XXV Concílio - Eleita presidente do Concílio, Íris Pedrotti credita sua vivência comunitária ao estímulo da avó materna

30/10/2006

Eleita no XXV Concílio da IECLB como nova presidente do Concílio da Igreja, Íris Helena Pedrotti, 62 anos, nasceu em Santo Ângelo (RS), tem Licenciatura Plena em Letras com Pós-Graduação em Língua Portuguesa, e foi professora no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso. A sua vivência comunitária, na IECLB, iniciou em Santo Ângelo. “Aprendemos, desde criança, a participarmos da Igreja, conduzidos, principalmente, pela minha avó materna dona Hulda Scherer Jonhansen, líder comunitária em Buriti e Santo Ângelo”, testemunha Íris. Ela é casada com José Declero Pedrotti, tem quatro filhas e três netos. Nesta entrevista, fala de sua eleição, do Concílio, dos desafios da IECLB e da sua caminhada como membro atuante de sua Igreja.

Vivência comunitária de Íris Pedrotti
vem do tempo de criança
Como vê a sua eleição como presidente do Concílio?

Íris Pedrotti - É um motivo de alegria e gratidão a Deus em poder servi-lo no cargo para o qual fui eleita. É um cargo de bastante significado e responsabilidade, porém, conforme lemos em Josué 1.19: “Não temas, nem te espantes, porque o Senhor teu Deus, é contigo por onde quer que andares.”

O que implica exercer esse cargo ?

Íris Pedrotti - Implica em estar atenta aos documentos confessionais e normativos da IECLB. Participar de reuniões preparatórias dos concílios junto ao Conselho da Igreja. Fazer uma gestão compartilhada com o vice-presidente do Concílio, Nivaldo Kiister. Estudar e preparar-me bem para honrar o compromisso assumido perante Deus e a IECLB como Presidente do Concílio.

O que destacaria deste Concílio?

Íris Pedrotti - Foi um momento importante na vida da IECLB. No Concílio, foram lembrados dois momentos históricos de Panambi – o “Vale das borboletas azuis” (significado do nome em língua indígena). O primeiro momento refere-se à citação sobre o culto celebrado há 104 anos, em que foi acolhida a Palavra de Deus de Mateus 11.28-30 – “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu fardo é leve”. Essa palavra foi acolhida pelos irmãos e irmãs que nos antecederam, formaram comunidades e estabeleceram Igreja (como citou em sua prédica no culto de abertura do XXV Concílio o pastor segundo vice-presidente, Dr. Rolf Schüneman).

O segundo momento refere-se há 34 anos, durante o VII Concílio da IECLB, no ano de 1972 (também realizado em Panambi), com a temática “Comunidade Missionária”. Por decisão conciliar foi criado um Departamento de Migração como estratégia preocupando-se em planejar projetos missionários, comunidades, paróquias na área da região amazônica, hoje, sínodos: Mato Grosso e Amazônia e parte da região litoral-norte e parte do Brasil-central, hoje, sínodos Espírito Santo a Belém e Brasil-Central.

A presença (no XXV Concílio) de representações de igrejas e organismos ecumênicos, nacionais e internacionais, entre as quais o reverendo Samuel Kobia, secretário geral do Conselho Mundial de Igrejas, saudando os conciliares com palavras de ânimo e alguns apresentando situações semelhantes na caminhada do ser igreja, permanecendo até o final do Concílio, numa convivência e comunhão fraternas.

PALESTRA MOTIVADORA - Foi um momento muito importante o da reflexão sobre os temas “missão, formação e sustentabilidade”. Destacamos a reflexão do pastor Dr. Paulo Afonso Butzke como motivadora, esclarecedora e desafiante quando diz que os aspectos básicos em que poderemos desenvolver-nos e crescermos como Igreja são testemunho, comunhão, serviço e louvor. Se o barco chamado IECLB se tornar disponível para a missão de Deus, então poderemos contar com a sua fidelidade e, onde e quando aprouver a Deus, experimentar o milagre das redes repletas de bênçãos.

NOVO PORTAL - Um momento empolgante foi o lançamento do novo portal da IECLB www.luteranos.com.br. É um meio de estarmos informados sobre o que acontece na Igreja, possibilitando a formação continuada dos membros e também um instrumento que fortalece a Unidade. Foi um presente dado “de coração” pelo Sínodo Sudeste (com sede em São Paulo).

As eleições foram um momento significativo e muito democrático. Outro momento emocionante e gratificante foi o culto de encerramento do Concílio, onde fomos instalados (Íris Pedrotti, como presidenta do Concílio; Dr. Walter Altmann, como pastor presidente da IECLB reeleito, e os pastores Homero Severo Pinto, também reeleito, e Carlos Augusto Möller, respectivamente, pastor primeiro vice-presidente e pastor segundo vice-presidente da Igreja. Também a participação no Dia da Igreja do Sínodo Planalto Rio-grandense foi emocionante.

Um momento triste e de reflexão do ser Igreja foi quando soubemos das 40 famílias no Estado de Rondônia, que foram agredidas e seus bens destruídos por forças policiais e interesses latifundiários. O Concílio solidarizou-se com essas famílias. Sejamos porta-vozes daqueles que sofrem injustiças, mostrando-lhes que Deus não abandona os seus.

Qual o maior desafio lançado em Panambi?

