Marcos 2.1-12

Prédica

08/02/2009

Marcos 2.1-12

Que a graça e paz de nosso Senhor, Jesus Cristo, o amor de Deus o pai, e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês. 

Certa vez, participei de um cine-forum. Foi uma experiência muito interessante, pois analisamos o filme em grupo. Tivemos a oportunidade de discutir cada personagem, cada cena. E, também tivemos que dizer porque nos identificamos mais com este ou aquele personagem, porque esta ou aquela cena nos deixou mais ou menos emocionado. Vimos o filme várias vezes, mas cada vez buscávamos entender a perspectiva de outro personagem.

Algo parecido podemos fazer com um texto bíblico. Podemos lê-lo desde diferentes perspectivas. E isto realmente é assim.

Marcos 2. 1-12

1. Onde nos colocamos diante desta história.

Esta história que o evangelho de Marcos nos traz, oferece muitas possibilidades de nos identificarmos com ela. Uma única pergunta poderia direcionar a nossa reflexão: QUEM É VOCÊ NESTA HISTÓRIA?

Cada um dos personagens nos oferece uma possibilidade de aproximação:

1) O povo que veio até a casa - quem eram aquelas pessoas? De onde elas vieram? O que as levou até a casa de Jesus? Ela era maior do que a casa. Gente curiosa, gente assustada, gente aflita pelo pecado, gente que ouviu falar de Jesus. E gente que só queria ver um espetáculo. Gente que não queria se comprometer com nada, mas queria ver um bom espetáculo. Poderíamos comparar aquelas pessoas conosco - comunidade. Viemos até aqui por que buscamos algo ou queremos apenas ver um bom espetáculo. O que você deseja ao vir para cá. Paz no seu coração, na sua família, trabalho, receber o amor de Deus?

2) O paralítico - somos como este homem que por si só não consegue encontrar um caminho para Deus? Somos pessoas que para sair de casa precisam da ajuda dos outros? Somos aquele que esta preso por seus pecados ? Situação difícil. Mas muitas pessoas são assim. São paralíticas na hora de acreditar em si mesmas. São paralíticas na hora de admitir o próprio erro. São paralíticas na hora de demonstrar o amor. Paralíticos em sua fé. Gente que não mais conseguem crer.

É muito importante perceber a resposta de Jesus. Jesus não disse a ele: - Ah se não fossem teus amigos você estaria perdido. - você precisa fazer uma penitência. - Você precisa crer para que eu possa te ajudar. Ou ainda que ele deveria ter um tipo especial de procedimento religioso. Nada disto. Jesus o chamou de meu filho. Jesus olhou para a fé dos amigos e isto bastou.

3) Os quatro amigos - aqueles que carregam o outro para perto de Jesus. Somos aqueles que carregam os outros? É a nossa fé que ajuda os outros a encontrar um caminho para Deus? Como é isto em nossa família. A fé que temos anima nossos familiares e amigos para conhecerem Jesus? Será que nos sentimos responsáveis pelas pessoas que nos consideram amigos a ponto de conduzi-las à fé.

Mas existe também um perigo em nos sentirmos como os amigos. Podemos pensar que a nossa fé é forte o bastante, que somos quase perfeitos. Que ficamos um pouquinho depois de Jesus nesta história. Nossa fé só pode ajudar as pessoas se ela for fé em Jesus Cristo e não em nossas próprias forças. Mesmo que esta força seja a fé. Aliás, quantas famílias foram desfeitas por causa da fé de um de seus membros. Quantos filhos sofrem ao visitarem seus pais, pois a fé dos pais parece apontar apenas para os próprios atos e não para Cristo. Quantos irmãos perderam o contato por causa da fé. Isto só acontece quando a fé não aponta para Jesus , mas para a própria força de quem imagina ter a fé verdadeira.

2. A fé dos amigos.

Quero me deter um pouco mais nestes personagens. Não sabemos os seus nomes, nem a sua idade, nem de onde vieram. Sabemos somente os seus gestos e o que traziam em seu coração. O gesto: um atitude de amor e preocupação com alguém amado. No Coração, a fé que Jesus viu. Aqui encontramos uma coisa bonita que Deus coloca em nossas mãos. Mas hoje, o texto nos mostra que o nosso amor, nossa fé podem salvar as pessoas que amamos. O amor não nos deixa sozinhos e entregues aos nossos pecados e culpas.

Quero pedir que vocês lembrem-se do que os pais de vocês fizeram por vocês em relação a sua fé. Sem a orientação deles você estaria hoje nesta igreja? Não precisa ser pai e mãe - as vezes é a esposa, ou o esposo que nos auxiliam. Ou quem sabe um amigo? Quem carregou você para perto de Cristo? Teus pais nos braços para o batismo? Ou pela orelha para a Confirmação? Ou um amigo que te convidou? Você tem amigos como estes do texto? Você é um amigo como este do texto?

3. O milagre: o buraco no teto

Os quatro amigos, diante da impossibilidade, decidiram ser criativos. Mas também correram o risco de desrespeitar os donos da casa. Quem era o dono da casa? O texto nos diz que Jesus estava em casa. O dono da casa é Jesus. Jesus é o dono desta casa. E na casa de Jesus, pessoas tiveram que fazer um buraco no teto, não para roubar, mas para poder trazer um amigo para perto de Jesus. Talvez fosse hora de fazer um buraco no teto de nossas casas, nossos corações e mentes para permitir que o milagre aconteça aqui dentro.

Que igreja somos aqui em Fortaleza? A igreja dos sem nome e desconhecidos como a multidão, onde cada um ora por si e no máximo pelos seus? A igreja paralítica? Ou a Igreja que se importa com as pessoas e com o mundo. Que família somos?

Pastor Marcos A. Rodrigues
 

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Autor(a): Marcos A. Rodrigues
Âmbito: IECLB / Sinodo: Espírito Santo a Belém / Paróquia: Fortaleza (CE)
Natureza do Domingo: Epifania
Perfil do Domingo: 7º Domingo após Epifania
Testamento: Novo / Livro: Marcos / Capitulo: 2 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 12
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 20351
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Ainda não somos o que devemos ser, mas em tal seremos transformados. Nem tudo já aconteceu e nem tudo já foi feito, mas está em andamento. A vida cristã não é o fim, mas o caminho. Ainda nem tudo está luzindo e brilhando, mas tudo está melhorando.
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