Josué 24.1-2a,14-18

Auxílio Homilético

23/08/2015

Prédica: Josué 24.1-2a,14-18
Leituras: João 6.56-69 e Efésios 6.10-20
Autora: Cristina Scherer
Data Litúrgica: 13º Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 23/08/2015
Proclamar Libertação - Volume: XXXIX

1. Introdução

O texto de Josué 24 é muito conhecido, especialmente a afirmação contundente do v. 15: Eu e minha casa serviremos ao Senhor. Surpreende-me o fato de que o referido texto é estudado ou analisado uma única vez no PL: no volume III.

Neste estudo, abordarei o texto e sua afirmação central, refletindo sobre o que ela implica para a vida e o testemunho cristão nos dias de hoje. Servir a Deus significa abandonar outros deuses e priorizar o pacto que Deus mesmo fez conosco, vindo ao nosso encontro através do Batismo.

O livro de Josué mostra-nos de forma intensa como Deus se coloca ao lado do povo desprezado e oprimido pelos mais fortes. Deus fortalece os pobres e pequeninos e rejeita o projeto de poderosos e opressores, que teimam ainda hoje em seguir outros deuses. Josué 24 é uma confissão de fé, um pacto de fidelidade que o povo faz no intuito de querer servir a Javé como Deus, pois ele conduziu os hebreus da escravidão para uma terra onde “manam leite e mel” e continua guiando-nos para uma terra onde a vida deve ser respeitada e vivida com justiça e dignidade, tal qual Jesus Cristo anunciou.

2. Exegese

2.1 – Forma literária de Josué

O livro de Josué compilou antigos relatos sobre a luta dos hebreus pela terra. A história narrada no livro pode caracterizar-se como uma saga, breves histórias de imaginação com uma trama simples e poucos personagens, situada num passado tradicional e carente de documentação, que reconta os atos de seus antepassados ou líderes em suas lutas contra grandes dificuldades. Também ocorrem no livro de Josué as lendas e as histórias etiológicas, que explicam a origem de algo, como um lugar, um costume, um nome, sempre associadas a um herói ou a um evento anterior.

O autor de Josué faz uso de material da teologia deuteronomista e paralelos do evento do êxodo. Em tempos do exílio babilônico, o relato do livro de Josué desempenhou uma importante função política e religiosa devido à sua qualidade heroica e à sua poderosa teologia, reforçando assim o sentido de compromisso e coragem frente às grandes dificuldades, mobilizando o povo para permanecer unido e fiel a Javé. O objetivo da obra historiográfica deuteronomista é assegurar a unidade do povo em torno da fé em Javé. A unidade da fé do povo disperso no exílio assegura também sua unidade política. Deus deseja reunir seu povo e mostrar-lhe o caminho por onde deve seguir. No capítulo 24, os v. 19 e 20 rele- tem claramente a situação de exílio vivenciada pelo povo de Israel.

Os capítulos 2, 12 e 24 são centrais e servem como uma chave de leitura que permite observar como foi formado o povo de Israel, formação essa que ocorreu como “um processo de luta contra reis e cidades que dominavam o campo e de integração da população cananeia marginalizada numa nova sociedade igualitária emergente” (DREHER, p. 49).

O texto de Josué 24 é muito antigo, provavelmente oriundo da época tribal, porém, do ponto de vista literário, parece um pouco isolado dos demais textos do livro de Josué. O livro poderia muito bem terminar no cap. 23. O capítulo 24 assemelha-se ao texto de Dt 26.5-9, que tem uma função de credo histórico.

2.2 – Capítulo 24

V. 1-13 – Demonstram a origem pagã do povo e o fato de que a fé em Javé foi determinação do próprio Javé, pois ele foi ao encontro de Abraão e toda a sua descendência. Portanto não foi o povo que escolheu servir a Javé como Deus, mas Javé chama, convoca, faz um pacto e orienta esse povo que ele mesmo escolheu.

