“Temos consciência dos enormes desafios no que se refere ao planejamento na IECLB. Mas o importante é iniciarmos, sem perfeccionismo, pois os ajustes e as melhorias serão percebidos no decorrer do acompanhamento e na fase da avaliação”, disse o coordenador do Plano de Ação Missionária (PAMI), Miltom de Oliveira, relembrando sua apresentação no XXVII Concílio da Igreja, em Foz do Iguaçu (PR), realizado entre os dias 20 a 25 de outubro. “Estarão mais bem preparadas para o futuro aquelas comunidades, paróquias e sínodos em que suas lideranças conseguirem, no menor tempo possível, incentivar uma cultura do planejamento”, avaliou o coordenador.
Responsável pela implementação do planejamento estratégico participativo nas comunidades e sínodos, Miltom lembrou que na área empresarial, de onde vem, as ações de planejamento têm objetivos mais claros e podem ser implementadas com mais objetividade. Como membro da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Belo Horizonte, ele se deu conta de que na igreja é bastante diferente. “As diferenças são muitas, mas três delas me parecem fundamentais. A primeira é a espiritualidade, a segunda, a dedicação dos voluntários e, finalmente, temos diferentes níveis de compreensão entre os envolvidos”.
Um texto redigido em 2001, em conjunto com o então pastor da comunidade em Belo Horizonte, Valério Schaper, diz que o “planejamento estratégico é um desafio novo que as comunidades da IECLB estão vivenciando. Ele deve ser uma atividade integradora e educativa para criar ambientes que possibilitem às pessoas ampliar visões para atingir os objetivos determinados através de metas. No entanto, o caminho deve ser trilhado pelas pessoas em liberdade, com consciência e responsabilidade. O planejamento, principalmente o replanejar, deve fazer a ponte entre a aprendizagem do passado e as ações do futuro. Planejar é pensar sobre o futuro e decidir como mover-se a ele. O plano deve ser audacioso, deve conter sonhos e, portanto, um grau de imprevisibilidade.” Para Miltom, essas palavras traduzem com precisão o momento atual.
A meta estabelecida no Concílio de Estrela (RS), em 2008, é que um terço das comunidades tenha seu planejamento implementado e acompanhado até 2012. A fase de capacitação de multiplicadores nos 18 sínodos está quase concluída e a identificação das comunidades que começarão a implementar o planejamento estratégico já está em andamento. “Em alguns sínodos temos comunidades com o Plano de Ação já implementado. Os resultados até aqui são animadores”, comemorou o coordenador do PAMI.
As dificuldades, no entanto, ainda são muitas. Corre-se o risco de o planejamento não ser contínuo se for assumido por algumas lideranças – e não por todas –, seja de ministras/os ou de presbíteras/os. O planejamento não pode ficar limitado ao mandato de um presbitério, precisa ir além. Deve ser da comunidade e é preciso divulgá-lo para que o maior número possível de membros conheça as metas e os resultados que se pretende alcançar.
Para o coordenador do PAMI, “para se criar a cultura de planejamento, é fundamental que o próximo presbitério assuma – como seu – o Plano de Ação Comunitário elaborado na gestão anterior, e invista tempo para avaliar e fazer os ajustes necessários, pois como o planejamento é dinâmico, novas ações e novas metas certamente serão necessárias. O acompanhamento, os ajustes e a avaliação devem reforçar a idéia de um planejamento contínuo no trabalho da comunidade. O planejamento não pode ser apenas um outro trabalho que corre em paralelo, ele tem que ser a bússola para orientar a direção que queremos seguir”.
