Teremos em breve as circunstâncias brasileiras na Alemanha? Esta pergunta moveu os participantes da organização Globalização, Trabalho Conjunto e Ecumenismo. A convite do Grupo Ecumênico de Pappenheim, na Alemanha, o ex-pastor presidente da IECLB Huberto Kirchheim falou sobre as conseqüências da globalização do ponto de vista de um brasileiro. Ele atua na Igreja da Baviera desde março de 2003.
Globalização é um conceito de moda, que ultrapassa cada vez mais fronteiras, definiu Helmuth Seuberth, referindo-se ao desenvolvimento mundial. Kirchheim descreveu as conseqüências da globalização para o seu país: O Brasil é um país com os maiores contrastes entre ricos e pobres“, disse. Somente no Rio de Janeiro há 700 favelas e 40 milhões de pessoas não têm uma moradia resistente e estão constantemente à procura de um emprego, acrescentou.
No contexto, Kirchheim traçou um paralelo com o desenvolvimento na Alemanha: Também aqui pessoas são excluídas quando ramos da produção são transferidos para fora do país. O total livre-mercado, a privatização em todos os sentidos e a redução do Estado deixa jovens – tanto na Alemanha como no Brasil – muitas vezes sem chance alguma. Kirchheim alertou: Exclusão gera violência e o descambar para o álcool e demais drogas. O preço desta violência custa ao Brasil anualmente 43 bilhões de dólares, apontou.
Diante desse quadro, o ex-pastor presidente vê a globalização como um grande desafio para as igrejas e é categórico: os cristãos precisam interferir. Justamente a base da Igreja Católica e da Igreja Evangélica espera das suas lideranças uma palavra clara neste sentido, assinalou. Kirchheim está convicto de que, no final de contas, uma justiça abrangente só pode ser resultado de uma economia mundial justa.
Na opinião do pastor brasileiro, os países em desenvolvimento deveriam se unir e receber um apoio de países ricos com tradição ética. Kirchheim apela para o apoio dos europeus: Também iniciativas pequenas são importantes – delas depende nossa esperança.
Fonte: Notícias IECLB - (Trad.ISK)
