Último dia do ano – Silvestre

Recursos Litúrgicos

Preparo
Deixar o lugar do culto com pouca luz.

LITURGIA DE ENTRADA
Sino

Acolhida
L Chegamos ao final de mais um ano. Estamos às vésperas de um novo ano. Isto representa uma mudança. E onde há mudança, existem expectativas. Mudar traz insegurança. Ao mesmo tempo, reacendem-se esperanças, sonhos. Nesse ambiente de mudança, de expectativa, de insegurança, de esperança, de sonhos, nós, nesta noite, como outras pessoas em outros lugares, nos reunimos em culto. Que nos sintamos pessoas acolhidas pelo próprio Deus, a partir das palavras de Pedro: “O Senhor tem paciência com vocês porque não quer que ninguém seja destruído, mas que todos se arrependam” (2 Pe 3.9).
Motivar para a acolhida mútua, em especial, das pessoas visitantes.

Música ou hino que congrega

Liturgia da vela
L Deus esteve conosco e nos acompanhou no ano que finda. Deus está conosco nesta passagem. Deus estará conosco no novo ano. Dessa presença nos fala a luz da vela. Por isto a acendemos e, confiantes, cantamos:
L (HPD 393) Para os montes olharei.
Durante esse cântico as velas sobre a mesa da comunhão são acesas.

Kyrie
L Nesta virada de ano, reunidos em culto, não podemos esquecer onde e em que situação estamos vivendo. Somos parte da história. Somos responsáveis pela história. Por isto, vamos olhar nossa história de frente. Primeiro, olhemos aquilo que preocupa, que causa dor, que machuca.

Um baú é trazido como símbolo da história e exposto na frente da comunidade reunida.

Envolver diversas pessoas na dinâmica que segue. Cada uma retira de dentro do baú um dos símbolos abaixo sugeridos e faz o comentário, formulando uma frase que traduza a dor que esses símbolos evocam.

L1 (Marmita e trouxa: trabalho em condições desumanas; falta de alimentos; êxodo; injustiça social)

L2 (Arma: a violência)

L3 (Bebida alcoólica: todo tipo de drogas e suas conseqüências)

L4 (Corrente, amarras do mercado/sistema: falar a língua inglesa como exigência do preparo sempre maior e melhor; usar a “crise” para justificar salários miseráveis; pessoas que trabalham “experimentalmente”, sem o direito de saber quanto ganharão no final)

L5 (Pano vermelho - saúde: tratamento desrespeitoso; hospitais lotados)

L6 (Cacos de vaso: dificuldades no relacionamento, nos grupos da comunidade, entre grupos, na família)

L7 (Pano que traduz o luto: a perda de familiares, pessoas conhecidas e amigas)
Após a exposição desses símbolos, sem outros comentários, se começa a cantar.
C (canta) Pelas dores deste mundo, ó Senhor.

Gloria in excelsis
L Clamamos porque cremos que Deus nos ouve. Sim, Deus ouve e caminha conosco. Em cada culto, ele vem na Palavra e na Ceia. Por causa dessa presença, nossa história está repleta de fatos que são motivo para alegria, gratidão e louvor perante Deus.

Novamente são retirados objetos do baú. Além dos sugeridos, outros podem ser acrescidos.

L8 (Uma rosa: vincular com iniciativas do contexto que traduzem zelo pela vida em nossa sociedade)

L9 (Um título de eleitor: a participação cidadã)

L10 (Cartaz com nome dos grupos da comunidade: possibilidade de participar e se engajar)

L11 O que mais é motivo para o louvor? (espaço para manifestações)

L (HPD 254) Senhor, meu Deus, quando eu, maravilhado.
Durante este hino, todas as luzes do lugar do culto são acesas.

Oração do dia

LITURGIA DA PALAVRA
Leituras bíblicas (sugestões)
Gênesis 1.1-4a,26,31a; 3.1-7; 4.1-2,8,17; 6.11-13,17; 8.1,20-22; 12.1-3.
Êxodo 3.7-9; 15.20-21;
Isaías 9.2,5-7;
Lucas 2.9-11;
Apocalipse 21.1-7.

Pregação
Na virada de ano há uma expectativa grande de solução mágica para os problemas, o fim de todos os males, a irrupção da paz. Apontam para isto a frase que mais se ouve: “Feliz Ano Novo, com muita paz, saúde e amor!”, as receitas de culinária e o foguetório.

A partir do testemunho bíblico, existe a promessa bíblica do shalom, da paz. E esta “não é mera ausência de guerra. A paz bíblica é um estado de satisfação básica, de um ‘bem-estar pacificador’, incluindo saúde, integridade pessoal e a manutenção duma ordem social que possibilite a justiça e proteção dos mais débeis. A reconciliação dos seres humanos com Deus e entre si faz essencialmente parte do shalom” (R. Daunis, in: Prática Cristã – Novos rumos, São Leopoldo: IEPG/Sinodal, 1999, p. 133). Shalom é, pois, oferta de Deus. Só que Deus nos quer como sujeitos nesse movimento que permite o florescimento da paz. O desafio consiste em interferir na história para promover a vida e remover os obstáculos que impedem a paz.

Gesto da paz
L A paz que vem de Deus sustenta nossos sonhos de paz e nos motiva para gestos que promovam a paz.

