Relatório do Pastor Sinodal - Assembleia Sinodal - Sínodo Sudeste - IECLB - 1999

15/05/1999

Dois jubileus importantes acontecem em 1999 na área do Sínodo Sudeste e mobilizam as comunidades - os 175 anos da Comunidade Evangélica de Nova Friburgo/RJ e os 100 anos da Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas(OASE).

Um leitor do Jornal Evangélico Luterano, residente em Araruama/RJ perguntou: Por que há tão poucas igrejas luteranas no Brasil? Eu respondi:
“A Igreja Evangélica Luterana chegou ao Brasil no século passado proveniente da Europa, quando ainda havia uma religião oficial no país – o catolicismo. Os demais cultos eram apenas tolerados e dependiam de um licença por parte do imperador. Este fator limitador influenciou, em parte, as comunidades luteranas na sua organização.

Agora, o fator decisivo para a pouca presença luterana em vastas áreas geográficas do Brasil deve-se à proposta pastoral majoritária que marcou a Igreja ao longo de quase 150 anos – a proposta de atendimento exclusivo aos luteranos existentes. Partia-se da idéia de que o país era um país católico e, portanto, cristão. Não se justificava qualquer empreendimento evangelístico-missionário.(Ao contrário das Igrejas evangélicas vindas dos Estados Unidos, que justamente se estabeleceram com um projeto evangelizador.) Como a maioria dos luteranos tinha um ascendência européia, a formação de comunidades limitou-se aos espaços por eles ocupados no país, principalmente no Sul e em áreas de migração interna.”

Esta foi uma resposta dada a um órgão de imprensa de nossa Igreja, mas aqui nesta assembléia devo dizer com toda franqueza que esta explicação é parcial. Temos que reconhecer que não conseguimos ao longo da história acompanhar a contento todas as gerações de tal forma que pudessem ser educadas na fé cristã segundo a confissão luterana. Não conseguimos imprimir um dinâmica participativa que possibilitasse um envolvimento de todos/as os/as batizados/as luteranos/as em nossa Igreja.

Somos uma Igreja centenária no Brasil. Isto atestam os dois jubileus acima mencionados. Dentro do pluralismo religioso contemporâneo as igrejas de tradição estão sendo desafiadas a superar o mero atendimento por uma proposta inclusiva que dê conta da necessidade das pessoas de externar as razões de sua fé e de sua esperança. Como Igreja de Confissão Luterana temos conseguido dar passos nesta direção. Acontece, no entanto, que os resultados não são tão grandes quanto gostaríamos e, por isso, podemos cair na tentação de adquirir de forma a-crítica kits pastorais de outras denominações ou movimentos e aplicá-los nas nossas comunidades, gerando desconforto, tensões e descontentamentos.

Estamos num momento de articulação das comunidades e paróquias na perspectiva sinodal. Podemos e devemos inovar para conseguir reavivar a vida comunitária. Não necessitamos cair na resignação e no desânimo de que não há alternativas. Somos desafiados a viver a nossa vocação de evangélico-luteranos com toda a seriedade sem abrir mão dos nossos fundamentos teológico-confessionais. Como pastor sinodal tenho afirmado junto a obreiros/as e lideranças que o descuido para com os nossos fundamentos no presente terá como desdobramento um vazio de identidade e de proposta no futuro.

Enquanto obreiros/as ocupamo-nos com as questões teológicas fundamentais que embasam nossa Igreja. Na nossa agenda esteve o batismo e a antropologia bíblica. Insisti no diálogo como caminho necessário para superar incompreensões e conflitos. Espero que ele continue a existir sempre, a menos que ele seja usado apenas como cortina de fumaça para reafirmar posições prévias e aprofundar práticas que promovem a ruptura.

Agradeço o apoio do Vice-Pastor Sinodal Ivário Fries, a Diretoria do Conselho Sinodal e ao Administrador Sr. Manfredo Leffler pelo apoio constante neste período de trabalho.

