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CAPA: Fortalecendo a agricultura familiar e dando espaço a questões étnicas

13/12/2004

Resultado do encontro anual do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor - CAPA-, realizado de 22 a 26 de novembro em São Lourenço do Sul, RS, os participantes divulgaram uma carta às comunidades falando da importância dos temas abordados e discussões realizadas. Confira na íntegra a Carta de São Lourenço do Sul:

Carta de São Lourenço do Sul*

O Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor – Capa é uma organização não governamental criada em 1978 pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB, composta por cinco núcleos que atendem os estados do sul do País. Ao longo da sua existência, vem trabalhando pelo fortalecimento da agricultura familiar ecológica, buscando promover o desenvolvimento rural sustentável e solidário com o objetivo final de fortalecer a sociedade civil brasileira.

Nos últimos anos, o Capa incorporou nas suas prioridades institucionais algumas práticas relacionadas a questões étnicas. A partir daí, passou a atender comunidades com perfis específicos que não são contempladas e nem valorizadas como verdadeiras protagonistas na construção de modelos de desenvolvimento alternativos. Entre estas, estão as comunidades quilombolas, indígenas e de pescadores artesanais.

Tais comunidades são ilhas de resistência à globalização que quer impor um mundo “homogêneo, padronizado e sem diferentes”. Diante dessa realidade, e frente à ameaça do desaparecimento das comunidades tradicionais – indígenas e não-indígenas, o Capa desaprova a orientação social e econômica vigente, que apóia políticas globais e desconsidera todo e qualquer interesse dos excluídos.

O Capa professa que a diversidade – não apenas biológica mas também cultural, étnica e religiosa – é decisiva para a manutenção da vida. Sem diversidade é impossível construir independência e autonomia, considerando-se aqui que a diversidade não se limita a questões técnicas e biológicas, mas abrange especialmente as características das diferentes etnias. Isto significa levar em conta a maneira com a qual as comunidades lidam com a realidade: sua língua, histórias, religiosidade, crenças, tecnologia, relações de poder, entre outros.

O Capa afirma a necessidade de uma reaproximação com culturas tradicionais, buscando em primeiro lugar escutar e aprender, reconhecendo os seus saberes e tradições. A diversidade étnica só pode ser garantida com a sobrevivência destes grupos. Para mantê-los, é fundamental entender e respeitar os conceitos e os valores de ocupação, produção e economia de cada população.

*Participantes no IV Encontro Anual do Consórcio Capa, 22 a 26 de novembro, São Lourenço do Sul – RS, sobre tema Etnosustentabilidade.


Fonte: Susanne Buchweitz
 

Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa.
2Coríntios 5.17
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