Educação para todas as pessoas
Desde o Fórum Mundial de Educação de 2000, ocorrido em Dakar, no Senegal, o dia 28 de abril tornou-se o Dia Mundial da Educação. Nesse Fórum, foram assinadas metas com as quais 164 países se comprometeram, entre eles o Brasil. Trata-se de uma iniciativa que busca valorizar e fortalecer a educação.
Para nós, pessoas herdeiras da Reforma Luterana, a educação é uma prioridade. Lutero defendia que a educação precisava estar presente em todos os setores da sociedade. Ela deveria ser um dever do órgão público, gratuita, obrigatória e de qualidade. Quanto ao método de ensino para crianças, este deveria acontecer com prazer e por meio de brincadeiras.
Segundo Lutero, a educação tinha como finalidade a formação de pessoas engajadas com o andamento da sua cidade e não só uma educação para o trabalho, por isso ela também deveria propiciar o pensamento crítico e a ação adequada para com os bens materiais, a fim de cuidar da família e da coletividade. Além disso, geraria melhor compreensão do texto bíblico.
A partir deste conjunto, fornecido pela educação, Lutero entendia que a pessoa estaria em condições de colaborar para a construção de um mundo melhor. Para Martim Lutero, a educação era um patrimônio da cidade. Era a cidade investindo em si mesma, por isso ele escreveu às autoridades para que, em lugar de armas, fossem construídas e mantidas escolas.
As palavras anteriores são um ponto de partida para pensarmos a educação no Brasil. Como pessoas luteranas, constatamos que ainda permanecem desafios: a) o acesso de todas as pessoas a uma educação pública, gratuita e de excelência, b) profissionais com o devido reconhecimento e a devida qualificação, c) espaços educativos seguros, adequados e equipados e d) uma educação que prepare para o trabalho, a cidadania democrática, o convívio na pluralidade cultural e religiosa e a construção da paz.
O Lema da Igreja para 2019 nos faz um chamado para trabalhar pela paz: Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (Jo 14.27). A nossa fé afirma que Cristo nos deixa a sua paz, tornando-nos parceiros e parcerias na construção da paz. Isso adquire especial relevância diante de tragédias acontecidas recentemente em escolas do nosso país.
Como pessoas cristãs, somos chamadas a oportunizar espaços de reflexão e ação para a paz nos diferentes grupos de trabalho nas nossas Comunidades (crianças, adolescentes, jovens, mulheres, homens e pessoas idosas), bem como nos Sínodos (Conselhos, Comissões, etc.) e nas escolas. Essa construção da paz passa inevitavelmente pelo diálogo, pelo perdão e pela reconciliação.
Como podemos ver, há muito trabalho a ser feito, muito mais se considerarmos que a educação, como patrimônio de transformação para um mundo melhor, requer constante cuidado, fortalecimento e desenvolvimento.
Pedagoga Ma. Roselí Blanck | Porto Alegre/RS
PRONUNCIAMENTO |
Educação obrigatória e de qualidade
A educação integra a Ação Missionária da IECLB. Escolas foram construídas ao lado de templos e, por vezes, foram precursoras, reunindo a Comunidade em Culto no ambiente escolar. Hoje, as escolas evangélicas estão reunidas na Rede Sinodal de Educação, mantendo o compromisso com a confessionalidade luterana e com a Educação Cristã.
A Reforma chamou a atenção para o compromisso de cada pessoa cristã com relação à educação dos filhos e das filhas, além da responsabilidade dos governos de oferecer e garantir uma educação de qualidade, obrigatória, sem distinção de gênero e com Docentes bem preparados. O objetivo era formar cidadãos aptos e cidadãs aptas a, com liberdade, contribuir na consolidação de uma sociedade guiada pelos valores cristãos.
Estações do Jubileu - Educação (2017)