V. 14-15 – Revelam o valor da confissão central contida no texto. O povo é chamado para vivenciar uma unidade na mesma fé em Javé e assim abandonar outros deuses, sendo que essa decisão tem conotação política no sentido de unir o povo em torno de Javé para dar continuidade ao plano de Deus na história, assim como foi no tempo dos antepassados. É preciso continuar aquilo que Deus iniciou de forma maravilhosa, avançar no projeto de vida plena vislumbrado por Javé para um povo e para toda a humanidade, abandonando os deuses que conduzem à estagnação, opressão, humilhação e morte.

V. 16-18 – O povo afirma sua decisão em querer servir a Javé e confessa seu erro de servir a outros deuses e lembra a ação bondosa de Deus ao longo da história, desde o passado até o presente, comprometendo-se futuramente a servir a Deus. O povo de Israel, que se encontra na situação opressora do exílio, necessita escutar a decisão de um líder, Josué, em querer servir a Deus com toda a sua casa, de forma semelhante às pessoas do povo de Israel que vivenciaram a entrada e instalação na Terra Prometida. Caso não escolhessem servir a Javé, estariam condenadas a vivenciar eternamente a opressão do exílio.

V. 19-28 – Descrevem a firme decisão do povo em seguir Javé e seguir seus mandamentos e leis. Para marcar isso, é realizado um pacto entre Javé e seu povo, tendo uma pedra e uma árvore como testemunhas, elementos vivos da criação de Deus.

Carlos A. Dreher afirma que, tanto no início (Js 2 – Raabe) como no final do livro de Josué, há uma opção de Deus em favor dos que são oprimidos pelo sistema social, religioso, político da época. A fé em Javé possibilita novidade de vida num sistema social distinto em que todas as pessoas têm lugar. Deus liberta seu povo da escravidão para conduzi-lo a uma terra de liberdade e justiça, em contraposição ao sistema antigo, em que somente poucos têm acesso à terra e muitos são explorados e injustiçados sem acesso digno à terra, que é dom de Deus a todas as pessoas (cf. DREHER, p. 65).

2.3 – Outros deuses

Nos v. 2 e 14 do capítulo 24 de Josué fica claro que o povo do qual fala Josué adorava outros deuses. Como explicar isso? Israel está localizado no entorno do Oriente Médio. Sendo assim, sofre influências de seu contexto de vida também no âmbito religioso. Assim como absorve aspectos de outras religiões de povos vizinhos, também rejeita outros aspectos e mantém-se fiel à tradição.

Os pais e mães de Israel cultuavam outras divindades. A família dos patriarcas era seminômade, portanto não se fixava num único lugar. Deus acompanha-os, caracterizando-se como um Deus peregrino, pois ele não estava vinculado a um único lugar de adoração, mas acompanhava o povo em suas caminhadas. Deus preocupa-se com a sobrevivência do povo, sustenta e promete vida através da continuidade da família e de um pedaço de terra para viver. Observa-se que há uma inclusividade presente, pois aceitam-se outras expressões de fé como a cananeia e incorporam-se essas expressões à fé dos pais e mães de Israel.

Os profetas bíblicos enviados por Deus combatiam com veemência o culto ao deus Baal (1 Rs 18), divindade masculina da religião cananeia ligada à fertilidade e à terra. Esse deus era adorado pelos proprietários de terras e reis e justificava os atos de opressão e exclusão contra os que não possuíam terra. O povo nômade, simples, camponês, trabalhador, era marginalizado. Javé é Deus dos hebreus, que age de forma diferente. Coloca-se ao lado dos fracos e oprimidos.

