Recebendo o Príncipe da Paz - Isaías 9.1-6

29/11/2019

Na época de Advento e Natal os textos bíblicos apontam para o cuidado com a vida, para mudança de atitudes, para uma transformação necessária para acolher em nosso meio o príncipe da paz. Mas, porque a necessidade de um príncipe da paz?

A paz só é necessária aonde falta paz - simples assim. Mas, para entender o que é a falta de paz, precisamos entender primeiro o que significa a paz da qual o nosso texto bíblico está falando. No original, paz é Shalom e essa palavra significa um bem estar pleno, sem violência, com saúde, alimentação, moradia, qualidade de vida, justiça social e bons relacionamentos sociais/familiares! Mas, quando isso falta nós temos um problema grande. O profeta chega a falar que o povo jazia em trevas… na escuridão, pois quem deveria defender o povo, estava explorando. Até as autoridades religiosas enganavam as pessoas com palavras bonitas, para que assim elas não percebessem a opressão e a dominação a que estavam sendo submetidas (Is 9.15-16).

O povo não tinha paz. Para Isaías as trevas eram:
- roças destruídas por estranhos (Is 1.7)
- presença ostensiva de militares no país (Is 2.7)
- imperialismo (Is 5.8),
- ameaça de forças políticas estrangeiras (7. 1,6)
- corrupção, suborno, desprezo ao direito das viúvas (Is 1.23)
- ostentação de riquezas por parte de algumas pessoas (Is 3.16)
- desprezo pelos pobres, injustiça (Is 5.23)
- hipocrisia religiosa (Is 1.10ss)
- idolatria (Is 2.8).

A terra estava tomada por imensa falta de paz. Por uma intensa escuridão que ameaçava o povo e não o deixava enxergar a realidade. Nesse sentido, a vinda do príncipe da paz - que para nós cristãos e cristãs é o menino Jesus - vem para superar toda essa escuridão. Ele é a luz do mundo e quem a ele segue não andará nas trevas, pelo contrário terá a luz da vida (Jo 8.12). Mas, Jesus não quer apenas lançar luzes sobre nós, ele quer que nós sejamos luz (Mt 5.14). Luz que brilha apontando o caminho em meio à obscuridade deste mundo. Do tempo de Isaías para o nosso tempo, vemos que a situação é bem parecida. A história não se repete, mas o jeito de oprimir o povo pobre continua o mesmo. Talvez a opressão esteja um pouco mais aprimorada. Mas ainda assim, é a mesma maldade com outra roupagem e justificada pelo poder.

Hoje, as trevas para nós aqui no Brasil são também a floresta queimada, a invasão das reservas indígenas e de áreas de proteção ambiental por grileiros e mineradoras, a poluição dos mares e praias pelo petróleo, o pouco caso que se faz da população e da cultura indígena e quilombola, o incentivo ao extermínio dos animais pela caça, pesca e pela depredação da natureza. A luz para nós pode estar representada no Sínodo da Amazônia. A defesa da bela criação de Deus é também tarefa nossa - de todas as religiões -, que somos chamados e chamadas a ser Luz do mundo!

A luz que devemos ser em meio à sociedade deve iluminar o caminho do povo, para que este veja onde está pisando e quais os perigos que estão à espreita. Pois, salvação não é apenas algo de ontem, nem tampouco algo apenas para amanhã - para o futuro. Salvação é para agora! E a Palavra de Deus quer nos orientar nesse caminho que é Jesus Cristo.

Gente querida, a luz que resplandece nas trevas vem a nós para que tenhamos vida. E não qualquer vida, mas sim, uma vida abundante e para todas as pessoas. Como diz a Sagrada Escritura: E o verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade (João 1.14). Eis aí, a luz que vinda ao mundo ilumina todo o ser humano! Deixemos que essa luz de Cristo brilhe sobre nós. Nesses tempos de trevas e de escuridão, preparemo-nos para receber o príncipe da paz em nossos corações! Hoje, mais do que nunca precisamos de luz, precisamos de paz! Precisamos de Jesus - o príncipe da paz!!!

Pastora Neida Inês Altevogt Sander
Palmitos - SC

 

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