O 1º. CONAJE - Um acontecimento histórico

16/08/1970

 

O 1º. CONAJE - Um acontecimento histórico

Esta é a sigla do 1.° Congresso Nacional de Juventudes Evangélicas.

Sob o patrocínio e organização da Secretaria Geral da JE, reuniram-se durante os dias 21 a 24 de julho 69 pessoas na Fundação Evangélica em Hamburgo Velho. A maioria dos presentes eram jovens líderes dos mais diferentes distritos das 4 regiões eclesiásticas de nossa Igreja: Contamos também com a participação de 11 pastores, integrados no trabalho entre os jovens de nossa ''denominação religiosa''.

O Congresso Nacional da Juventude Evangélica é convocado pelo Secretário Geral da JE, conforme estabelecem as diretrizes para o trabalho da JE na IECLB. Ao Congresso Nacional “compete deliberar sobre toda e qualquer matéria de interesse da Juventude''. Por Isso salientamos a importância da 1ª. reunião de âmbito nacional. Todo o trabalho da JE esteve em discussão. Mais adiante destacaremos alguns pontos discutidos, os quais evidenciam a opinião de ter sido o 1.° CONAJE não só uma reunião em que os jovens trocaram experiências e ideias; o conclave também tomou decisões que, devido à sua importância, ficarão nos anais históricos das atividades da JE brasileira.

Um exemplo marcante, de que o 1º. CONAJE movimentou não só jovens, mas também a direção da IECLB, foi a presença do presidente da IECLB, o pastor Karl Gottschald. O Sr. presidente muito nos honrou com sua disponibilidade em dialogar com os jovens, os quais não perderam esta oportunidade ímpar. As perguntas a ele dirigidas abrangiam os mais variados campos de trabalho cia Igreja atualmente. O presidente Gottschald foi questionado principalmente sobre a relação entre a IECLB e seus jovens e da posição da IECLB para com o mundo atual. O diálogo foi útil, aberto, mostrando sempre o pensamento unânime no sentido de melhorar o trabalho da nossa Igreja.

O Congresso transcorreu sob um clima de intensa alegria e dinamismo. O próprio culto de abertura trazia como tema - ''Alegrai-vos sempre no Senhor''.

As canções novas naturalmente foram cultivadas, servindo de tempero aos pesados temas abordados em ritmo de ''twist'', que seguem:

1. Análise da situação no país, na Igreja e na JE

Como também nas demais sessões plenárias sobre este item, ocorreram acaloradas discussões. Tivemos a oportunidade de sentir que as JJEE do Brasil têm, dependendo de sua localização, problemas bem diversos dos que outras possuem, apesar da organização ser idêntica em todos os lugares.

Foram considerados também os seguintes pontos:
— que o jovem não está bem informado e nem procura se informar sobre a real situação do pais;
— que sofremos (inclusa a Igreja) de uma falta de engajamento político;
— o choque de gerações, o progresso na modificação de estruturas;
— que o próprio jovem não tem interesse e motivação pelo trabalho da JE;
— que muitos jovens desconhecem que nosso pais passa por problemas, pois está diante de uma situação transitória;
— que os jovens devem ser críticos, pois todos somos responsáveis pela correção e retificação das falhas;
— que a tarefa da Juventude não foi motivada e nem se definiu com clareza;
— que o jovem está muito preso a conceitos tradicionais. Resta-nos perguntar: Onde estão nossos jovens? Pois nos grupos de JE eles não se encontram. Quais seriam as causas deste afastamento?
— falta aos líderes conhecer o jovem em seu mundo;
— a imagem falsa da Igreja (IECLB);
— a falta de lideres especializados;
—  a Igreja não secularizada;
— a falta de metas nítidas para a JE;
— o medo de ter compromissos.

2. Objetivo do trabalho da JE

Sob este item foi feito um acurado estudo do título I das diretrizes. Houve uma intensa mobilização de ideias, porque dos objetivos e tarefas do trabalho da JE derivam todas as possíveis fundamentações das atividades.

3. Formas de trabalho

Aqui foram tratados os assuntos referentes aos meios para o trabalho entre os jovens. Abordamos o campo do escotismo, gremialismo, movimento entre universitários, bem como as inúmeras e ricas experiências relatadas pelos delegados presentes ao 1º. CONAJE. Surgiram inclusive ideias bastante originais (como a de um pastor do oeste catarinense) para o planejamento e execução de trabalhos para e por jovens dentro de uma comunidade.

4. Conclusão: ''Que espera a Igreja de sua mocidade? Que esperam os jovens de sua Igreja?''

Este item foi desenvolvido com muito sucesso, pois ninguém melhor que o presidente da IECLB e os representantes de toda JE brasileira poderiam se encontrar para dialogar sobre as perguntas supra mencionadas.

Afora estes quatro temas foi realizada a 1ª. Assembleia Geral do Congresso Nacional da JE. Esta reunião já, está na História por dois motivos:

1 — por ser a 1ª. Assembleia Geral do Congresso Nacional;
2 — por terem sido aprovadas as ''diretrizes para o trabalho da JE da IECLB'' conforme estabelece o artigo 4, item ''d'' da acima referendada.

Assim, pois, os novos membros jovens do Conselho Nacional da JE também foram eleitos e são êles: Região I: Beate Schuenemann; Região II: Mariogold Lickfeldt; Região III: Jairo dos Santos; Região IV: Nilve Heuert; suplentes: Olga Suiter, Gerhard Wagner, Dornali Purper, Liane Mattes.

Uma moção de substancial importância foi aprovada e encaminhada aos canais competentes da Igreja, pois se refere à atenção dispensada ao jovem evangélico no ensino confirmatório e à participação dos jovens não-confirmados na Santa Ceia.

Poderíamos delongar-nos por mais páginas, mas nosso objetivo foi o de tornar público um acontecimento não só memorável pelo proveito que cada um colheu no 1º. CONAJE, como também pelas proporções que as decisões nele tomadas assumem diante do trabalho da JE brasileira.

Esperamos que os jovens líderes presentes em Hamburgo Velho deixem transparecer na prática o incentivo recebido e que saibam acolher o apoio local existente por parte dos demais jovens e pastores da IECLB.

Guinther Spode, presidente do GEGA, Ivoti — RS


Fonte: Folha Dominical, Ano 85, nº. 33, 16-08-1970, p. 1 e 8
 

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