Campanha Em comunhão com as viDas das mulheres


História de vida de Joanilde Gaedtke

27/11/2017

 

Nome: Joanilde Gaedtke

Participação na IECLB: desde o casamento

Comunidade: Martim Lutero, Paróquia Ev. de Conf. Luterana Apóstolo João

Sínodo: Norte Catarinense
 

Hoje, penso que poderia passar a noite escrevendo, são tantas as ideias que passam por minha mente, são tantos pensamentos que até fica difícil escolher o que escrever. A igreja me desafia e assim sendo, aqui deixo registradas emoções pelas quais passei dentro dessa igreja de confessionalidade luterana.

Bom, tenho que mencionar que fui batizada e crismada na igreja Católica, na qual aprendi a amar a Deus sobre todas as coisas, respeitar o meu próximo como a mim mesma e a ter um amor muito especial pela mãe de Jesus, por ter sido ela a escolhida para tutora deste tão grande ser, enfim... Foi nessa igreja (católica) que aprendi a engatinhar na fé.

Depois de meus 23 anos de idade, passei por uma trajetória de árdua batalha entre o catolicismo e o protestantismo. Minha avó paterna tinha a triste crença de que eu não mereceria mais comungar (tomar a santa ceia) junto dos eleitos de Deus, caso eu viesse a me casar na igreja Luterana. Também tive que me submeter ao julgamento dos que se diziam crentes e fiéis da Igreja Luterana. São episódios hoje superados, mas que me causaram muita dor e sofrimento, pois já não me sentia “digna” em nenhuma das duas religiões.

As pessoas conseguem nos deixar no chinelo quando estão resolvidas que tem razão e são doutoras de seus fúteis argumentos. Em determinada ocasião, já frequentando a igreja luterana por opção, dando Culto Infantil na comunidade local, fui convidada a participar de uma reunião regional. Na ocasião, houve debate sobre a aceitação e aproximação das duas igrejas, Católica e Luterana. Lá, definitivamente tive que me dobrar, chorar e ver como somos todos hipócritas quando olhamos para o alto e dizemos ser uma igreja acolhedora, fraterna, amiga. 

Naquela reunião ouvi vários depoimentos de pessoas aparentemente esclarecidas. Pensei: - Meu Deus, meu Deus será que me enganei tanto? Será que toda a minha luta foi em vão?

Em nome de tudo que conheci na Igreja Católica e Luterana, e sabendo que não era bem assim como diziam – com certeza não era o que Lutero diria ou confessaria, levantei-me e sem conter o choro, a tristeza e a enorme agonia, sem me importar em ser ou não julgada, e quem sabe condenada por aquele público falei: Gente, o que estamos fazendo aqui? Estamos procurando coincidências entre essas duas religiões ou queremos estabelecer de vez as diferenças entre elas? O que mais importa não é o amor ao próximo, o amor ao nosso Deus? Eu falo porque conheço um pouco de cada uma dessas religiões e procuro só ver o bem que as conduz. Não consigo negar nada do que aprendi durante o período de minha catequese, durante todo o meu ensino religioso. Por isso peço: - Vamos ver aquilo que nos une, os conhecimentos que nos unem como irmãs e irmãos. Do contrário, nada, nada valerá à pena.

Bom, creio que finalmente as pessoas acordaram e pelo menos por um final de semana refletiram um pouco mais sobre como sermos um grupo acolhedor, uma igreja acolhedora.

Hoje, já com 55 anos de idade, posso dizer que amo ser Luterana, foi essa confissão que optei em seguir e também batizar e confirmar minha filha e meu filho. Participo ativamente da OASE, Projeto Catarinas, Mirians, Martas e Marias unindo papéis e costurando ideias. Sempre que sou convidada à participar de trabalhos comunitários tenho imenso prazer em contribuir.


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