Íris Pedrotti - Ser uma igreja missionária em que “cada membro, comunidade, paróquia e sínodo é chamado a viver o testemunho missionário em seu contexto.” “Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina” (Isaías 52.7).

Como vê a participação das mulheres no Concílio?

Íris Pedrotti - “Assim, Deus criou os seres humanos; ele os criou parecidos com Deus. Ele os criou homem e mulher e os abençoou...” (Gênesis 1.27). Jesus Cristo recuperou esta imagem e semelhança de Deus no homem e na mulher. Portanto, é interessante, imprescindível, para a nossa Igreja, que homens e mulheres sejam companheiros no serviço a Deus e à Igreja. É necessário maior representatividade das mulheres no Concílio e órgãos diretivos de modo geral na IECLB.

Fale de sua vivência comunitária

Íris Pedrotti – A nossa vivência comunitária, na IECLB, iniciou em Santo Ângelo (RS) desde o nosso Batismo. Aprendemos, desde criança, a participarmos da Igreja, conduzidos, principalmente, pela minha avó materna dona Hulda Scherer Jonhansen, líder comunitária em Buriti e Santo Ângelo. Foi, porém, na época da JE (Juventude Evangélica) que aprendemos o valor e a importância da vida comunitária. Mudamos para Cascavel (PR) por dois anos. Depois, fomos para Dourados (Mato Grosso, que depois se tornou Mato Grosso do Sul). Como tinha experiência no Culto Infantil, lá iniciamos este trabalho integrador, edificante e gratificante.

Após cinco anos, em 1980, chegamos a Cuiabá. Auxiliamos no Ensino Confirmatório e cultos dirigidos por “leigos”. Desde o início da Comunidade, as mulheres fizeram parte do Presbitério. Exerci as funções de secretária da Comunidade e da Paróquia, a de presidente da Comunidade e vice-presidente da Paróquia. Atualmente sou presidente da Comunidade. No Sínodo (Mato Grosso) fui 1ª e 2ª vice-presidente da Assembléia Sinodal.

Na Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE), fui secretária, presidente em Cuiabá, coordenadora do Setor Centro-Sul e vice-presidente da OASE Sinodal.

Fui também membro do Conselho Diretor da IECLB por dois anos, vice-presidente do Concílio da IECLB por duas gestões, e agora eleita presidente do Concílio.

Já representei a Comunidade no Conic-Cuiabá (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil), no Movimento de Reintegração da Pessoa Portadora de Hanseníase-Cuiabá; no Fórum de Meio Ambiente. Representando o Sínodo Mato Grosso, participei com muita alegria do V Fórum de Reflexão da Mulher Luterana, em São Leopoldo, em 2000.

Participamos da Pré-Assembléia da Federação Luterana Mundial em Bogotá, Colômbia, e fui delegada da IECLB para a VIII Assembléia da FLM em Curitiba, em 1990.

Crescemos na Fé quando aproveitamos todas as oportunidades que temos para ouvir a Palavra de Deus e participar dos Sacramentos. Tomamos consciência da dimensão de ser membro da IECLB quando também participamos do Presbitério, de Grupos de Mulheres como OASE, Fórum de Reflexão da Mulher Luterana e demais instâncias diretivas da Igreja.

(Entrevista concedida por e-mail para Ingelore S. Koch / Foto: Ingelore S. Koch).

Confira abaixo a relação de outras notícias do XXV Concílio Geral da IECLB, realizada entre 12 e 15 de Outubro, em Panambi, RS:01/11/2006 - Carlos Möller assume a segunda vice-presidência com o desejo de contribuir no “mutirão nacional”
01/11/2006 - Homero Pinto entende sua reeleição como chamado para os desafios na “ordem do dia” da IECLB
01/11/2006 - “As celebrações proporcionaram força e coragem para enfrentar possíveis crises”
25/10/2006 - Reduzido número de mulheres no Concílio preocupa representante da Elca
25/10/2006 - Íris Pedrotti credita sua vivência comunitária ao estímulo da avó materna
25/10/2006 - Para Walter Altmann, “é uma grande honra ser presidente da IECLB”
25/10/2006 - Moções
25/10/2006 - Lançar as redes em águas mais profundas - perspectivas para o futuro da IECLB
20/10/2006 - Noite de lançamentos
19/10/2006 - Campanha nacional de 2007 prevê aumento de recursos para projetos missionários
19/10/2006 - Câmara 2 (Finanças)
19/10/2006 - Câmara 1 (Formação)
15/10/2006 - Nova Presidência é investida no culto do Dia da Igreja
14/10/2006 - Walter Altmann é reeleito pastor presidente da IECLB
14/10/2006 - Celebrações do Concílio estão inspiradas no “Vale das borboletas azuis”
14/10/2006 - Exposição interativa denuncia a violência
13/10/2006 - Acolhida de hóspedes ecumênicos e representantes de igrejas parceiras
12/10/2006 - Liturgia com especial ênfase na música marcam culto de abertura
12/10/2006 - Cuidar bem do bem da IECLB é desafio constante
12/10/2006 - A unidade da Igreja é uma das principais ênfases da Presidência da IECLB
12/10/2006 - Palavra do presidente do CI no relatório do biênio 2004-2006
12/10/2006 - Instalada primeira sessão plenária

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