Prédicas e Meditações



ID: 2931

Oremos para que o Senhor envie mais trabalhadores e trabalhadoras para a sua seara - Mateus 9.35-10.4

Autoria P. Me. Alexander Busch

13/06/2020

 

Estimada comunidade,

O que é uma grande tarefa para você? Para um bebê que engatinha aprender a andar é o seu grande desafio. Para um jovem adolescente a grande tarefa talvez seja estudar para as provas do ENEM que definem o acesso para estudar numa faculdade ou universidade. Para um jovem profissional, ainda em fase de experiência dentro da empresa, a grande tarefa talvez seja realizar com competência excepcional um trabalho que lhe foi comissionado. Para uma pessoa prestes a se aposentar, escolher o novo rumo para sua vida será a decisão mais importante. Para uma pessoa idosa, com limitações físicas, às vezes dar um passo e caminhar é o seu grande desafio. 

E qual era a grande tarefa de Jesus? Quero sugerir que uma das tarefas de Jesus era encontrar pessoas dispostas a colaborarem com o Reino de Deus. Ele mesmo reconheceu, “a colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos”. Segundo o relato que ouvimos, Jesus estava percorrendo e visitando várias cidades e vilarejos. Nas sinagogas, ou seja, nas casas de oração do povo judeu, Jesus ensinava a Palavra de Deus. E depois de falar, Jesus realizava gestos concretos de cura e solidariedade. Ou seja, Jesus se importava com as pessoas de forma integral, cuidando do lado espiritual, emocional e físico das pessoas, ministrando com palavras e ações. Jesus enxergava as pessoas como um todo, individualmente e também como parte de uma rede de relações sociais na família e na sociedade. Jesus, portanto, era bem concreto nas suas ações. As suas palavras de compaixão se tornavam visíveis na solidariedade com o próximo. 

Diz ainda o texto que Jesus viu o sofrimento do povo, teve compaixão e comparou as pessoas aflitas e abandonadas a ovelhas sem pastor. As pessoas eram como um grande rebanho. E diante deste imenso rebanho, diante desta numerosa multidão, Jesus poderia ficar desanimado. Não é assim que nós muitas vezes reagimos diante de uma grande tarefa ou desafio. “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos”. Jesus, poderia se acomodar ou se conformar diante da grande tarefa. 

Ele, contudo, convida a sua comunidade a ter esperança. Jesus convida a igreja a orar, pedindo para que o dono da plantação chame mais trabalhadores para participar na colheita: “Peçam para que o Senhor da seara envie mais trabalhadores”. Certamente as pessoas chamadas para exercer a tarefa de pastorear a igreja são uma resposta a esta oração. Aqui, e Brasil afora, pessoas tem ouvido o chamado de Deus para se preparar e servir no ministério da Palavra. Estas pessoas, cujo chamado de Deus é reconhecido pela igreja, se disponibilizam a ensinar a Palavra de Jesus, motivando as pessoas a uma convivência de reconciliação e serviço conforme o ensino de Jesus. Na IECLB inclusive temos quatro ministérios com ordenação, cada qual com sua ênfase: o pastoral, o catequético, o diaconal e o missionário. Estas pessoas ordenadas ao ministério da Palavra, com diferentes ênfases, agregam e mobilizam outras pessoas a trabalharem juntas dentro da igreja e na sociedade, visando transformar nossa realidade com gestos de cura e palavras de solidariedade que dão testemunho da compaixão de Jesus. 

Portanto, a igreja faz bem em orar pelas lideranças ordenadas na IECLB, e, com gestos concretos, apoiar seu trabalho, apoiar a sua família, a fim de que possam realizar a tarefa que lhes cabe. É uma tarefa de grande responsabilidade. Destaco as lideranças ordenadas da IECLB não somente porque o texto bíblico me dá esta oportunidade, mas também devido ao último dia 10 de Junho: Dia do Pastor, Dia da Pastora. O melhor presente que alguém no ministério ordenado pode receber é contar com as orações, contar com o apoio da comunidade cristã onde esta pessoa está servindo.