2.4 – Assembleia em Siquém

O povo que foi constituindo Israel saiu da escravidão do Egito e sonhava com a terra prometida. Lá chegando, recebeu o mandamento divino, as leis, para que pudesse organizar sua vida nessa nova terra. Essas leis falam claramente da necessidade da justiça social para que o povo continue a viver em liberdade. As diversas e antigas divindades eram comuns entre os integrantes do povo de Israel. Agora tinham que abraçar a fé e viver em fidelidade diante de Javé, o Deus da libertação, que acolhe todas as pessoas e espera que possam viver com justiça e liberdade. Em meio a essa caminhada rumo à nova terra, sempre havia entre o povo momentos de incerteza, dúvidas e o risco de voltar ao culto às antigas divindades. As divindades cananeias representavam os reis e os grandes proprietários de terra. Por isso o povo necessitava fazer um pacto com Javé, o Deus da libertação, cuja fé estava constantemente ameaçada.

Esse pacto é realizado na cidade de Siquém. Essa cidade era um centro religioso há 4.000 anos a.C. Antes dos israelitas, outros povos, inclusive o cananeu, haviam realizado ofertas e sacrifícios a seus deuses naquele lugar. Também em Siquém Abraão recebeu de Deus a promessa da terra, conforme Gn 12.6 (MAY Jr., p. 63). Dessa forma, a escolha de Siquém como lugar do pacto com Javé é simbólica. Ademais, pode-se observar que Siquém se encontra no centro do território de Israel, próximo ao monte Gerizim, o mesmo monte usado como local de adoração a Javé pelos samaritanos (Jo 4.21).

2.5 – A centralidade do SERVIR

Ao longo do capítulo 24 destaca-se a raiz hebraica דבע (‘ebed), que vem do verbo דבע (‘abad), que significa trabalhar (Êx 5.18), cultivar a terra (Gn. 2.5, 2.15), servir ou trabalhar para outro (2Sm 16.19; Êx 21.6), prestar serviço em um culto (Nm 3.7; 8.25), celebrar um rito – lit. la-avód et avodáh (Êx 13.5), servir, render culto (2Rs 21:3; Ex 3.12).

A raíz דבע (‘ebed) – servir – aparece 17 vezes no cap. 24, sendo nove vezes na perícope do texto em estudo. Isso traz consequências para a pregação desse texto, lembrando que o centro da vida cristã são o amor e o serviço a Deus e ao próximo, assim como Jesus Cristo destaca no lava-pés antes da última ceia realizada com seus discípulos (Jo 13.1-17). Na pregação, poder-se-ia ligar o texto de Josué à ação de Jesus Cristo e à frase atribuída a Mahatma Gandhi: “Quem não vive para servir não serve para viver”.

3. Meditação

3.1 – Servir a qual Deus?

Servir a Javé e ser fiel a ele significa, para as pessoas que constituíram o povo hebreu, renunciar aos deuses adorados pelos opressores, grandes proprietários de terra, que subjugavam os simples e os trabalhadores. A história de Deus com seu povo mostra, desde o evento da libertação do êxodo, que Deus toma o partido dos escravos, oprimidos, vítimas da exclusão social e política. O evento do êxodo é lembrado em Josué 24 e serve como eixo de ação para o projeto de Deus em favor de seu povo. Esse Deus, que outrora ouviu o clamor do povo oprimido e desceu para libertá-lo, deseja estar presente na vida do povo, deseja estar próximo, ser companheiro de caminhada. O pacto de fidelidade de Deus para com o povo em Siquém lembra isto: Deus aproxima-se da humanidade, e essa aproximação implica vínculo, fidelidade, seguimento, serviço e solidariedade.

Servimos ao Deus ao qual pertence toda a terra (Sl 24.1). Deus não se estabelece em nenhuma terra em particular; ele é Deus de justiça para todas as pessoas e deseja agir com bondade e misericórdia para com nosso e qualquer povo que viva sobre a terra. Deus concede-nos a terra de forma gratuita para ser mordomos, bons administradores da mesma. Por isso ela não pode ser destruída por alguns, não pode ser dominada, não deveria constituir a base de nenhuma exclusividade social ou econômica.

