Mateus 13.24-30, 36-43 - O Joio e o Trigo

Prédica

22/07/2007


Leitura Bíblica Básica: Mateus 13.24-30, 36-43
Outras Leituras:
Autor: P. Elton Pothin
e-mail:
Origem: CEJ - Paróquia Martin Luther
Cidade: Joinville - SC
Data da pregação: 22/07/2007
Data Litúrgica:

Prédica:
Prezada Comunidade cristã aqui reunida.

O tema central do qual trata a parábola do joio e do trigo é o JULGAR. Tematiza o julgar que nós, seres humanos, temos uns para com os outros e tematiza o julgamento de Deus no fim dos tempos para a salvação ou para a perdição eterna.

JULGAR é algo que está presente a cada momento da nossa vida. É um termo usado no campo jurídico - juízes julgam e proferem sentenças, mas também em outros setores - no esporte, temos árbitros que proferem julgamentos. No dia-a-dia de nossas vidas fazemos julgamentos positivos ou negativos - sobre a comida, roupa, carros - emitimos ou fazemos julgamentos sobre as pessoas a partir de atitudes que as pessoas tomam.

O JULGAR faz parte do nosso ser e não há pessoa no mundo que não julgue. Observamos, vemos, ouvimos, experimentamos, comparamos, julgamos.

O texto de Mateus 13, da parábola do Joio e do Trigo, trata dos julgamentos que emitimos ou fazemos sobre as pessoas. As diferenciamos entre pessoas boas e pessoas más. E, como na parábola, queremos arrancar de nosso meio as pessoas más, o joio.

No entanto, a parábola que Jesus conta nos quer mostrar que não é nossa a tarefa do julgamento e do juízo. Nós conhecemos a palavra bíblica do Evangelho, de Jesus Cristo, que diz com clareza: Não julgueis para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. (Mateus 7.1,2. Veja também Lucas 6.37,38)

No Novo Testamento, o julgamento é atribuído a Deus, a Jesus. Ao ser humano não cabe julgar. Aos olhos de Deus, ninguém é justo. Todos os homens estão sujeitos à ira de Deus, e nenhum pode escapar da condenação - Romanos 3.23: Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.; João 8.7: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.; 1 João 1.8,10: Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo (Deus) mentiroso, e a sua palavra não está em nós.

Pelo fato de sermos todos pecadores, não temos o direito de julgar outra pessoa. Assim pergunta Jesus: pode, porventura, um cego guiar a outro cego? Não cairão ambos no barranco? (Lucas 6.39); Tu, porém, quem és, que julgas o próximo? (Tiago 4.12). Advertências severas são feitas contra aqueles que não tem misericórdia e aos arrogantes que têm cegueira e não enxergam sua condição de pecadores perdidos diante de Deus e que não estão dispostos a perdoar e a orar até pelos seus inimigos (Romanos 2.1-3; Mateus 5.23-26; Mateus 7.1-5; Mateus 5.43-48).

Por isso, não podemos julgar, nem nos envolver no processo do julgamento. Só um pode julgar - aquele que não teve pecado (Hebreus 4.15; 2 Coríntios 5.21) - Jesus. Um só é Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer. (Tiago 4.12) E para o processo do julgamento, ele usará os seus anjos, conforme a explicação da parábola do joio e do trigo.

Deus e Jesus julgam (João 5.22,29,30). Cristo julga os vivos e os mortos (2 Timóteo 4.1; 1 Pedro 4.5,6) - conforme confessamos no Credo Apostólico - de onde virá para julgar os vivos e os mortos.

Deus conhece os segredos de todos os homens (Romanos 2.16) e, por isso, seu julgamento é justo.

Muitos têm medo do julgamento divino pela condenação eterna que pode advir desse julgamento. Conforme ouvimos de Romanos 3.23: Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus. Este fato gera para nós condenação.

Mas Deus, em sua infinita bondade, amor e misericórdia, nos deu Jesus Cristo para que, pela nossa fé nele, pudéssemos ser salvos da condenação divina e aceitos em seu Reino Eterno. Nos diz o próprio apóstolo Paulo em Romanos 3.24,25: Mas, pela sua graça e sem exigir nada, Deus aceita todos por meio de Cristo Jesus que os salva. Deus ofereceu Cristo como sacrifícios para que, pela sua morte na cruz, Cristo se tornasse o meio de as pessoas receberem o perdão dos seus pecados, pela fé nele. Também João 3.16 nos diz: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. E, por fim, ainda o próprio Jesus Cristo diz: EM VERDADE, EM VERDADE, VOS DIGO: QUEM OUVE A MINHA PALAVRA E CRÊ NAQUELE QUE ME ENVIOU TEM A VIDA ETERNA, NÃO ENTRA EM JUÍZO, MAS PASSOU DA MORTE PARA A VIDA. (João 5.24)

Por isso, prezada Comunidade aqui reunida, o que precisamos aprender com a parábola do joio e do trigo:

1. Não nos cabe julgar as outras pessoas, pois também somos pecadores. A tarefa do julgamento, do juízo é somente de Deus/Jesus.
2. Por sermos pecadores, todos merecemos a condenação eterna.
3. Mas nós não precisamos ter medo do juízo e da condenação de Deus, pois temos Jesus Cristo, que nos perdoa e salva - basta termos fé nele. Quem tem fé, não será julgado, mas passa da morte para a vida eterna com Deus.

Que assim possamos crer e viver

Amen.

 


Autor(a): Elton Pothin
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Joinville - Martin Luther
Testamento: Novo / Livro: Mateus / Capitulo: 13 / Versículo Inicial: 24 / Versículo Final: 30
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 8842
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