A 4ª Conferência Internacional de Luteranos Negros (Cibl) foi, sobretudo, um “encontro pan-africano” e “um encontro de gerações” de teólogas e de teólogos negros, define o doutorando cubano Pedro Acosta Leyva, do Grupo Identidade da EST. Há uma grande disposição da geração mais velha (anciãos) apoiar a geração mais jovem. E a geração mais jovem tem grande vontade de assumir a responsabilidade de levar adiante o legado dos mais velhos, indica o doutorando.
O programa incluiu amplo compartilhar de experiências de três grupos: dos teólogos anciãos, dos de meia idade e dos jovens adultos. Além disso, também as mulheres se reuniram separadamente, ainda antes da abertura da conferência.
O encontro teve entre seus objetivos expandir a consciência global dos membros da Igreja Evangélica Luterana da América (Elca) – patrocinadora do evento –, através da aprendizagem e envolvimento com outros na vida da comunhão luterana, explorar e criticar algumas dimensões do ecumenismo atualmente praticado nessa igreja e afirmar a tese de que africanos e afro-americanos (genética e ontologicamente) são um povo global e ecumênico.
Para Hênio Santos de Almeida, o encontro trouxe novo vigor ao Grupo Identidade e também para os estudantes afro-descendentes da EST. Possibilitou também a discussão maior sobre a formação teológica de negros, o que vai estreitar as relações de Cibl com o Identidade da EST.
Preocupações –Ao final da conferência, foram apontadas preocupações e também pontos altos do encontro. Como Cibl pode promover apoio mútuo entre seus participantes e como pode interagir com os luteranos jovens brancos? – perguntou-se o grupo. Cibl deve explorar temas relacionados a gênero, ao tratamento de minorias, incluindo as mulheres e as crianças, reivindicaram as mulheres.
Entre os pontos altos do encontro foram mencionados a oportunidade de compreender o lugar da escravidão na vida dos brasileiros, o amor, a aceitação, o cuidado de Cibl para com os estudantes brasileiros, a oportunidade de celebrar a negritude, o estudo do tema da negritude, que levou à compreensão do trabalho do Grupo Identidade da EST, a conclusão a que se chegou de que brancos e negros podem ter os mesmos objetivos e estar na mesma conferência.
A conferência foi considerada de grande importância pelo fato da temática ter perpassado a questão da etnia, de gênero e o ecumenismo.
Lideraram a coordenação da conferência, da parte da Elca, Lee Wesley e Rudolph Featherstone, e da parte da EST, Allan e Marie Krahn, Selenir G. Kronbauer, Irma Ellwanger, Lothar C. Hoch e Lauri Ludwig.
Fonte: Ingelore S. Koch
