Luterana, completa 70 anos de existência. O lema da Irmandade é: “Permanecei no meu amor” (Jo 15.9). Esse texto está previsto para o dia do aniversário da Irmandade Luterana, contudo não foi ela quem o propôs como tema da prédica.

2. Exegese

O acento de João 15.9-17 está no permanecer no amor de Jesus.

V. 9-12 – Estes versículos refletem sobre a íntima comunhão de Jesus com Deus.

João usa por diversas vezes o termo “permanecer”, significando “ficar, residir” (ver: 1.32-33; 1.39; 5.38; 6.27; 6.56; 8.31; 14.10).

João 15 usa o permanecer, designando interdependência ou dependência. Permanecendo em comunhão com Jesus, guardamos suas palavras, seus mandamentos e vivemos a sua proposta. Assim como Deus ama Jesus, esse ama os seus discípulos, que, permanecendo nesse amor, podem amar e cuidar das pessoas, do mundo, apesar de desavenças, ódio e contradições nele existentes. O fluxo de amor do Pai para o Filho envolve-nos e habilita a amar. Existe uma analogia entre o amor existente entre Deus e Jesus e deste para com seus discípulos. “Os discípulos são chamados a permanecer na esfera da graça, sob o poder do amor de Deus, do qual Jesus Cristo é o Mediador.”1 Permanecer na esfera do amor de Deus, que é a fonte do amor, implica sintonizar com a sua proposta, viver e observar os seus mandamentos. Isso exige obediência, que possibilita que a ação de Deus flua e corresponda à ação humana. Estar na graça de Deus e viver de seu amor desperta a gratidão que faz nascer e renascer a alegria. A graça de Deus possibilita a plenitude de alegria. Jesus deseja que possamos servir, diaconar, com alegria.

Os mandamentos de Jesus, na verdade, resumem-se num só: “Amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a ti mesmo” (Mc 12.30-31).
A obediência de Jesus até a morte na cruz é uma demonstração de amor ao Pai. Ele sabe que não está só. Também na hora do sofrimento e da morte é amparado e fortalecido pelo amor do Pai (Jo 8.29). Por isso faz tudo para honrar e glorificar a Deus.

O amor flui do Pai ao Filho, do Filho aos discípulos e desses para a humanidade e de uns para os outros. “Um único amor, cujo transbordamento é contínuo.”

V. 13 a 17 – Estes versículos falam dos amigos: “Vós sois meus amigos”. Jesus afirma que seu amor aos discípulos é como o amor entre amigos. “Vós sois meus amigos.” Para ele, a maior demonstração de amor que alguém pode dar a seu amigo é morrer por ele. Jesus evoca sua própria morte como demonstração desse amor. Por outro lado, a característica do amor-amizade por parte dos discípulos é a sintonia de intenções com seu amigo Jesus (v. 14). Existe união entre amor e obediência. Isso é destacado no v. 14: “Vós sois os meus amigos, se fazeis o que eu vos mando”. Um servo obedece às ordens de seu patrão, mesmo não entendendo os motivos. Com um amigo é diferente: ele obedece porque houve entendimento, empatia. Com um amigo se compartilham sentimentos, reflete-se sobre encaminhamentos. Os discípulos são amigos de Jesus à medida que fazem o que ele pede. Uma amizade, cuja base é o amor mútuo, tem conseqüências. Por isso o texto volta à figura da vinha. Quem permanece no amor de Deus dá frutos, assim como os ramos da videira só podem dar frutos se permanecerem unidos à videira. O fruto é resultado da seiva da videira. Deus, Jesus, deseja que seus discípulos dêem muitos frutos. Dar frutos pode implicar sofrimento, como acontece com o ramo que é limpo para que produza mais frutos. A proposta de Jesus é que o amor oriente os relacionamentos de seus discípulos, oriente o convívio entre as pessoas. E isso só é viável permanecendo em seu amor. Esse é o cerne do mistério de Deus.

O texto lembra, em meio às palavras de despedida de Jesus, que a plenitude da alegria está condicionada à fidelidade efetiva dos discípulos ao amor do Pai em Jesus Cristo.

3. Meditação / Homilia

3.1 – Permanecer no amor

O que cada um de nós entende por amor? Como explicamos o que é amor a uma criança? Que símbolo usaria para expressar o significado do amor? No dicionário Aurélio, consta que amor “é um sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem”.

