Jornal Evangélico Luterano

Ano 2019 | número 829

Sexta-feira, 29 de Março de 2024

Porto Alegre / RS - 12:55

Diversidade

Processos migratórios: em casa na terra brasilis

Em 2019, faz 195 anos que os imigrantes alemães aportaram em terras brasileiras. Vieram com tudo que lhes restava, inclusive Bíblias e Hinários. Tratava-se da necessidade de sobrevivência. Com fé, esperança e muito trabalho, reconstruíram as suas vidas. Esse esforço também fez com que as gerações seguintes se sentissem em casa na terra brasilis. Olhando para trás, há muito que agradecer a Deus, presença constante nessa jornada.

Processos migratórios estão acontecendo em todo o mundo ainda hoje. Miséria, guerras, perseguições políticas e religiosas, bem como catástrofes naturais, continuam forçando as pessoas atingidas a procurarem condições mais dignas de vida, longe da sua terra natal. São massas de pessoas que dependem de ajuda humanitária. A partir do terremoto de 2010, agravado por um tsunami, o Brasil ofereceu essa ajuda humanitária ao Haiti. Recentemente, a crise política e a fome no país vizinho têm feito com que venezuelanos procurem refúgio em terras brasileiras.

Lajeado/RS, por exemplo, tem recebido haitianos, senegaleses e venezuelanos, entre outras nacionalidades. No passado, a cidade acolheu colonos, artesãos e comerciantes alemães. Os seus descendentes, hoje, estão diante do desafio de acolher e integrar novos imigrantes na região. Eles são desafiados a superar medos e preconceitos de estrangeiros que, com certeza, os seus antepassados também enfrentaram. Afinal, abençoada e herdeira do Reino de Deus também é aquela pessoa que recebe o estrangeiro na sua casa, conforme Mateus 25.31ss.

Os cristãos encontram na oração a Deus um instrumento de serviço no mundo. Não oram apenas por causas privadas, mas também intercedem por tribulações que atingem o próximo, cristão ou não. A vida pública é do interesse da fé cristã, por isso os fiéis pedem a Deus que oriente as ações das autoridades no cuidado para com todas as pessoas, ‘em particular às necessidades das pessoas mais vulneráveis’ (Mensagem Oração em Causa Pública - 2009). Fazemos bem pedindo a Deus pelos migrantes e refugiados.

O desejo expresso em uma oração também deve servir de estímulo para o comportamento e as ações da pessoa crente. Uma regra beneditina exorta: ora et labora (ore e trabalhe). Desde o surgimento dos novos migrantes na cidade, a Comunidade em Lajeado também procurou formas possíveis de ajudar no acolhimento dessas pessoas, seja na aprendizagem da Língua Portuguesa, na oferta de cursos profissionalizantes, na tradução juramentada de documentos pessoais ou no acesso a móveis e utensílios domésticos, por meio do seu brechó. Filhos de imigrantes e alunos brasileiros estão tendo aulas de karatê, que promove a convivência, a solidariedade e o respeito. Parcerias com outras instituições, entidades e órgãos públicos que também prestam apoio aos imigrantes facilitam o trabalho e potencializam os esforços de acolhida e integração. 

P. Luis Henrique Sievers | Pastor Vice-Sinodal do Sínodo Vale do Taquari e Ministro na Comunidade em Lajeado/RS

 

PRONUNCIAMENTO

 

Terra: símbolo de vida digna

A promessa de terra é tão antiga como a humanidade. Terra para morar, plantar, colher, trabalhar, folgar e dormir com sossego é símbolo de vida digna. Deus mesmo a imaginou assim quando plantou o Jardim do Éden. Nele colocou o ser humano com a tarefa de cultivar e guardar o belo jardim do Criador, mas alguns deixaram de ser capatazes de Deus e passaram a ser donos. Começaram a explorar os seus irmãos e irmãs, fazendo-os trabalhar como escravos. A fome os obrigou a deixar as suas casas, se é que ainda tinham, e sua parentela em busca de condições mais dignas de vida. Renovamos a nossa gratidão ao bondoso Deus que carregou e sustentou os nossos antepassados e nos fez encontrar neste chão a nossa terra natal.

Manifesto sobre os 175 anos de presença luterana no Brasil (1999)

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Em perspectiva de balanço do ano que passou, compartilhamos, de forma adaptada e atualizada, partes da Carta Pastoral da Presidência, de Pastoras e Pastores Sinodais, publicada em agosto de 2020. A partir de março de 2020, passamos a conviver com a pandemia do Covid-19, (+)



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Assim, outros carregam o meu fardo, a força deles é a minha. A fé da minha Igreja socorre-me na perturbação. A oração alheia preocupa-se comigo.
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