A terra é um dom, uma graça concedida para o bem-estar de todos os povos, e deve ser compartilhada e deixada intacta para as futuras gerações. Terra tem ligação com a salvação que Deus quer para todos os povos e está relacionada com a justiça social, tão ausente em nossa sociedade. Essa reflexão traz sérias implicações para a afirmação do texto de Josué 24.15: Eu e minha casa serviremos ao Senhor.

O que significa servir ao Deus da libertação, que opta pelo povo simples e oprimido, que quer a justiça social instaurada já e aqui entre nós? Será que de fato podemos encher o peito e afirmar que servimos a Deus com toda a nossa casa, com toda a nossa força e capacidade, quando julgamos e menosprezamos pessoas que lutam por vida digna, como pequenos agricultores que desejam uma justa distribuição da terra e a reforma agrária, os povos indígenas e tantas outras pessoas que querem preservar seu pedaço de chão e que, muitas vezes, são retira- dos à força de seus lugares de moradia em prol de grandes projetos e dos grandes proprietários que ainda hoje servem a outros tantos deuses?

A que Deus eu e minha casa queremos servir? A que Deus nossa igreja quer servir? Ao Deus do amor, da partilha, da justiça social; ao Deus da graça, bondade e misericórdia ou ao deus que favorece e apoia ações de uma minoria elitista, tal qual na época do sistema cananeu, que subjuga, oprime, escraviza, destrói e conduz ao individualismo, ao imediatismo, ao sensacionalismo da mídia e à frieza das novas tecnologias que impedem as relações face a face?

Servir a Deus hoje compromete-nos com os sinais de vida e faz-nos lembrar nosso Batismo, início da vida de serviço e amor a Deus e ao próximo.

3.2 – Servir a Deus onde?

Na terra que é um dom de Deus, no local em que Ele te colocou para ser sinal de bênção e não de maldição (Dt 30.15-20).

Na tua casa: “Comece em sua casa a viver o amor, o amor que liberta, o amor do Senhor!” (OPC, p. 110). Que exemplos de serviço, amor, respeito, partilha, liberdade, fidelidade existem em meu lar?

Na igreja: O que posso fazer para ajudar a minha comunidade de fé, que dons posso colocar a serviço? Onde a igreja pode aplicar mais ainda seu tempo, talento e tesouro, conforme estimula o reformador Martim Lutero? Como ser igreja a serviço dos marginalizados e oprimidos nos dias de hoje?

Na sociedade: Onde posso dar testemunho da minha fé e da minha vontade de servir a Deus, usando a armadura da fé na sociedade?

Como dica, cito alguns exemplos de pessoas que querem servir a Javé com toda a sua casa, como: envolvimento na escola dos filhos/filhas, boa relação com a vizinhança, na participação dos conselhos municipais, sabendo o que acontece na câmara de vereadores e participando ativamente das sessões, na visitação a lares de idosos, APAEs, na preservação da cidade limpa, na vivência fraterna e ecumênica com as diferentes denominações religiosas presentes na cidade, na denúncia de injustiças e da violência doméstica contra mulheres, crianças, idosos, homens. Sempre que houver envolvimento da família e da comunidade de fé na busca por soluções em conjunto para os problemas da cidade, participando, dialogando, incluindo, cuidando, serviremos a Deus e afirmamos seu projeto de vida plena para todas as pessoas na terra que ele nos concedeu para ser sinal de bênção.

3.3 – Servir a Deus como?

Abandonando o culto a outros deuses. Quais são eles hoje? Onde e como o culto a outros deuses oprime as pessoas e impede que tenham vida digna? Essas perguntas poderiam ser feitas à comunidade durante a pregação e respondidas de acordo com a realidade bíblica e o contexto social, político e religioso. Deuses como a vivência desenfreada do individualismo, consumismo, uso da tecnologia em detrimento das relações humanas; endeusar o ser humano; mercantilizar a religião; manipular e oprimir pessoas, subjugar e excluir expressões de fé diferentes da nossa devem ser denunciados e expostos para que se faça a cada novo dia um pacto de fidelidade exclusiva a Javé, o Deus de amor e liberdade revelado em Jesus Cristo.