Pessoas ordenadas ao ministério da Palavra, entretanto, não são a única resposta ao pedido e oração de Jesus. Muitas vezes ao orar e pedir por mais trabalhadores/as, eis a surpresa: “eu”. Eu também sou a resposta de Jesus. Sim, o chamado de Jesus inclui pessoas como você que são motivadas a colaborar no Reino de Deus. Sim, o chamado de Deus inclui uma comunidade de pessoas capacitadas com diferentes dons, dispostas a servir na igreja e sociedade, visando transformar nossa realidade com gestos de cura e palavras de solidariedade. 

Digo isto a partir do próprio relato bíblico. Quando Jesus ensinou a pedir e orar por mais trabalhadores, o texto em Mateus nos diz que um grupo de pessoas, uma comunidade de diferentes, havia atendido ao chamado de Jesus. Estas pessoas são conhecidas como o grupo dos doze apóstolos, e certamente havia algo de especial neste grupo que conviveu mais próximo de Jesus. Quero lembrar, porém, que o número doze é um número simbólico. Assim como as doze tribos no AT representavam todo o povo de Deus em Israel, os doze apóstolos representam todo o povo de Deus em Cristo Jesus. 

E de fato, quando lemos o NT nos chama a atenção o envolvimento de outras pessoas no Reino de Deus: Marta e Maria, que abriram as portas de sua casa para apoiar a tarefa de Jesus; as mulheres que foram ao túmulo de Jesus e se tornaram as primeiras testemunhas da ressurreição; a comunidade de seguidores e seguidoras de Jesus que recebeu o Espírito Santo no dia de Pentecostes; o apóstolo Paulo e os membros das comunidades cristãs em Filipos e Roma, entre tantas outras pessoas mencionadas no NT. Os nomes de algumas destas pessoas são conhecidos. Mas a maioria dos nomes destes trabalhadores e trabalhadoras na seara do Senhor nos são desconhecidos. O mais importante é que este grupo, esta multidão de pessoas, este movimento de homens e mulheres são resposta à oração de Jesus. 

Portanto, o número doze, referente aos doze apóstolos é simbólico. O grupo dos doze apóstolos representa a igreja como um todo. Você, nós somos a resposta à oração de Jesus para que o Senhor envie mais trabalhadores e trabalhadoras para cuidar de sua seara. Nós participamos com gestos de cuidado e palavras de solidariedade: compartilhando com pessoas uma palavra de ânimo ou uma oração; falando de Jesus, sem fazer grande alarde, mas dando testemunho da nova vida que temos em Jesus; agindo com honestidade e responsabilidade perante o próximo e na sociedade; convidando pessoas para se aproximarem de Jesus e sua comunidade; repartindo ajuda concreta com as pessoas nas suas mais diferentes necessidades. São gestos e palavras que podem fazer e fazem muita diferença neste mundo, que é a seara do Senhor. Nestes e em muitos outros exemplos damos testemunho da compaixão de Jesus. Dar testemunho da compaixão de Jesus – eis nossa tarefa como seguidores e seguidoras de Jesus. É uma tarefa de grande responsabilidade: falar e agir em nome de Jesus, compartilhando gestos de cura e palavras de solidariedade que anunciam a compaixão de Jesus neste chão, neste tempo, entre as pessoas de perto e de longe. 

Queira Deus abrir nossos ouvidos para ouvir seu chamado. Queira Deus nos dar a firmeza para, junto com outras pessoas, realizar a tarefa de cuidar da seara do Senhor. Amém.

  


Autor(a): P. Me. Alexander R. Busch
Âmbito: IECLB / Sinodo: Rio Paraná / Paróquia: Maripá (PR)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Novo / Livro: Mateus / Capitulo: 9 / Versículo Inicial: 35 / Versículo Final: 38
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 57171

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