O texto de hoje enfoca o amor de Deus como premissa para o nosso amor. Deus é a fonte, a origem do amor. Ele desencadeia o fluxo do amor, que, através de Jesus, age entre as pessoas. Deus amou muito seu Filho Jesus Cristo. Como Ele ama também a nós, permitiu que Jesus sofresse e morresse para que a humanidade obtivesse a salvação. Vemos que o amor não exclui o sofrimento.

O amor inclui cuidado, carinho, atenção para com as pessoas e para com toda a criação de Deus. O desejo e desafio é que assim como Deus ama a Jesus e este ama seus discípulos, isto é, a nós, também nós nos amemos uns aos outros e coloquemos sinais de amor, acolhimento, perdão, paz em nosso contexto de vida, em nosso mundo. Isso só é possível se permanecermos em Deus, que é a fonte do amor, permitirmos que esse amor inunde a nossa vida e flua através de nós para o mundo. Só assim poderemos produzir frutos de amor.

Permanecer passa a sensação de que se trata de algo estático, parado. Aqui a figura da vinha (ou qualquer outra árvore frutífera) pode nos ajudar. Os frutos de uma videira, de uma árvore frutífera, estão integrados à mesma e fazem parte da identidade dessa planta. Uma macieira sempre dará maçãs. Uma videira sempre dará uvas (mudanças acontecem somente quando mãos humanas interferem com enxerto ou outro mecanismo externo). A finalidade de uma árvore frutífera é dar bons frutos. Ela também pode fornecer sombra ou outros elementos úteis, como folhas ou raízes com funções medicinais.

A razão de ser, ou seja, o que dá sentido de vida à pessoa humana, é a vivência do amor, da solidariedade, da diaconia. A identidade do cristão é refletir o amor de Deus. Permanecendo na fonte da vida, a seiva do amor pode fluir do doador para a criatura, de Deus para nós. Em seqüência, através de nós o amor de Deus pode fluir para outras pessoas. Os frutos de amor podem traduzir-se em ações concretas, como: visitar doentes, idosos, pessoas solitárias, incluir excluídos, envolver-se para que aconteça mais justiça social etc. As ações diaconais podem ser:

de misericórdia – ter olhos, ouvidos e coração para as necessidades e sofrimentos de outros. “Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai” (Lc 6.36);

de justiça – ter olhos para os direitos das pessoas. Empenhar-se por leis justas e inclusivas. Jesus também denunciou leis discriminatórias de sua época (Mc 7.1ss). Misericórdia e justiça precisam acontecer de forma integrada;

de assistência – é a diaconia da proximidade, do cuidado, sem criar dependência. [Nota: assistência não é sinônimo de assistencialismo];

de solidariedade – ela faz e decide as coisas com a outra pessoa (não faz ou decide pela outra pessoa). Ela soma forças, identifica-se com o sofrimento da outra pessoa. (Ex: luto, doença, pais cujo filho ou filha nascem com deficiência, causas populares etc.);

de parceria – acontece onde há troca de ajuda mútua, onde dons são colocados a serviço de forma espontânea. Tanto a diaconia ministerial como a diaconia voluntária são marcadas pela parceria;

de caráter político – não se pode separar fé e política. Se a política vai mal, possivelmente os cristãos estão deixando de dar sua contribuição de forma responsável e coerente. Cristãos precisam estar inseridos em conselhos municipais, ajudar nas decisões políticas e colaborar para que as estruturas sociais sejam justas2.

3.2 – “Vós sois meus amigos”

Podemos ter contato com muitas pessoas, contudo normalmente temos poucos amigos e amigas. O que caracteriza uma amizade?

Quando falamos em amizade, pensamos geralmente numa relação de afeto e confiança mútua entre duas ou mais pessoas. Elas se conhecem e se apóiam, numa troca constante e enriquecedora. Numa boa amizade, cada qual sabe que pode contar com o outro, a qualquer hora, para qualquer assunto. Por vezes, a relação dispensa palavras, pois um olhar, um gesto ou uma atitude falam por si. Ter amizades sinceras é importante, pois elas fortalecem nossa auto-estima e dão firmeza na caminhada. Psicólogos e médicos afirmam que, em algumas ocasiões, um amigo ou uma amiga proporcionam ajuda mais eficiente do que o melhor remédio.

Uma boa e verdadeira amizade pode durar a vida toda. “Somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos”, diz Saint-Exupéry em seu livro O Pequeno Príncipe. Para ter amigos, é necessário cativá-los.

