O Senhor é o meu pastor, nada me faltará (Salmo 23.1)
Vivam alegres com a esperança que vocês têm; tenham paciência nas dificuldades e
nunca deixem de orar (Romanos 12.12).
No quarto de nossa falecida irmã, na cabeceira de sua cama em que passou os últimos meses, encontram-se dois quadros. Num podemos ler as palavras do primeiro versículo do Salmo 23: O Senhor é o meu pastor, nada me faltará. O outro transmite a mensagem do apóstolo Paulo que encontramos registrada em sua carta aos Romanos 12.12: Vivam alegres com a esperança que vocês têm; tenham paciência nas dificuldades e nunca deixem de orar.
Penso que essas duas palavras descrevem e dão o conteúdo da vida de NN. O Senhor é o meu pastor, nada me faltará. O autor dessas palavras confessa, em retrospecto sobre a sua vida, que Deus o conduziu maravilhosamente, como um bom pastor, a seu rebanho. Sua vida não foi fácil. Não foi uma vida sem dificuldades, sem preocupações, sem perigos, sem aflições e sofrimentos. Mesmo assim, ele confessa que Deus foi o seu bom pastor, que o conduziu no caminho certo e nada lhe deixou faltar.
Experiência semelhante pôde também fazer a nossa falecida irmã NN. Também a sua vida não teve apenas momentos altos. Também a sua vida não foi sem dificuldades, sem perigos, sem aflições, dor e sofrimentos. Também a vida de NN foi marcada por dificuldades e aflições. Todos nós que estamos aqui reunidos para nos despedir e acompanhar nossa irmã ao derradeiro repouso sabemos algo de sua vida. Uns mais, outros menos, dependendo do tempo e da intensidade que com ela convivemos. (Biografia)
Sim, caros enlutados, essa vida descrita nessa breve biografia, que, no entanto, se estendeu por 91 anos, nem sempre foi fácil. Mesmo assim, a nossa falecida irmã a viveu na certeza de que Deus é o Senhor sobre a vida e a morte. Viveu essa sua vida na convicção de que Deus é o Deus do amor, que não apenas o disse, mas o provou, permitindo que o seu Filho Jesus Cristo morresse em nosso favor. NN viveu a sua vida confinado nesse Senhor, como sendo o seu bom pastor e que por isso nada lhe faltaria, também nas horas de dor e sofrimento.
Ela procurou concretizar em sua vida o que o apóstolo Paulo recomenda em sua carta aos Romanos 12.12: Vivam alegres com a esperança que vocês têm; tenham paciência nas dificuldades e nunca deixem de orar. Todas as vezes em que eu a visitava, sempre me recebia com alegria e esperança, mesmo quando não passava muito bem e sentia dores. Nunca perdia o seu humor, era paciente nas dificuldades e orava regularmente a Deus, o seu Bom Pastor, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
Por ocasião de seu 91° aniversário, dia em que muito desejava passar sentada à mesa, em companhia daqueles que a vieram cumprimentar, impossibilitada pela fraqueza, ela teve que festejá-lo na cama mesmo. Ainda naquele dia confidenciou-me que ela colocava toda a sua vida, a sua esperança em Deus, o qual certamente faria com ela aquilo que para ela seria o melhor. Que essa era a sua convicção testemunham os hinos que ela escolheu para serem cantados por ocasião de seu sepultamento. Esses hinos falam e testemunham dessa fé, dessa esperança em Deus.
Sempre é sofrido quando perdemos uma pessoa com a qual convivíamos. Nós, como comunidade, como OASE, perdemos um membro muito ativo no vigor de sua vida. Vocês, prezados enlutados, perdem a mãe, a sogra, a avó, a bisavó. Mesmo que a morte de NN nos traga o sentimento de perda, creio que, se quisermos honrar a nossa falecida irmã, então o faremos quando agradecermos a Deus pela longa vida que a ela concedeu e que a levou de forma tranquila e quando escolhermos, também para a nossa vida, Deus como nosso Bom Pastor. Aceitemos, como última mensa¬gem de NN para todos nós, aquela recomendação de Paulo: Vivam alegres com a esperança que vocês têm; tenham paciência nas dificuldades e nunca deixem de orar. Amém.