Poema
(R. Alves (Org.), CultoArte, Petrópolis: Vozes, 1999, p. 65).
Invocamos a paz sonhada...
pelos poetas, profetas e cantadores,
que gritam na vez dos sem-voz,
salmodiam sonhos-em-sorrisos,
que as crianças brincarão
com os velhos na praça!
Aqueles com sua inocência, estes com sua experiência;
todos celebrando a doçura dos parreirais,
e, mais tarde, a história, grávida, deu à luz!
E o Amor se fez criança
e precisou de nosso colo...
E grandes coisas se viram...
novo céu e uma nova terra,
havia pão em cada mão e vinho em todo copo,
Enquanto cantávamos:
É tempo novo, é novo dia!
Deus está entre nós!

Convidar para expressar - com o abraço da paz - o shalom, nossos sonhos, nossas buscas, nossas esperanças de um mundo melhor, de uma comunidade melhor, de entendimento na nossa família, de paz em nosso país. Acentuar que o shalom passa por mudança radical de atitudes e organização da nossa forma de ser e agir. Permitir o tempo suficiente para que esse gesto se realize, e que aconteça com liberdade. Recomenda-se que um grupo cante uma canção pertinente durante o gesto da paz.

A paz que transforma estruturas
Dependendo do tempo disponível e das condições oferecidas pelo lugar do culto, pode-se propor uma reorganização desse espaço, com a argumentação que segue.

L O shalom, nossos sonhos e esperanças, passa por mudança de atitudes. Por isto, um convite: vamos expressar nosso desejo de mudar concretamente reorganizando o espaço litúrgico.

Dentro do possível, colocar os bancos ou as cadeiras em círculo.

Dinâmica com água
Após a reorganização do espaço, colocar uma pequena mesa no centro do círculo. Sobre essa mesa, dispor pequenos copos com água potável e fresca.

L Disse Jesus: “Eu sou a água viva. Quem beber dessa água jamais voltará a ter sede” (Ap 21.6).

O gole de água nos ajuda a compreender o que Jesus falou.

Enquanto as pessoas se servirem, pode-se cantar.
C (HPD 467) Canta, minh’alma, ao Senhor.

Convite para a ação
Seria ótimo convidar a comunidade para iniciativas concretas que promovem a paz e esperam pelo engajamento de muitas pessoas.

Recolhimento das ofertas

Oração geral da Igreja
Cada intercessão pode ser anunciada com o toque do sino ou de um sininho, o que significa que a comunidade não intercede por si, mas pelas necessidades do mundo.
C (canta) Ouve nossa oração e atende nossa súplica.

L Intercedemos, nosso Deus, pelas pessoas enfermas (nomes podem citados), para que se sintam amparadas por ti, tenham o apoio e a solidariedade de pessoas da comunidade e, segundo a tua vontade, recuperem a saúde.
C (canta) Ouve nossa oração e atende nossa súplica.

L Intercedemos, nosso Deus, pelos familiares das pessoas que faleceram neste ano (pessoas falecidas podem ser citadas), para que vivam cada dia com a confiança de que na vida e na morte estamos guardados em tuas mãos.
C (canta) Ouve nossa oração e atende nossa súplica.

L Intercedemos, nosso Deus, pelas famílias, por nossa família e por todas as famílias, para que no novo ano se multipliquem o diálogo franco, a disposição para reconhecer e mudar atitudes e, assim, se experimente o gosto da paz concedida por Jesus.
C (canta) Ouve nossa oração e atende nossa súplica.

L Intercedemos, nosso Deus, pela paz entre as pessoas e os povos, para que no novo ano desapareçam os confrontos étnicos, como na (mencionar locais), as pessoas se libertem do preconceito, armas sejam derretidas e transformadas em ferramentas que promovem o bem e a convivência fraternal.
C (canta) Ouve nossa oração e atende nossa súplica.

L Intercedemos, nosso Deus, pelas Igrejas, suas comunidades, seus grupos, suas atividades, para que cada membro se sinta um participante e, assim, planos e caminhos sejam inspirados na vontade do menino nascido em Belém.
C (canta) Ouve nossa oração e atende nossa súplica.

Pai-Nosso
L Com que carinho, com que esperança, com que paixão Jesus deve ter ensinado a orar Pai nosso! E porque em Jesus somos um, temos a fantástica possibilidade de vivermos fraternalmente. Por isto, oremos, de mãos dadas, como Jesus ensinou:
C Pai nosso...

LITURGIA DE SAÍDA
Hino

Bênção

Bênção da vida
L Sejam os teus olhos abertos pelo toque de Deus
para não tropeçares em caminho algum.
Sejam os teus lábios agraciados com o sabor
do amor de Deus.
Que as tuas palavras sejam doces ao teu próximo.
Sejam as tuas mãos acariciadas pelas mãos
do Deus Pai-Mãe
para nunca as tuas mãos,
nem as de teus filhos e amigos,
tocarem em armas.
Sejam as tuas ações inspiradas pela cumplicidade
do olhar manso de Deus
para poetizares sobre o mundo
que muitos homens esqueceram como fonte de alegria.

Em nome de Deus, em nome de Cristo e em nome do
Santo Espírito (+). Seja assim para sempre.
C Amém.
Ruben Alves (Org.) Culto Arte, Petrópolis: Vozes, 2000, p. 72 (Tempo comum).

Envio
L Dispostos a zelar pelas sementes do Reino de Deus e seu crescimento, vão em paz e sirvam ao Senhor com alegria.
C Demos graças a Deus.

Poslúdio

Oração silenciosa individual

Sino

Fonte: Livro de Culto da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
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Cristãos que oram são verdadeiros auxiliares e salvadores.
Martim Lutero
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