Jesus chama seus discípulos de amigos. Isso é admirável, considerando que, naquela época, a relação do ser humano com Deus era vista como a relação entre um servo e seu senhor. Jesus chama seus discípulos de amigos e mostra-lhes qual é a essência da amizade: com eles compartilhou seus sentimentos, suas experiências, seus conhecimentos, seu amor. “Jesus não só oferece sua amizade aos discípulos, mas os torna seus amigos, pelas palavras que lhes fala e pelo amor com que os ama até o fim. O amor de Jesus é, em última análise, a base de sua amizade.”3 Jesus deu sua vida em favor de seus amigos. Essa é a maior demonstração de amor que alguém pode dar a um amigo. Nossa capacidade de amar é limitada. Até podemos firmar amizades profundas e duradouras. Mas, se depender somente de nós, teremos amizade só com poucas pessoas. Para Anselm Grün, era na contemplação da cruz que ele sentia a amizade de Jesus de forma mais intensa. Ele diz:

Na cruz, Jesus se deu por mim, sem esperar que eu lhe retribua algo por isso. Ele me amou, sem que eu tivesse feito algo por isso. Ele sabia que eu, muitas vezes, passaria por cima desse amor, sem dar o devido valor. Os braços abertos de Jesus me dizem: “Tu és amado, plenamente. Eu vou contigo, mesmo quando te afastares de mim. Estarei contigo, também quando a cruz te atingir. Meus braços estão abertos para ti, para te abraçar. Eu espero por ti, até te jogares em meus braços. Estás livre. Não exijo nada de ti. Porém tu podes confiar em mim. Meu coração está aberto para ti. Podes te abrigar dentro dele com tudo o que está em ti.4

Quando essa amizade profunda por parte de Jesus é aceita por nós, então nos tornaremos também amigos e amigas de Jesus e seu amor poderá fluir por intermédio de nós às pessoas de nossa convivência.

4. Imagens para a prédica

a) Pode-se usar a figura da videira, de árvores frutíferas, em especial para quem reside no interior ou em cidades menores. Pessoas de centros urbanos talvez nunca tenham cultivado uma árvore frutífera. Bom seria decorar a igreja com ramos de videira, com cachos de uvas ou com galhos de árvores com frutos.

Exemplos de amizade e amor:

b) Amigos: A figura de amigos perpassa todas as classes sociais. São inúmeras as mensagens e textos que falam de amigos. São quase tantas quantas falam de amor.

Amigos verdadeiros são para sempre... porque não importa a distância, no coração estarão sempre perto; não importam as diferenças, no coração sempre terão um ponto de acordo; não importam as brigas, no coração sempre haverá lugar para o perdão; não importam circunstâncias, sempre haverá um ombro para recostar, mãos para ajudar, olhos para enxergar e chorar de alegria e dor, bocas para expressar as verdades e sorrir. Amigos verdadeiros são amigos para sempre.5

c) Amor: Quando o amor de Deus flui através de nós, como a seiva flui do tronco de uma árvore para os ramos, o amor se torna sensível. Certamente cada um de nós pode dar exemplos de experiências pessoais de amor abnegado e gratuito. Um exemplo, talvez conhecido, é este a seguir:

Irmã não pesa

Pedro era o filho mais velho de uma família com dois filhos. Sua mãe trabalhava como faxineira, e seu pai, há quatro anos, saíra para comprar cigarros e nunca mais voltara.
Todos os dias, quer fizesse sol ou chovesse, Pedro carregava sua irmã Joana até a escola. Ela, quando era bem pequena, sofrera paralisia infantil e não podia mais andar.
O tempo foi passando. Joana, já com oito anos, era bem pesada e grande. Mesmo assim, Pedro, que tinha onze anos, todos os dias carregava Joana até a escola.
Seu João, dono do armazém – que via Pedro passar todos os dias –, perguntou-lhe num certo dia:
– Pedro, sua irmã é tão grande, tão crescida. Ela não é pesada demais para você?
– Não, não, seu João, respondeu Pedro. – Ela não pesa. Ela é minha irmã.6
O serviço que é feito com amor que emana de Deus, que é gratuito, abnegado, inclui doação e é feito com alegria e desprendimento.

Outro exemplo: Em 17 de maio de 1939, foi fundada a Irmandade Luterana, cuja sede é a Casa Matriz de Diaconisas. Muitas pessoas se empenharam, desde o início, para que essa instituição viesse a existir e continua existindo até hoje. Seu intuito é acolher mulheres que desejam viver o amor de Deus, que desejam dedicar sua vida ao serviço de Deus no mundo, à diaconia. Com a coleta do Dia das Mães, as comunidades ajudam a manter essa instituição, que se empenha em ajudar pessoas em suas necessidades.