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Obreiros/as

Conferências de Obreiros/as:

Araras/Petrópolis/RJ - 23-25/06/1998 - Convivência Saudável – Comunhão entre diferentes Assessor: P. Joachim Pawelke e Declaração Conjunta Católica Romana – Evangélica Luterana sobre Doutrina da Justificação por Graça e Fé – Assessor: P. Silfredo Dalferth:;
Lar Luterano Belém – Campinas/SP – 20-22/10/1998 - Questões Pastorais relacionadas ao batismo;
Lar Luterano Belém – Campinas/SP – 19-21/03/1999 – Antropologia Bíblica (Paulina) e Luterana em diálogo com a religiosidade contemporânea. Assessor: P. Dr. Enio Mueller

Mini-Conferências:

Lar Luterano Belém – Campinas/SP – 25/08/1998 – Informe e debate sobre o Seminário “Batismo, Rebatismo e Fenômenos Carismáticos”
Juiz de Fora/MG – 1-2/09/1998 – Idem

Transferências:

P. Walter Rosenbaum – Alemanha;
Irmã Annilda Meyer – São Leopoldo/RS;
P. Hans Zeller – Alemanha;
P. Jairo dos Santos – Estrela/RS;
P. Rolf Rieck - Joinville/SC;
P. Norberto Ellinger- Alemanha;
P. Johannes Wille – Brasília/DF

Aposentadoria:
P. Hans Spring

Falecimento:
P. Jecabs Meks

Novos Obreiros/as:

P. Col. Dr. Valério Schaper – Belo Horizonte/MG
P. Col. Dr. Sidnei Noé – ABCD/SP
P. Col. Luis Henrique Dreher – Universidade Federal de Juiz de Fora/MG
Pa. Lusmarina Campos Garcia – Resende/RJ
Pa. Vera Weissheimer – Valinhos/SP
P. Armindo Laudário Müller – Nova Friburgo/RJ
P. Dr. Eduardo Gross – Universidade Federal de Juiz de Fora/MG
P. Frederico Ludwig – Centro/SP
P. Ulfert Straatmann – Vila Campo Grande – Santo Amaro/SP
P. Cláudio Molz – Belo Horizonte/MG
P. Dorival Ivo Ristoff – Centro/RJ

Período Prático de Habilitação ao Pastorado:

Ildemar Kanitz – Teófilo Otoni/MG
Alexandre Fernandes Francisco – Niterói/RJ
Adilson Schulz – Ferraz de Vasconcelos/SP
Anete Roese –Guarulhos/SP
John Espig –Teófilo Otoni/MG
Marli Schmidt – Teófilo Otoni/MG
Cibele Kuss – Centro/SP
Cláudio Luiz de Marchi – Ferraz de Vasconcelos/SP

Estagiário/as:

Angélica Schenerock – Niterói/RJ
Lurdilene da Silva – Rio Claro/SP
Ricardo Radünz – Indaiatuba/SP

 

Acompanhamento de Lideranças e Comunidades

Seminário de Presbíteros/as da UP Campinas/SP, participação nas assembléias da UP’s do Rio de Janeiro, de São Paulo e Campinas/SP, reuniões com presbíteros/as em Teófilo Otoni/MG, Rio Claro/SP, Cantareira/SP, Centro/SP, Cosmópolis/SP, Centro/RJ, Funil/MG, Guarulhos/SP, Missão aos Marinheiros/Santos/SP, São José dos Campos/SP e visitas a Belo Horizonte/MG, Niterói e Macaé/RJ, Ipanema/RJ, Nova Friburgo/RJ, Petrópolis/RJ, Norte/RJ, Indaiatuba/RJ, Campo Grande/SP, ABCD/SP, Juiz de Fora/MG, Resende/RJ, Valinhos/SP, Pires/Limeira/SP, Ribeirão Preto/SP, Ferraz e Vasconcelos/SP, Igreja Letã/SP, Igreja Húngara/SP, Congregação Japonesa e Igreja Sul-Americana/SP.