O texto das leituras bíblicas convida-nos a permanecer fiéis no pacto que Deus realiza conosco desde o Batismo e a dar testemunho do serviço a Deus e ao próximo. Efésios conclama-nos a usar a armadura para a luta diária contra outros “deuses”, armadura que o próprio Deus concede: verdade, justiça, fé, paz, boa--nova da salvação que Deus oferece em Jesus Cristo (Ef 6.10-20). Ali onde esses valores não estão presentes, há adoração a falsos deuses.

O texto do evangelho lembra-nos que também os discípulos tiveram que optar, decidir, assim como povo hebreu faz em Josué 24. É preciso decidir seguir a Jesus Cristo ou não. Alguns desistiram no meio do caminho, frustraram--se, ficaram desiludidos com a proposta de Jesus. Pedro e os demais discípulos convocam-nos ao caminho da fidelidade ao projeto de Deus. Também nós somos chamados/chamadas a afirmar, decidir, comprometer-nos a anunciar paz, solidariedade, justiça, a denunciar opressão, maldade e “endeusamentos”. Como Pedro afirmamos: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus (Jo 6.68s).

4. Imagens para prédica: O pincel mágico

Há muitos anos viveu na China um jovem artista de nome So Liang. Era puro de coração e de simples aspirações. A sua pintura era tão prodigiosa, que ia além de qualquer desejo ou imaginação. O pincel de So Liang era mágico. Cada desenho dele, flor, fruto ou animal, pegava forma e vida quando enxugava as últimas gotas de tinta. So Liang gostava muito das suas pinturas e divertia-se bastante com tudo isso. A fama dele, porém, começava a espalhar-se. De fato, ele podia desenhar um pássaro e fazê-lo voar, podia fazer correr um rio onde antes só havia terra seca. Quando o imperador soube do talento do jovem artista, mandou chamá--lo para obrigá-lo a desenhar para ele. So Liang detestava o imperador porque esse maltratava os pobres. Depois de muitos pedidos e ameaças, ele aceitou ir ao encontro do imperador, também para burlar-se um pouco do ganancioso senhor.

Assim começou a desenhar o primeiro pedido do imperador: o mar. Poucas pinceladas, e o mar já estava lá com toda a sua imensidão. – Faltam os peixes! – gritou o imperador. So Liang trabalhou um bocado, mas, enfim, o mar ficou cheio de peixes de todo tamanho e cor. – Quero a praia – sentenciou o soberano.  Assim foi desenhada e apareceu a branca areia da praia. – Quero um barco para pescar – disse, enfim, o imperador. Dito feito, em poucos minutos ele já estava navegando em alto-mar com todo o seu séquito.

Era isso que So Liang estava esperando: dar um susto no imperador. Logo desenhou grandes ondas, muito vento e chuva. O mar ficou medonho. Ainda bem que a tinta acabou. Assim o barquinho do imperador e dos seus ministros conseguiu chegar à praia.

Todos estavam molhados e muito zangados com o pintor. Imediatamente ele foi expulso da corte. Feliz, So Liang voltou a viajar pelo mundo novamente dono da sua mágica. Voltou a fazer o que gostava de verdade: pintar uma sopa para um faminto, uma casa para um mendigo, um bem-te-vi para um jardim triste. E a todos andava contando como um dia tinha assustado o imperador.

Esse conto pode ser associado ao texto de Josué, pois lembra-nos a quem podemos servir. Há “deuses” que nos levam à escravidão, privam-nos de sonhos, oprimem e afastam do projeto de vida plena de Deus, iniciado na criação do mundo e no pacto feito com tantas pessoas que fizeram parte da história de seu povo. Deus deseja renovar o pacto feito conosco no Batismo, pacto de nova vida a partir de Jesus Cristo. Diariamente, precisamos usar as “armas” para o bom combate na luta por fidelidade e serviço ao Deus da vida: verdade, justiça, fé, paz, anúncio da boa-nova da salvação, cf. Ef.6.10-20.