Em 17 de maio de 2009, essa instituição completa 70 anos de existência. Muitas foram as mudanças que ocorreram nesses 70 anos. Contudo, a Irmandade continua ajudando onde é possível e acolhendo mulheres (solteiras ou casadas) para se preparar para o trabalho diaconal ou ministério diaconal e integrar a Irmandade Luterana. Como irmãs ou diaconisas, atuam no serviço de amor ao próximo, na diaconia.

Também nas comunidades da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) existem muitos sinais de amor e solidariedade, de diaconia voluntária, feita por cristãos, por pessoas voluntárias que praticam a diaconia, que se engajam em favor de vida digna para quem sofre, para quem está sem trabalho, sem teto, sem terra e precisa da ajuda de alguém que o acolha com afeto. Serviços de amor são práticas diaconais quando, através deles, flui o amor de Deus.

d) Diaconisa Doraci Edinger: Doraci, quando jovem, trabalhou em fábrica de calçados em Novo Hamburgo (RS). Depois veio a São Leopoldo (RS), onde estudou Diaconia no Seminário Bíblico-Diaconal. Integrou a Irmandade Luterana. Seu desejo era servir aos pobres e necessitados. Trabalhou na Rondônia no início da colonização desse estado, depois atuou junto a indígenas. Por fim, atendeu ao chamado da IECLB para trabalhar em Moçambique, na África. Ela vivia numa sintonia e dependência muito grande de Deus. Seu trabalho lá foi muito abençoado. Centenas de pessoas conheceram o amor de Deus através dela e deixaram-se batizar. A Igreja Luterana cresceu muito nos seis anos em que Doraci trabalhou em Moçambique. Contudo, desde os primeiros anos de sua atuação naquele país, era ameaçada de morte. A direção da IECLB e da Irmandade sabiam dessa ameaça, mas quando se pedia para ela retornar ao Brasil, ela perguntava: “E quem será enviado para continuar o trabalho aqui? Esse povo não merece ser abandonado novamente”. Doraci permaneceu fiel, servindo às comunidades de Moçambique até quase completar o segundo período de permanência lá, quando foi brutalmente assassinada em Moçambique no dia 21 de fevereiro de 2004, pouco antes dela retornar efetivamente ao Brasil.

Desafio concreto: Motivar cada ouvinte a visitar, telefonar ou escrever, no decorrer da semana, a uma pessoa com a qual já teve amizade, que passa por necessidade ou que é muito solitária. Contar a essa pessoa aspectos da mensagem desse texto. Dessa forma estará permitindo que o amor de Deus possa fluir, através de você, para essa pessoa com a qual busca contato.

5. Subsídios litúrgicos

Confissão de pecados:
Comunidade canta: /: Perdão, Senhor, perdão.:/

Anúncio da graça:
Por vezes nos sentimos como galhos podados, como folhas secas, mas Deus promete: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro em vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne” (Ez 36.26), pois “Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto” (Jo 15.5a).

Kyrie:

A comunidade que se reúne presta várias formas de serviço e testemunho diaconal. Uma das formas é clamar a Deus pelas dores deste mundo.

Oração do dia:
Ó Deus, agradecemos por teu grande amor para conosco. Antes de nascermos, tu já nos amavas e, através de teu filho Jesus Cristo, nos acolhes e ofereces vida e salvação. Fortalece em nós a fé, a confiança, o amor e a obediência. Dá-nos a certeza de que tu, o justo e o justificador, nos aceitas como teus filhos e tuas filhas amados e amadas. Por Jesus Cristo que, contigo e com o Espírito Santo, vive e reina de eternidade a eternidade. Amém.

Hino após a prédica:
Eu sou a videira (O Povo Canta, p. 104) ou hino da Diaconia.

Oração geral da igreja:
1. Agradecimentos: Senhor, agradecemos pela vida e pelo grande amor com que cuidas de nós, sustentando e guardando-nos. Agradecemos que desejas nos preencher com o teu amor e nos queres usar como canal de amor, acolhida, solidariedade e cuidado neste mundo. Obrigado pelos 70 anos da Casa Matriz de Diaconisas, pela formação e trabalho que aconteceu via essa instituição diaconal, via a Irmandade. Graças que tu continuas sendo o amigo da humanidade e não desistes de tua criação, apesar de nosso pecado, egoísmo e desamor.
Comunidade canta: Hinos do Povo de Deus – volume 1, n. 253: “Glorificado seja o teu nome”.

