Salmo 115.12a

Alocução para Bênção Matrimonial

01/11/1993

1. O caso

O noivo e a noiva vivem em realidade suburbana. Ambos são operários. Ele é universitário, com um cargo intermediário na administração de uma firma multinucional. Ela trabalha na produção de uma firma de brinquedos. Ambos provêm de famílias muito ligadas à Igreja e à vida comunitária. Ambos são muito engajados em sua comunidade. Ele, ha Juventude Evangélica (inclusive a nível distrital e regional) e ela, no grupo local e no Culto Infantil.

Conhecem-se há anos. Após amizade e coleguismo, surgiu o namoro, o noiva do e a preparação para o casamento. Tudo muito pensado, planejado e amadurecido.

2. Alocução

Texto: De nós se tem lembrado o Senhor; Ele nos abençoará (Sl 115.12a).

Caros noivos G. e R.!

Hoje é um dia muito especial na vida de vocês dois. É o dia do seu casamento.

Mas não é um dia estanque. É, antes, um dia que tem muito a ver com o que já tem acontecido na vida de vocês, e que foi sendo preparado ao longo do tempo. Na realidade, tudo começou com aqueles olhares nos encontros da JE, quando você, G., estava tão envolvido na JE Regional, e você, R., tinha tanto a fazer no Culto Infantil, que mal dava tempo para parar e consultar seriamente o coração e saber o que realmente estava se passando lá dentro.

E as coisas foram indo... passando por aquela festa especial na escola do bairro... etc, etc... Eu penso que não preciso aqui desfiar todos os momentos marcantes que vocês me contaram em nosso encontro de preparação para a bênção matrimonial e que foram, digamos assim, degraus importantes para chegar ao dia de hoje.

Será que isso tudo foi casualidade? Será que o fato de que os seus caminhos se cruzaram — e não foi apenas um cruzar sem consequências — e o fato de que vocês descobriram o seu amor um para com o outro, de modo que vocês chegam a esse dia em que decidem unir as suas vidas em casamento, terá tudo isso sido casualidade?

Pois eu creio que não. Eu creio que isso faz parte da boa vontade de Deus para com vocês. Faz parte do caminho que o Senhor das suas vidas traçou para vocês. li por isso penso que vocês, olhando para a sua história, podem confessar: De nós se¬lem lembrado o Senhor. E esse lembrar-se de Deus não é apenas um rememorar, um puxar pela lembrança, assim como a gente se lembra de uma brincadeira de criança, por exemplo. Esse lembrar-se de Deus é um lembrar-se engajado, compromissado, que se empenha pelo bem e pela felicidade da pessoa lembrada. Sim, Deus tem se lembrado de vocês ao dirigir as suas vidas de modo a chegarem aqui hoje.

E cá estão vocês. Bonitos, bem vestidos. A igreja está com arranjos lindos, cheia de gente — os seus familiares, amigos e colegas. Todos estão aqui para viver com vocês este momento importante, em que vocês vão:

Confessar: Nós nos amamos; queremos ser fiéis um ao outro e nos receber da mão de Deus como esposo e esposa — e assim compartilhar as nossas vidas.

Confessar: Nós queremos assumir o compromisso mútuo do casamento diante de Deus. E por isso queremos dar-lhe um espaço de destaque em nossa vida matrimonial e familiar. Assim como Ele foi importante para nós até agora e esteve presente em nossas vidas separadamente, assim queremos que Ele esteja presente em nosso casamento e em nossa vida de casados.

Pedir a Deus: Ó Deus, abençoa o nosso casamento e ajuda-nos a vivê-lo como cristãos responsáveis, no lar, na família e na sociedade.

Pedir a vocês, testemunhas, amigos e familiares: Ajudem-nos em nossa caminhada a dois. Estejam conosco.

Neste sentido, o dia de hoje é um dia especialíssimo para vocês. Mas eu disse acima que não é um dia estanque. E isso não quer dizer somente não estanque do que vocês já viveram até aqui. Ele também não é estanque em relação ao futuro. Com este dia de hoje não está alcançado tudo. Pelo contrário. Ele tem muito a ver com o que há de acontecer com as vidas de vocês daqui para frente.

O casamento de vocês, a vida matrimonial apenas começa hoje. E é necessário que vocês a cultivem, dia após dia. Como a uma pequena planta. Ela precisa ser adubada com o amor sincero; precisa ser regada com a sinceridade e confiança mútuas; precisa ser amarrada e estaqueada com a dedicação, com a capacidade de renúncia e o sacrifício da vontade individual como grandeza primordial; precisa ser podada com a tesoura afiada da Palavra de Deus — para que ela não cresça em direções indesejadas e produza galhos ladrões, que tiram a força da arvorezinha do casamento de vocês e assim lhe tire a capacidade de produzir frutos doces, saborosos e nutritivos para o corpo, a alma e o coração de vocês.

Caros G. e R.: cultivem assim este casamento de vocês, que tem muitíssimo a ver com o dia de hoje — em que vocês aqui chegaram para pedir a bênção de Deus para o seu matrimónio.
E contem conosco no que pudermos ajudar vocês e estar ao seu lado. E contem com a bênção do Senhor. Pois, assim como vocês podem dizer em fé: De nós se tem lembrado o Senhor, assim vocês também podem dizer em fé e confiança: Ele nos abençoará.

Assim está formada a frase da Palavra de Deus deste dia. Palavra esta que eu quero dar a vocês dois, meu amigo G. e minha amiga R., como lema de promessa para o seu casamento: De nós se tem lembrado o Senhor; Ele nos abençoará (Sl 115.12a). Amém.


Autor(a): Osmar Zizemer
Âmbito: IECLB
Testamento: Antigo / Livro: Salmos / Capitulo: 115 / Versículo Inicial: 12
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1993 / Volume: 19
Natureza do Texto: Liturgia
Perfil do Texto: Alocução
ID: 15400
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