Luteranos Santos - Boletim Semanal Nº 160 - 170908 - Mateus 18,15-20

Alegrem-se sempre no Senhor; outra vez digo: alegrem-se. Filipenses 4,4

08/09/2017

 

Caros Membros e Amigos da Paróquia de Santos!

»Onde dois ou três estão juntos em meu nome, eu estou ali com eles.« (v.20), assim termina o texto da prédica para este domingo de Mateus 18,15-20. É nada mais mas também não é nada menos: nossas modestas reuniões na comunidade contam com a presença assegurada de Cristo.

Por Jesus atribui todo peso a elas: »Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o que vocês proibirem na terra será proibido no céu, e o que permitirem na terra será permitido no céu. E afirmo a vocês que isto também é verdade: todas as vezes que dois de vocês que estão na terra pedirem a mesma coisa em oração, isso será feito pelo meu Pai, que está no céu.« (v. 18s.)

Isto não quer dizer que os cristãos estão ai para julgar o mundo. Este julgamento é exclusividade de Deus. Quer dizer muito mais que as nossas palavras tem um peso muito maior do que normalmente acreditamos. Não é raro acharmos que sendo minoria pouca importância tem o que dizemos ou fazemos.

Jesus pensa diferente. Quem se reúne publicamente em seu nome ganha todas as chances mas também todas as responsabilidades. A sua palavra e postura de desistência,cinismo e descrença ao evangelho tem peso e pode levar uma pessoa em busca ao desencanto e frustração.

Em soma podemos dizer que somos da família de Deus, precisamos somente valorizar este fato!

Saudações até domingo!

Agenda de Cultos e Atividades:
 
Plantões na Igreja todas as Terças, Quartas e Quintas-Feiras das 9:00 às 13:00 h
Domingo
10/09/2017
14º Domingo
após
Pentecostes
10:00 h: Culto com Santa Ceia (P. Guilherme)
Texto da prédica: Mateus 18,15-20
 
10:00 hs: Culto das Crianças
Domingo
17/09/2017
15º Domingo
após
Pentecostes

19:00 hs: Culto com Santa Ceia (P. Guilherme)

Texto da prédica: Romanos 14,1-12

 

 Segunda
18/09/2017
19:30 hs: Reunião do Presbitério

 

Palavra da Semana - Para nossa reflexão

 
Prefácio aos do Comentário da Carta de Paulo aos Gálatas por Martinho Lutero

segunda parte (a primeira parte está aqui)

4. Lei e graça
a) É um ensino absoluto e único em todo o mundo, ensinar as pessoas, por Cristo, a viver como se não houvesse a Lei, ou ira, ou castigo. Num sentido, estes já não existem para os cristãos, senão a graça e a misericórdia absolutas por Cristo. Uma vez que, estamos em Cristo, a Lei é o maior guia para as nossas vidas, porém até que tenhamos a justiça cristã; tudo que a lei pode fazer é nos mostrar quão pecadores que somos, e quão condenados estamos. De fato, para aqueles que se encontram fora da justiça cristã, a Lei necessita ser exposta com toda a sua força. Porque? Porque essas pessoas que crêem ter a capacidade de ser justas diante de Deus, devem ser humilhadas.

b) Logo, aquele que comunica a palavra de Deus, deve ser cuidadoso quando compartilha o conhecimento da Lei e da Graça. Deve-se manter a Lei dentro dos seus limites! Ensina-se que podemos ser aceitos por Deus graças a nossa obediência. Com isso, a justiça cristã se mistura com uma justiça conseguida / moral na mente das pessoas. Quem assim ensina, acaba trazendo um “mal-lógico”, e, fracassa na “divisão correta”. Por outra parte, ensina-se aos que se encontram fora de Cristo sobre a aceitação de Deus e o seu amor, sem mencionar o arrependimento e a cruz de Cristo, também causa confusão, e, fracassa na “divisão correta”.

Mais bem faz aquele que aplica a Lei e as obras da carne ou velho homem (os não-convertidos), e aquele que aplica o perdão de pecados e a misericórdia de Deus ao espírito ou novo homem (aos “despertos” pelo Espírito).

c) Por exemplo, quando vejo um homem atacado, oprimido pela lei, aterrorizado pelo pecado, e sedento de consolo, então esse é o momento de afastar a Lei da sua vista e a justiça ativa, e de lhe apresentar o Evangelho, e a justiça cristã e passiva. Então aquele homem se levanta e percebe a esperança de se encontrar sob a graça, e não sob a Lei (Romanos 6.14)… Porém, sobre o homem que não tem a Cristo, deve-se colocar a obrigação das obras e da Lei – ou seja, devemos cumprir a Lei. Esta carga deve pressioná-lo até que se vista do novo homem, pela fé em Cristo; então, pode desfrutar da liberdade do Espírito da graça. (Não obstante, ninguém o consegue de forma completa nesta vida!)

d) Por isso mesmo, ninguém deveria pensar que rejeitamos a importância das boas obras ou da obediência à Lei. Quando recebemos a justiça cristã, podemos consequentemente viver uma vida boa, de maneira natural, pela gratidão. Se tentarmos alcançar nossa justiça por meio das nossas abundantes boas obras, não faremos nada. Dessa forma, nem agradamos a Deus com as nossas obras de justiça nem honramos o propósito pelo qual a Lei nos foi dada. Porém, se recebermos primeiro a justiça cristã, podemos usar a Lei, não para a nossa salvação, senão para honrar e glorificar a Deus, e para mostrar-lhe amorosamente nossa gratidão.

