Jornal Evangélico Luterano

Ano 2020 | número 841

Quarta-feira, 24 de Abril de 2024

Porto Alegre / RS - 14:22

Diversidade

Desafios para atuação pública da Igreja

Para Lutero e outros reformadores, a união entre Igreja e Estado representava uma aliança perversa, por isso os reformadores falavam sobre a separação entre Igreja e Estado e promoveram a doutrina dos dois reinos. Essa doutrina diz que Deus atua no mundo com dois propósitos: proclamar a salvação eterna e preservar a paz.

Para os reformadores, o papel da Igreja é anunciar a salvação eterna como obra exclusiva de Deus por intermédio de Jesus Cristo e promover uma ética de vida conforme o Evangelho. As pessoas seguidoras de Jesus não devem fazer mal umas às outras nem ao meio ambiente e devem esforçar-se por viver em paz.

Os reformadores entendiam que há muitas pessoas que a Igreja não consegue evangelizar, por isso, para controlar a maldade humana, é necessária a lei (Rm 7.7 e Gl 2.16ss). Para aplicar a lei, Deus instituiu a autoridade civil (Rm 12.1ss), que tem a função de julgar os infratores da lei e cobrar impostos.

Enquanto os reformadores falavam em separação entre Igreja e Estado, a Igreja Romana pregava a necessidade de fortalecer a aliança entre Igreja e Estado, para reconquistar a metade perdida pelo movimento da Reforma.

A transformação de uma metade em máquina de guerra contra a outra metade deixou um rastro de guerras na Europa e desenvolveu a convicção que a união entre Religião e Política não podia proporcionar uma sociedade pacífica. Era necessário tirar a Religião da vida pública e mantê-la restrita à esfera privada.

O Estado laico conseguiu organizar a sociedade para viver em paz, mas não conseguiu estabelecer uma sociedade justa e fraterna. Nesse vácuo, fortaleceu-se a Economia, com o poder de definir a finalidade da vida humana, com a satisfação dos desejos de quem pode pagar por eles. Viver significou, então, ter capacidade para consumir.

Inspirados pelo Manifesto de Curitiba (1970), um dos desafios da atuação pública da Igreja na atualidade é analisar essa Economia predatória, que sacrifica direitos humanos e a boa Criação de Deus para satisfazer os desejos de consumo.

Uma grande tarefa pastoral é formar pessoas com princípios proféticos e evangélicos, em que a empatia pelo sofrimento das outras pessoas, a solidariedade, a defesa da igualdade, a prática da justiça, o reconhecimento da diversidade e o cuidado ambiental estejam presentes.

P. Nilton Giese | Ministro na Comunidade Igreja de Cristo, em Curitiba/PR

 

PRONUNCIAMENTO

 

Estado e Igreja

Em princípio, Estado e Igreja são grandezas separadas, como o define a Constituição do nosso país, mas, em virtude das consequências da pregação cristã que se manifestam na esfera secular e pelo fato de cristãos serem discípulos de Cristo e simultaneamente cidadãos do seu país, não será possível separar totalmente os campos de responsabilidade do Estado daqueles da Igreja, embora seja necessário distingui-los.

Na esfera em que os respectivos campos se fundem, a Igreja, necessitando da crítica do mundo, desempenhará uma função crítica - não de fiscal, mas antes de vigia (Ez 33.7) e de consciência da Nação. Ela alertará e lembrará as autoridades da sua responsabilidade em situações definidas e sempre com a intenção de encontrar uma solução justa e objetiva.

Manifesto de Curitiba (1970) 

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