2. Intercessões: Senhor, intercedemos em favor das pessoas que sofrem, que estão doentes, enlutadas, que não têm o que comer, pelos sem casa, sem emprego, sem esperança. Tem compaixão delas, Senhor. Ouvenos, ó Deus.
Comunidade canta: Ouve nossa oração e atende as nossas súplicas. Oramos pelas pessoas que sofrem em conseqüência das variações climáticas, que vivem dos produtos da terra e, devido a chuvas demais ou de menos, perderam a colheita. Ouve-nos, ó Deus.
Comunidade canta: Ouve nossa oração e atende as nossas súplicas. Pedimos por tua igreja em todo o mundo. Que o teu evangelho seja pregado com retidão, que ele possa traduzir-se em frutos de amor, de gratidão, de diaconia. Que esses frutos sejam testemunho vivo de teu amor.
Intercedemos pelos povos no mundo. Dá que possam trabalhar em favor da paz e da justiça, que as diferenças sociais e econômicas sejam amenizadas. Dá às autoridades sabedoria e coragem para governar com amor, honestidade e justiça. Ouve-nos, ó Deus.
Comunidade canta: Ouve nossa oração e atende as nossas súplicas.
Liturgia da Ceia do Senhor
Liturgia de despedida
Hino: n. 118, Hinos do Povo de Deus – volume 1: “Deus vos guarde pelo seu poder”.
Bênção (irlandesa):
O Senhor esteja sobre ti, para te mostrar o caminho certo.
O Senhor esteja ao teu lado, para te abençoar e te proteger.
O Senhor esteja atrás de ti, para te salvar da falsidade de pessoas más.
O Senhor esteja abaixo de ti, para te amparar quando caíres e te tirar das armadilhas.
O Senhor esteja dentro de ti, para te consolar quando estiveres triste.
O Senhor esteja ao redor de ti, para te defender quando outros caírem em cima de ti.
O Senhor esteja sobre ti, para te abençoar. Assim te abençoe o bondoso Deus. Amém.
Envio: Motivados pelo Espírito de Deus, crentes na Palavra de Cristo, imbuídos do amor de Deus, vamos e sirvamos ao Senhor com amor e alegria. Comunidade: Demos graças a Deus.

Bibliografia

BRAKEMEIER, Gottfried. João 15.9-12 (13-17). In: Proclamar Libertação XIV. São Leopoldo: Sinodal, 1988. p. 374-384.
GRUBBER, Edmundo. João 15.9-17. In: Proclamar Libertação VIII. São Leopoldo: Sinodal, 1982. p. 317-323.
LÉON-DUFOUR, Xavier. Leitura do Evangelho segundo João – III. São Paulo: Loyola, 1996. p. 125.
GRÜN , Anselm. Ich wünsch dir einen Freund. München: Deutscher Taschenbuch-Verlag GmbH & Co, KG, 2002.
TOILLIER, Osvino (Org.). 100 Estórias de Vida e de Sabedoria. 2. ed. São Leopoldo: Sinodal, 2000. p. 78-79.
IECLB Documento n. 4 – Diaconia Evangélica – 1988.

Textos de hinos: (autor: Rodolfo Gaede Neto)
I – Pelas dores deste mundo, ó Senhor, imploramos piedade. A um só tempo geme a criação. Teus ouvidos se inclinem ao clamor desta gente oprimida. Apressa-te com tua salvação.
A tua paz, bendita e irmanada com a justiça, abrace o mundo inteiro. Tem compaixão O teu poder sustente o testemunho do teu povo. Teu reino vem a nós! Kyrie eleison!

Notas:
1 BRAKEMEIER, Gottfried. João 15.9-12 (13-17). In: Proclamar Libertação XIV, p. 375
2 IECLB Documento n. 4 – Diaconia Evangélica – 1988.
3 GRÜN. Anselm. Ich wünsch dir einen Freund. München: Deutscher Taschenbuch-Verlag GmbH & Co, KG, 2002. p. 98 – Tradução de Ruthild Brakemeier.
4 GRÜN, 2002, p. 99-100.
5 Mensagem recebida por e-mail – autor desconhecido.
6 TOILLIER, Osvino (Org.). 100 Estórias de Vida e de Sabedoria, p. 78-79.
 


Autor(a): Gisela Beulke
Âmbito: IECLB
Natureza do Domingo: Páscoa
Perfil do Domingo: 6º Domingo da Páscoa
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 15 / Versículo Inicial: 9 / Versículo Final: 17
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 2008 / Volume: 33
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 24543
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