e) Então, não temos que fazer nada para obter essa justiça? Não. Nada absolutamente! Porque esta justiça provém de não fazer nada, de não ouvir nada, de não saber nada, senão de saber e crer só isto: que Cristo está à direita do Pai não para ser nosso Juiz, senão para ser nossa sabedoria, nossa santidade, nossa justiça, nossa salvação! Agora Deus, não vê em nós os nossos pecados, porque na sua justiça celestial, o pecado não tem lugar! Porém, agora podemos pensar com certeza: “Ainda que, todavia peco, não me desespero porque Cristo vive; Ele que é a minha justiça e vida eterna”. Nesta justiça, no tenho nem pecado, nem temor, nem sentimento de culpa, nem medo à morte. Sigo sendo um pecador nesta vida, e na minha própria justiça, porém tenho outra vida, outra justiça por encima desta vida, a qual está em Cristo, o Filho de Deus, o qual não conhece nem pecado nem morte, senão a justiça eterna e a vida eterna.

5. Viver o Evangelho
a) Há duas coisas que continuam durante a nossa vida. Somos acusados, sofremos tentações, somos oprimidos pelo peso e a tristeza, e esmagados pela Lei e suas demandas de justiça ativa. Estes ataques têm como objetivo nossa “carne” – a parte do nosso coração que segue buscando ganhar nossa própria salvação… Por esta razão, Paulo escreve a sua carta aos Gálatas, para nos ensinar, para nos consolar, para que mantenhamos nossa atenção constantemente posta nesta justiça cristã. Porque se a verdade de ser justificado só por Cristo (não por nossas obras) se perder, todas as verdades cristãs se perdem. Porque não há uma zona neutra entre a justiça cristã e a justiça por obras. Se não se constitui a confiança sobre a obra de Cristo se deve construir a confiança sobre as próprias obras. Sobre esta verdade, e só sobre ela, a igreja está edificada e tem a sua essência…

b) É fácil fazer esta distinção com palavras, porém na experiência e na prática é muito difícil. Aqueles que serão mestres e conselheiros de outros, os exorto a exercitar-se continuamente eles mesmos nestas matérias pelo estudo, à leitura, a meditação na Palavra de Deus, e na oração, para que em tempos de tribulação sejam capazes de informar e consolar, tanto as suas próprias consciências como aos outros, para conduzi-los da lei à graça, da justiça ativa à passiva em Cristo. Porque, em tempos de provas, o diabo buscará aterrorizar-nos usando nosso passado contra nós, a ira e a Lei de Deus. Assim que, se não pudermos ver as diferenças entre os dois tipos de justiça, e se não nos apegarmos a Cristo pela fé, sentado à direita de Deus (Hb. 7.25) que defende nossa causa, pecadores que somos, ante o Pai, então estaremos sob a Lei, não sob a graça, e consequentemente, Cristo não será Salvador, senão Legislador, e não será nossa salvação, senão desespero eterno.

c) Por isso mesmo, devemos aprender a falar ao coração e à Lei. Quando a Lei se desliza a nossa consciência, aprendamos a ser astutos e criativos aprendizes de lógica para usar argumentos do Evangelho contra ela. Digamos: “Ó Lei! Poderias subir ao reino da minha consciência, reinar ali, e condenar-me pelo pecado; podrias ainda, arrancar do meu coração o gozo que tenho pela fé em Cristo, e arrastar-me à desesperação de forma que perdesse a esperança. Tens sobrepujado teus limites! Tens que reconhecer o teu lugar! Tu és um guia para a minha conduta, porém não és o Salvador e Senhor do meu coração. Porque fui batizado, e por meio do Evangelho, fui chamado a receber a justiça e a vida eterna… assim que, não me turve! Porque não permitir-te-ei, intolerável, tirano e atormentador, reinar no meu coração e na minha consciência, porque são o assento e o templo de Cristo, o Filho de Deus, o qual é Rei da justiça e da paz, e mais doce Salvador e mediador. Ele manterá minha consciência gozosa e tranqüila na sã e pura doutrina do Evangelho pelo conhecimento desta justiça passiva e celestial.”

d) Quando tenho esta justiça cristã reinando no meu coração, descendo do céu como a chuva que frutifica a terra. Isto é… Realizo boas obras, como e quando se apresente a ocasião… Aquele que está seguramente persuadido de que Cristo é a sua justiça, não só faz o bem com alegria na sua vocação, senão que se submete a todo tipo de cargas e perigos na sua vida, porque sabe que, esta é a vontade de Deus, e que dita obediência lhe agrada.

e) este é o argumento desta epístola, que Paulo expõe contra os falsos mestres que tinham escurecido o entendimento que os Gálatas tinham desta justiça pela fé.

Martin Luther


Autor(a): P. Guilherme Nordmann
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Santos (SP)
Testamento: Novo / Livro: Mateus / Capitulo: 18 / Versículo Inicial: 15 / Versículo Final: 20
ID: 43752
COMUNICAÇÃO
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Jesus Cristo diz: Passarão o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.
Lucas 21.33
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