Paróquia Evangélica Luterana no Rio de Janeiro - Martin Luther

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DESVENDA OS MEUS OLHOS, PARA QUE EU CONTEMPLE AS MARAVILHAS DA TUA LEI

A Palavra de Deus em um mundo que lhe é hostil

16/02/2020

1 Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor. 2 Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos e o buscam de todo o coração; 3 não praticam iniquidade e andam nos seus caminhos. 4 Tu ordenaste os teus preceitos, para que os cumpramos à risca. 5 Quem dera fossem firmes os meus passos, para que eu observe os teus decretos. 6 Então não terei de que me envergonhar, quando considerar todos os teus mandamentos. 7 Eu te darei graças com integridade de coração, quando tiver aprendido os teus retos juízos. 8 Cumprirei os teus decretos; não me desampares jamais. Salmos 119.1-8 NAA

DESVENDA OS MEUS OLHOS,
PARA QUE EU CONTEMPLE AS MARAVILHAS DA TUA LEI.
(v.18)

Introdução

119. Este gigante dos Salmos, de autoria desconhecida, é um hino extasiante, arrebatador ao enaltecer a Palavra de Deus. Não há como determinar o autor deste Salmo, que é um acróstico onde cada novo tema começa com a letra seguinte do alfabeto hebraico. Nosso texto começa com a letra א allef (A). O tempo e vida do salmista pode ser especulada como a de um jovem autor, quem sabe até um jovem rei. Pela sua composição acróstica, poderiam ter sido vários autores? Unânime é a opinião de que a autoria deste Salmo vive uma relação intensa e produtiva com esse Deus que foi descoberto pela Palavra sagrada.

MUNDO HOSTIL - ceticismo e cinismo para com Deus.

O início deste Salmo nos apresenta bons votos – “bem-aventurados” – como desejo às pessoas que se apresentam irrepreensíveis naquilo que vivem e fazem à luz da palavra de Deus. Em 113, o salmista acusa a existência de um mundo cético e hostil contra a palavra, ao descrever a falsidade e duplicidade hipócrita na interpretação da palavra divina. Mesmo no v. 22 ele apela para que seja livrado de insultos e zombarias de gente que se coloca contra a santidade desta Palavra e, portanto, não lhe presta nenhum respeito ou reverência. Este desrespeito tácito evidentemente se estende às pessoas que amam a palavra de Deus.

No entanto, as pessoas que amam e guardam a Palavra, são honradas por Deus como felizes e bem-aventuradas.

LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA - ...ando errante como ovelha desgarrada... (v.176).

Justamente quem quer estar em comunhão com a palavra de Deus, se vê lutando pela própria sobrevivência. E não só uma resistência contra a fome, nudez, desemprego, honradez, mas contra a dignidade pessoal. O mundo hostil está permeado de mentiras, de cobiças, de vaidades, de agentes geradores de morte... enquanto este Salmo nos ensina a observar: “...que eu queira obedecer aos teus mandamentos, em vez de querer ajuntar riquezas”; “não me deixes pensando em coisas sem valor”; “guia-me pelos caminhos dos teus mandamentos”. (36,37,35)

Estes versículos ecoam o que já tínhamos lido no v.3. Os que “andam nos seus caminhos” são felizes. Em 105 temos este sentimento colocado de forma inconfundível e cristalina: “A tua palavra é lâmpada para guiar os meus passos, é luz que ilumina o meu caminho.” Esta luz na qual se anda, é a que indica a vitória na luta diária por sobrevivência e dignidade. Sobrevivência e dignidade têm sua origem no bom juízo com que se conduz a vida e não tanto em bons programas sociais que, infelizmente, na maioria das vezes, são paternalistas. Bons programas assistenciais são fundamentais quando acompanhados de desafios da Palavra de Deus para a formação de bom juízo para vida digna e bem-aventurada.

IMPULSO PARA AVANÇAR – Permanece uma perseverança que não se perturba (v.18). – As maravilhas do Deus se contrapõem aos caminhos falsos, à perseguição, à depressão.

Em 4, 5 e 6 vemos com clareza a condição dada por Deus para que avance o testemunho da justiça e amor divino. Ao cumprirmos seus mandamentos, ao observarmos seus decretos, então haverá avanço na Sua justiça. Evidentemente devemos dar graças a Deus por vivermos o tempo neotestamentário da misericórdia de Jesus. Se não fosse assim, teríamos muito mais dificuldades de entender a vontade divina para estes tempos hostis.

