Momento Novo

Comentário e Reflexão

29/06/2012

O cântico do HPD nº 434, intitulado “Momento Novo”, foi composto por um grupo de músicos: Ernesto Barros Cardoso, Paulo Roberto Garcia, Déa Cristiane Kerr Affini, Eder Soares, Darlene Schutzer e Tercio Junker. –

Ernesto Barros Cardoso, um dos autores, deu o seguinte depoimento sobre o nascimento desta música:

>> Este cântico foi composto no encontro sobre música e evangelização, realizado em Piracicaba, na Fazenda da Unimep, em 1982, em promoção da Sub-Secretaria da Promoção Artística da Secretaria de Educação do Conselho Geral da Igreja Metodista. A idéia básica da música nasceu da preocupação de um dos participantes no sentido de envolver pessoas na caminhada comprometida da fé. Daí o convite da letra “Entra na roda com a gente!” Isso para que a pessoa se sentisse bem-vinda, como mais um a entrar na roda e participar, pois (como também diz a letra) “é necessário unir o cordão”.

Nesse encontro, junto com o Momento Novo, foram compostas outras seis ou sete canções. O processo foi o seguinte: primeiro cada participante listou dez mensagens que gostaria de dirigir a quem não estivesse comprometido com a fé transformadora. Depois de uma conversa, as mensagens foram agrupadas por temas, sendo que um deles inspirou o Momento Novo. No caso deste, primeiro foi criado o refrão e, a partir dele, o resto.<<

Comentário de José Bittencourt Filho sobre o texto do HPD 434:

Esta canção enfatiza o aspecto da novidade permanente que a fé bíblica comporta. Nosso Deus se revelou ao vidente apocalíptico como aquele que “está fazendo novas todas as cousas” (Apc.21,5). O Novo Testamento em geral, e os textos paulinos em particular, nos falam de nossa fé como uma abertura permanente para o “novo” (Lucas 2,10; II.Cor.5,17; Romanos 7,6).

Por outro lado esse hino tenta ressaltar o aspecto comunitário da fé bíblica que, desde os seus primórdios, se concretiza através de eleição e de pactos entre Deus e seu povo. Em nossas igrejas o individualismo exacerbou-se, fazendo-se necessário, como nunca, a retomada dos valores evangélicos que digam respeito ao serviço a Deus através do próximo. As forças anti-Reino são poderosas e estão organizadas. Somente um povo com consciência de sua vocação e tendo clara a sua missão, brandindo as armas da fé, será capaz de enfrentar a luta contra as forças malignas (Efésios 6,10-18).

O Espírito Santo é o agente da renovação divina, e sendo como um “vento impetuoso” (João 3,8; Atos 2,2), cuja direção não se pode controlar, utiliza-se dos meios mais inusitados para fazer com que o Reino se expanda. A atuação do Espírito apresenta-se na forma de um apelo perpétuo em favor da unidade dos filhos de Deus, que supera todas as barreiras que nos separam, inclusive as confessionais.

O estribilho renova o chamamento pela unidade, usando a belíssima figura de uma ciranda, com a qual os cristãos deveriam circundar toda a terra. Apesar das dores da batalha, jamais deveremos esquecer os elementos da festa, celebração e ação de graças que compõem nossa fé, e traduzi-los com os símbolos preciosos de nossa cultura popular.

Comentário de Flávio Irala sobre a melodia de Momento Novo:

A marcha-rancho é uma variação da marcha, música de compasso binário, com marcação acentuada no tempo forte. Possivelmente suas origens estejam nas manifestações populares em torno do Natal. Um marco significativo deste ritmo é a música “Ô abre alas” de Chiquinha Gonzaga, composta em 1899.

Conforme a “Enciclopédia da Música Brasileira” (da Art Editora Ltda, SP, 1977) as marchas eram “calmas e bucólicas” no início, tendo depois o “seu andamento apressado a partir da segunda metade do séc. 20, por influência da música comercial americana da era das jazz-bands”. A marcha-rancho tem o ritmo mais lento que a marcha comum e é mais elaborada na parte melódica, muito embora sejam melodias fáceis de aprender. O cântico Momento Novo é um bom exemplo desse gênero: uma melodia rica e, ao mesmo tempo, de fácil aprendizagem. Isso explica a grande receptividade que encontrou em nossas igrejas.

Fonte: http://www.metodistavilaisabel.org.br/docs/Esperanca.pdf
 


Autor(a): Leonhard Creutzberg
Âmbito: IECLB
Hino: 434. Momento novo
Natureza do Texto: Música
Perfil do Texto: Comentário ou reflexão sobre hino
ID: 19433
REDE DE RECURSOS
+
Não somos nós que podemos preservar a Igreja, também não o foram os nossos ancestrais e a nossa posteridade também não o será, mas foi, é e será aquele que diz: Eu estou convosco até o fim do mundo (Mateus 28.20).
Martim Lutero
© Copyright 2024 - Todos os Direitos Reservados - IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - Portal Luteranos - www.luteranos.com.br