Participações na Igreja Nacional

Seminários e Reuniões dos Pastores Sinodais e Presidentes Sinodais, Conselho Diretor e Conselho de Igreja, Conselho Deliberativo da ISAEC, Conselho Curador da EST, Seminário Nacional sobre “Batismo, Rebatismo e Fenômenos Carismáticos”, Seminário de Pregadores de Araras/Petrópolis/RJ e Concílio da Igreja.

Representação e Delegação

Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil(CNBB), Conselho Latino-Americano de Igrejas(CLAI) – Regional Brasil, Compartir Ecumênico de Recursos(CER) e Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular(CESEP).

I Seminário de Trabalhos Diaconais

Nos dias 26 e 27 de setembro de 1998 aconteceu em nas dependências da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Ferraz de Vasconcelos/SP o I Seminário de Trabalhos Diaconais do Sínodo Sudeste sob o tema “ Alimentar a Fé que atua pelo Amor”. Estiveram presentes representantes de várias comunidades que partilharam suas atividades, enfocando alegrias, avanços, problemas e dificuldades.

Assessorou o seminário o Professor Luiz Roberto Alves da Universidade de São Paulo. Ex-Secretário da Educação e Cultura de São Bernardo do Campo/SP, especialista na análise de políticas públicas, o assessor sublinhou o fato de que toda e qualquer iniciativa de trabalho diaconal da parte de Igrejas ou entidades ligadas a elas necessita realizar um esforço de estar em sintonia com o que ocorre na sociedade civil em termos de organização e planejamento. Esta presença viva e atuante junto aos poderes constituídos é fundamental para que se crie uma nova mentalidade por parte dos órgãos públicos, formuladores e executores de políticas sociais.

“Não fomos educados para fazer políticas de forma criativa e autônoma. Qual é a identidade luterana na criação de políticas? Quando buscamos recursos fora, mascaramos o real confronto necessário em relação a uma política social.”

Eis questões e desafios lançados pelo professor. A presença crítica e criadora poderá ser (ou é) tensa, mas representa o desdobramento da fé cristã no cotidiano da vida. Significa assumir a dimensão cidadã da fé cristã na sociedade e no mundo.

Num clima celebrativo e de respeito pela diversidade de experiências representadas, os participantes reafirmaram o compromisso de dar continuidade aos encontros que conforme decisão do grupo deverão ser anuais. Um levantamento parcial, previamente realizado, acerca das atividades realizadas indicou que cerca de 2600 pessoas(crianças, jovens e adultos) são acompanhadas diretamente pelas comunidades e mais 700 famílias de forma indireta. Trata-se de um testemunho de fé cristã muito positivo por parte das comunidades dispersas numa vasta área geográfica do Sínodo Sudeste.

FORMAÇÃO - Curso do Instituto de Capacitação Teológica Especial

Ao longo do ano 1998 aconteceram no Seminário de Pregadores de Araras – Petrópolis/RJ vários encontros de formação de lideranças das comunidades e paróquias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. O tema central girou em torno de “Fé e Espiritualidade” e vários sub-temas foram apresentados por vários assessores.

Fé e Espiritualidade – Conceitos e práticas na Tradição Cristã e Luterana - P. Dr. Valério Schaper;

Fé Cotidiana no Exercício da Espiritualidade – P. Ms. Leonídio Gaede;

Fé Espiritualidade na Bíblia – Pa. Dra. Ivoni Richter Reimer e P. Dr. Haroldo Reimer;

Fé e Espiritualidade em Perspectiva Sistemática – P. Col. Dr. Luis Henrique Dreher e

Fé Espiritualidade na Prática Pastoral e nas Comunidades

 


Autor(a): Rolf Schünemann
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Prestação de contas
Perfil do Texto: Relatório
ID: 14750
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