Mateus 11.2-11

Auxílio Homilético

17/12/1978

Prédica: Mateus 11.2-11
Autor: Amoldo Maedche e Reinoldo Schowanke
Data Litúrgica: 3º. Domingo de Advento
Data da Pregação: 17/12/1978
Proclamar Libertação - Volume: III
Tema: Advento

 

I - O texto

João envia mensageiros a Jesus

Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe:

-És tu aquele que estava para vir, ou havemos de esperar outro?

E Jesus, respondendo, disse-lhes:

- Ide, e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres anuncia-se-lhes o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço.

Jesus dá testemunho de João

Então, em partindo eles, passou Jesus a dizer ao povo a respeito de João:

- Que saístes a ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Sim, que saístes a ver?

Um homem vestido de. roupas finas? Ora, os que vestem roupas finas assistiam nus palácios reais. Mas para que saístes? Para ver um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais que profeta. Este é de quem está escrito:

Eis ai eu envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho diante de ti.

Em verdade vos digo: Entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino dos céus e maior do que ele
.
II - Apontamentos sobre o texto


V.2: João já tinha conhecimento da atividade de Cristo. Mas esse ouvir de Cristo não lhe bastava (vide Mt 13.9-43). João se encontra na prisão (Mt 4.12) e, apesar da chegada do Messias, sua vida está ameaçada.

V.3: Por que Jesus não age como o Messias joanino (Mt 3.10-12)? O que estava para vir (ERCHOMENOS) é o Jesus de Nazaré?

Vv. 4-5: João apenas poderá contar com o ouvir. É uma situação idêntica a nossa: Ouvir o testemunho daqueles que viram a ação de Jesus. O Reino, preparado por João Batista, está se realizando entre os oprimidos e marginalizados. Não será como juízo de Deus - fogo e enxofre dos céus (vide 2 Rs 1.12). Os comentaristas falam de uma ligação de João com seita do Qumrã que pregava a realização do Reino através do Messias sob o juízo de Deus.

V.6: A humildade de Jesus choca aquele que com força e destemor as autoridades constituídas pregou a chegada iminente do Reino. Jesus, porém, não refuta: Manda anunciar a João Batista que o tempo escatolóqico é chega do (vide Is 23.18ss; 35.5ss e 61.1ss)

Bem-aventurados os que não viram, mas creram. (Jo 20.29)

Vv.7-11: A grandeza de João é testemunhada por Jesus. O maior entre os profetas. É o mensageiro (Êx 23.20 e Ml 3.11) constitutivo que preparou a chegada daquele que reconciliaria o homem com seu Criador (vide Jo 1.29).

III – Meditação

Que prisão é essa onde amigos podem ter contato com o prisioneiro e levar recado ao companheiro de luta? Que prisão é a nossa que deixa o prisioneiro incomunicável? No entanto é a mesma que degolou a João Batista e enforcou a Vladimir Herzog em São Paulo!

Quem é esse Jesus que trabalha com o povo, com as bases, integrando os marginais e oprimidos na vida abundante? Que Jesus é esse que deixa intocável as estruturas de poder permitindo que seu companheiro morra na prisão? No entanto é o mesmo Jesus anunciado nas igrejas pomposas de nossas grandes capitais!

Quem é afinal esse Jesus da gruta de Belém? Este que batizaria com o Espírito Santo e com fogo?

Ele é a luta debaixo pra cima, a luta não violenta, com cruz e dor, o fermento das massas exploradas, o sal que conserva e transforma. Essa é a estratégia da sua igreja, da sua fiel seguidora? Como pode o capelão do exercito distribuir a hóstia de Cristo entre as máquinas de guerra? Como pode a IECLB integrar a firma que polui o rio Guaíba (Riocell) e da qual foi desde o início acionista, na vida abundante?

Essa pedra de tropeço (l Pe 2.8) deve ser anunciada (advento) junto com a realidade escatológica (natal) que é a esperança dos cegos, surdos e leprosos... Mas também é a pedra para os pecadores de todos os lados, opressores e vítimas da opressão: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus. (João Batista em Mt 3.2).

A questão que se coloca é esta: Esse serviço do advento é apenas anúncio, chamado de arrependimento? Estamos ainda com João Batista na prisão, na dúvida sobre a ação do Messias - ouvindo, mas não crendo? Ou estamos nós após o natal - participando do discipulado do Reino, de anunciados a anunciadores, de espectadores a agentes da transformação?

l V - Esboço de Pregação

1) Quem é Jesus de Nazaré?

A pergunta de João na prisão
O Messias de João

2) Ver – ouvir

As obras de Cristo (v.5)
O Reino como sinal de serviço aos oprimidos

3) Do Advento ao Natal

De anunciado a anunciadores
IECLB - obra do Reino?

4. Atualização

Onde transparece a mentalidade de João
na comunidade

Advento - tempo de preparo ao crente e
comunidade para o arrependimento

Natal - Tempo de realização do reino:
conciliação de pessoas e nação.

V - Bibliografia

- TEBBE, W./VICEDOM, G.F./RUF, W, eds. Gepredigt den Völkern. Vol. 1. Christian Jensen Verlag, Breklum,1960,6-17.
- STOEKL, Hans. Redet mit Jerusalem freundlich. Hamburg, l973,pp. 32ss.
- BORNKAMM, Günther. Jesus de Nazaré,Vozes,Petrópolis, 1976, Cap. II,4


Autor(a): Arnoldo Mädche e Reinoldo Schowanke
Âmbito: IECLB
Natureza do Domingo: Advento
Perfil do Domingo: 3º Domingo de Advento
Testamento: Novo / Livro: Mateus / Capitulo: 11 / Versículo Inicial: 2 / Versículo Final: 11
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1978 / Volume: 3
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 17412
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Cada qual deve se tornar para o outro como que um Cristo, para que sejamos Cristos um para o outro e o próprio Cristo esteja em todos, isto é, para que sejamos verdadeiros cristãos.
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