A Faculdade Luterana de Teologia – FLT, de São Bento do Sul, SC, realizou nos dias 1º e 2 de junho a sua II Jornada Acadêmica, organizada pelo Diretório Acadêmico, que reúne estudantes deste Centro de Formação.
Confessionalidade e Identidade Luterana foi o tema da II Jornada, que contou com uma palestra do Pastor Presidente de nossa Igreja, Walter Altmann; seguida de exposição do Diretor da FLT, Claus Schwambach.
Para falar de Confessionalidade e Identidade Luterana, Altmann utilizou como ponto de partida o mandato de testemunhar e confessar Jesus, no qual a missão torna-se parte essencial do ser cristão, sempre contextualizando suas afirmações a partir da Bíblia.
Altmann também falou da caminhada da própria IECLB, de sua proposta teológica, de como foi ampliando cenários de atuação, abrindo suas portas para a diversidade e assumindo seu compromisso de ser igreja no Brasil. Destacou os novos e renovados desafios à caminhada, como o pluralismo, a mobilidade e mesmo a competição religiosa, impelindo a igreja à firmar e reafirmar sua identidade.
No diálogo com os alunos, mereceu especial atenção a interpretação do artigo VII da Confissão de Augsburgo, que faz uma distinção entre o que é essencial na Igreja (palavra e sacramentos) e questões em que não é preciso haver uniformidade para a unidade da igreja. Altamnn realçou que é importante manter a distinção entre o que é essencial e o que não é essencial, lembrando porém que o artigo VII da Confissão de Augsburgo deve ser visto em conjunção com o artigo XV, acerca dos ritos eclesiásticos, onde se diz que devem ser conservados aqueles usos que podem ser conservados sem pecado e são úteis à tranqüilidade e à boa ordem na igreja. Ou seja: as questões não-essenciais nem por isso podem ser resolvidas arbitrariamente. A regra não é fazer o que se bem entende, muitas vezes por decisão individual do respectivo obreiro ou obreira, mas buscar como igreja e por decisão eclesial o que melhor pode servir à identificação e ao testemunho dela. Isso significa que essas questões são sempre reformáveis, mas o são pelo sentir eclesial e não por decisões pessoais unilaterais.
Altmann também colocou aos estudantes o “exemplo” da comunidade de Corinto, com sua dinâmica, seus problemas e responsabilidades e a importância de sua mensagem evangélica. O líder finalizou trazendo dois exemplos da caminhada da própria IECLB. O primeiro deles foi o surgimento da Comunidade de São Luís do Maranhão, a partir um olhar externo percebe a IECLB como uma igreja aberta, sensível, ecumênica e diaconal e deseja “ser IECLB”. O segundo exemplo foi o da Comunidade de Monte Mor, que sofreu divisões mas pôde se revigorar, persistindo na identidade e confessionalidade luteranas, vivendo a graça de “ser comunidade mais livre e mais alegre”.
A partir destes importantes subsídios, os alunos e alunas dividiram-se para trabalhar e refletir o tema em pequenos grupos.
Da convivência durante a II Jornada da FLT, Altmann destacou: “alegrei-me muito ao perceber o vivo interesse estudantil e dessa casa de formação em falar sobre confessionalidade e identidade, e dialogar com a Presidência”. E foi a partir deste interesse que surgiram – e foram aproveitadas – várias oportunidades de diálogo informal com estudantes sobre a situação atual e os rumos da IECLB.