Também sugiro como subsídio para a pregação o acesso ao site onde consta a Carta da Terra, documento que mostra como eu e minha casa podemos servir a Deus, agindo em favor de um mundo mais justo, sustentável, pacífico e solidário: http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html.

5. Subsídios litúrgicos

Confissão de fé:

Fazemos parte do povo de Deus a partir do nosso Batismo. Pelo Batismo Deus vem ao nosso encontro e chama-nos para pertencer a ele, servindo-o com fé, alegria e compromisso. No Batismo, Deus fez um pacto, uma aliança conosco, que jamais deverá ser quebrada ou ignorada. Ao Trino Deus queremos servir sempre. Sugiro que seja lida pela comunidade essa confissão de fé, retirada do livro “Passos na Fé”, v. 02, fascículo nº 5, p. 23. Se for culto com Batismo, o mesmo poderá ser lido por padrinhos, madrinhas, familiares da criança, pela comunidade e pais, de forma intercalada:

ATRAVÉS DO BATISMO EU CONFESSO:

Pertenço a Deus. Ele me acompanha no meu caminho, ele me dá a sua amizade. Posso chegar até ele quando eu quiser. Isso também vale quando fiz algo errado ou quando, por muito tempo, não quis saber dele.

ATRAVÉS DO BATISMO EU CONFESSO:

Pertenço a Jesus Cristo. Ele me mostra o caminho para Deus. Ele me mostra como a vida pode ser feliz e como, na vida, a gente pode amar a Deus, a si mesmo e ao próximo.

ATRAVÉS DO BATISMO EU CONFESSO:
Sou ilha ou ilho de Deus. Portanto tenho irmãs e irmãos. Pertenço à grande família de Deus, espalhada por todos os países e povos. Pertenço à comunidade de Jesus Cristo, ao grupo de pessoas que orientam a sua vida em Jesus.

ATRAVÉS DO BATISMO EU CONFESSO:

O mal não pode ter poder definitivo sobre mim, pois Jesus Cristo venceu o mal por mim. Nenhuma culpa tem tanto poder, que possa impedir-me de voltar a Deus. Nenhum poder do mundo pode separar-me do amor que Deus tem por mim.

ATRAVÉS DO BATISMO EU CONFESSO:

A morte não vai ter a última palavra sobre minha vida. Deus ressuscitou Jesus da morte e, da mesma forma, ele vai me guiar para uma vida nova em seu reino.

Cantos:

Lembro alguns cantos relacionados aos temas propostos na meditação desse texto bíblico:
Servir a Deus onde? Cantos: 110, 179, 264 – cancioneiro O Povo Canta (OPC).
Servir a Deus como? Cantos: 50, 22, 80, 140, 58 – cancioneiro O Povo Canta (OPC).

Bibliografia

DREHER, Carlos Arthur. “Josué: ¿modelo de conquistador?: In: RIBLA n. 12, v. 2, 1992, p. 49-67.
MAY JR., Roy H. Josué y la Tierra Prometida. New York: Editora de Recursos Multilíngues – Iglesia Metodista Unida, 1997.


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Autor(a): Cristina Scherer
Âmbito: IECLB
Natureza do Domingo: Pentecostes
Perfil do Domingo: 13º Domingo após Pentecostes
Testamento: Antigo / Livro: Josué / Capitulo: 24 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 18
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 2014 / Volume: 39
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 34272
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A vida cristã não consiste em sermos piedosos, mas em nos tornarmos piedosos. Não em sermos saudáveis, mas em sermos curados. Não importa o ser, mas o tornar-se. A vida cristã não é descanso, mas um constante exercitar-se.
Martim Lutero
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