Gosto muito daquela imagem – dela já falei várias vezes – de dar um passo para traz para poder dar impulso à frente a fim de saltar um obstáculo. O impulso para podermos avançar como povo cristão, de forma responsável, acontece quando precisamos dar um passo atrás, refletir, orar, avaliar e decidir. Se faz necessário observar que as Escrituras nos indiquem onde poderíamos estar desviando nossos passos da vontade Deus, do caminho de Deus. Avançar sem colocar em prática o que aprendemos no v.24, é temerário: “Gosto de pensar nos teus ensinamentos, eles são os meus conselheiros.”

Já observaram atletas de alto rendimento quando precisam dar impulso preciso? Perceberam que param frações de segundos para se reequilibrarem e, depois, em uma explosão muscular, fazer o próximo gesto? Isso vale também no box do banheiro para não cair, escorregando no sabonete.

Os benefícios das Escrituras.

Conta-se que na Rue des Barres, calçadão em Paris, um missionário de Bíblias montou sua pequena estante para a venda das Sagradas Escrituras. Ali passava um grupo de jovens, todos turistas, em animada algazarra. Riam de tudo e de todos. Ao verem o vendedor de Bíblias, zombando, sugeriram que livrasse a calçada daquele estorvo. “Tira isso daqui. Ninguém mais está interessado em ler este livro velho e ultrapassado!” Filipe parecia ser o líder ou guia do grupo e a ele se dirige o missionário com carinho e respeito. “Gostaria só de lhe dizer que este livro fala especialmente para você.” “O que, pra mim? Isso é uma piada. Me dê aqui um ... Isso eu quero ver!” O jovem tomou a Bíblia das mãos do missionário e a abriu aleatoriamente. Ficou estático e assustado após ler algumas linhas. Seus companheiros perceberam e perguntam “tudo bem com você, Filipe? O que houve?” Ele tinha lido João 14.9: “Jesus respondeu: — Há tanto tempo estou com vocês, Filipe, e você ainda não me conhece? Quem vê a mim vê o Pai. Como é que você diz: 'Mostre-nos o Pai’?”
Mesmo que a Bíblia esteja desacreditada por muita gente — e cada vez mais — ela sempre acabará falando de maneira pessoal a quem der atenção às suas palavras. Isso é assim porque Deus se importa conosco, somos importantes para Ele. E a Bíblia continua sendo aquela construtora de pontes entre nós e Deus, entre nós e as outras pessoas. É assim que Jesus se torna mais que um personagem histórico; passa a ser Senhor e Salvador de toda humanidade. Ele fala especialmente para nós. Ela causa:

LIBERTAÇÃO – A Palavra promove o rompimento do domínio do pecado.

A palavra de Deus confronta a nossa sabedoria e visão a respeito das pessoas. Vejamos um exemplo desta semana. O Ministro da Economia fala 1) do funcionalismo público como “parasitas” e 2) da “festa danada” que são as empregadas domésticas indo à Disneylândia.

Não quero analisar os efeitos sócio/econômicos destas palavras totalmente inapropriadas, mas perguntar por que foram ditas? O psicanalista Christian Dunker (https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2020/02/13) afirma que o ministro se dirigia a um grupo de pessoas que entendia a subnarrativa do lugar de ricos e pobres da mesma maneira que ele. Não foi um ato involuntário, que se resolve com um “não foi isso que eu quis dizer”, e nem uma piada. O filme ganhador do Oscar foi? “Parasita”! Fala sobre a usurpação do poder, onde “tem gente roubando a gente”, os pobres tomando o lugar dos ricos, onde empregadas domésticas, as “parasitas” em nosso lugar, estão viajando para as atrações da Disney.

Tudo começa onde uma palavra passa a vagar na cabeça que, no improviso de uma fala, expressa aquilo que está no lugar mais recôndito de uma pessoa. Jesus, o nosso Senhor e Salvador, segundo o evangelista Lucas, afirma: “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração.” Lucas 6.45 NVI

Conclusão

Nossas expressões de vida, de verdade, de justiça divina, somente serão consistentes se baseadas na Palavra Sagrada. O cumprimento da promessa de que não seremos desamparados (v.8) se reproduz na promessa final encontrada no Ev. de Mateus: “E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. (NVI) Observe que Jesus o prometo no contexto da ordem de batismo que inclui o discipulado e o ensino baseado na obediência da Palavra.

Desta forma acredito que nada mais precisa ser dito aqui, a não ser Amém!


 


Autor(a): Pr. Rolf Rieck
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Rio de Janeiro - Martin Luther (Centro-RJ)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Antigo / Livro: Salmos / Capitulo: 119 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 8
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 55129

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